sábado, 31 de outubro de 2020

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Amar ao próximo! Que próximo é esse para eu amar?

"Acho que às vezes sentimos ou fazem-nos sentir que lutamos por causas diferentes. Mas eu vejo semelhanças. Acho que quer estejamos a falar de desigualdade de género, racismo, direitos LGBT's, direitos indígenas ou direitos dos animais, estamos a falar sobre a luta contra a injustiça.
Estamos a falar sobre a luta contra a crença de que uma nação, um povo, uma raça, um gênero ou uma espécie, tem o direito de dominar, usar e controlar outros com impunidade".

Começamos aqui por um pedacinho do  discurso de Joaquin Phoenix, recebendo o Oscar de melhor ator pelo seu belo desempenho no inquietante e sombrio "Coringa".
Um desconforto tomou conta de mim depois de ouvir essas palavras de JF ao ganhar o Oscar. Gente, ele ganhou O OSCAR!!!!!
O discurso foi um beliscão em muitos donos da verdade. Foi um beliscão em mim? Coço a cabeça e levanto a sobrancelha em desconcerto...
Ele nos remete a questão da aceitação ampla e do amor incondicional.
Quem é esse próximo que devo amar? Penso na máxima cristã.
Quem é mesmo esse próximo que devo amar?
As mulheres que sentem o peso de ser mulheres?
Os negros, mulatos, mamelucos, caboclos, brancos? Os ciganos?
Os LGBTQIAP+? São tantas letras que nem dou conta de decorar, de tão inclusivas que são. Mas tenho que amar esse povo todo?
Tenho que amar os animais? Todos os tipos de seres desse reino?
Os pobres que estão nas ruas sem um pedaço de pão?
Os gordos? Os míopes? Os velhos? Os índios? Os crentes em suas crenças? Os descrentes com suas descrenças?
Os adúlteros? As mães adolescentes?
As prostitutas e prostitutos?
Os corruptos? Os ladrões?
Quem está doente? Quem é ferido? Quem fere?
Quem sofre bullying? Quem pratica bullying?
São tantas características... tantos enganos, tantos humanos... tantos animais... São interessantes os reinos da natureza...
São eles? E quem somos nós? Somos eles em alguma instância...
Quem eu devo amar?
Todos esses tão excêntricos?
Tão humanos, tão filhos do mesmo Pai?
Afinal tenho reserva de amor para tanto amor que preciso ofertar?
É para amar a mãe natureza também? Com suas florestas, oceanos, cataclismas, geleiras? Amar esse reino mineral e vegetal? Também são filhos do mesmo Pai...
Olho para mim mesma com lente de aumento e o que vejo?
Inocentes? Entendo que não existem inocentes no planeta, estamos todos subordinados a Lei de Causa e Efeito. O que não significa passividade e sim posturas analíticas e profundamente reflexivas...
Vejo um longo caminho a trilhar... mas os primeiros passos estão sendo dados com discursos como de JF e de ações concretas na sociedade com seus inúmeros movimentos sociais, uns estão barulhentos, outros estão sorrateiros, silenciosos, mas firmes...
Como sempre abençoo, vou abençoar geral... chuva de bênçãos para todos os seres de todos os reinos, desse mundo e de outros mundos... abençoo todos os planos da existência física ou extra física, que todxs sejam abundantemente abençoados...



quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

No tempo sagrado do passado

Uma melancolia se aproximou nesse engarrafamento matinal. A razão tenta explicar pelo calor do período, pela hora que ignora o engarrafamento, mas... está cedo... já conto com o trânsito... enfim... não tinha explicação plausível para o desconforto do momento. Mas... antes... Algo chamou minha atenção através da janela do ônibus em movimento, isso me levou para longínquos tempos onde a tristeza estava presente. Sou dada a reminiscências nostálgicas, fico atenta a esse traço de caráter. Mas, vez por outra, escorrego feio. Enfim, quando algo aparece, o caminho a percorrer é acolher, aceitar e resignificar
ACOLHER é a compreensão de que aquilo está acontecendo e tem uma razão de ser, se espantar o pensamento sem critério, este ficará adormecido de um olho só, aguardando novo gatilho...aí vamos trabalhar a aceitação.
ACEITAR é ter a delicadeza de perceber que aquele sentimento é também parte de cada um de nós. Entendo que chegou e olho de frente com carinho por mim mesma, e por "aquilo" que se apresentou. Vou então de forma atenta resignificar.
RESIGNIFICAR é perceber exatamente de onde saiu, se perguntando se agora isto está acontecendo? Claro que não... então... se colocar no momento presente é a solução para espantar os fantasmas do passado.
Resignificar é compreender que o que passou, sendo bom ou desafiador, serviu de base para você ser o que é, e assim exercitar o poder de agradecer por tudo, afinal te tornou esse ser magnífico que se aperfeiçoa a cada dia... só que já passou...
Agora estou confortavelmente instalada em um ônibus com bons acentos, com uma temperatura relativamente aprazível e olhando para mim... estou respirando bem e escrevendo nesse objeto multiuso que é o celular, estou em segurança. Olhar para o momento vivido te conecta com o presente, que é um presentão, mesmo.
Ficar remoendo o que já foi, impede o fluxo de energia do que está sendo vivido.
Retomo meu fluxo, sorrindo, procurando uma meditação que ouço com o fone de ouvido que tiro da minha bolsa, bebo um gole da água turbinada com folhas recém colhidas de Hortelã Pimenta e sigo muito tranquila vivendo o momento do agora, estando, de verdade, desperta.
Deixemos o balão subir levando essas lembranças... se elevar até o infinito do espaço sagrado do passado, que deve ficar exatamente onde está... lá trás.
Preciso parar de escrever, pois chego ao meu destino, pessoas estão tocando a campainha e o motorista já está diminuindo a velocidade. Então vou em paz para meus afazeres diários.
Chuva de bênçãos e um lindo dia para todxs nós.