sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Basta comer bem?

"Ter nascido me estragou a saúde." Diz Clarice Lispector brejeira e mordaz : Acho graça de Clarice e do meu "brejeira: " usando gíria antiga que denuncia a idade.  Nascer é o bastante para começar o que há de melhor e o que há de pior. Nascer inaugura sua existência completada pela essência nela contida.
Basta comer bem? Essa será a nossa  reflexão de hoje! Já nascemos comendo... sugando vida...
Entendo oportuna em momentos de festejos como os que agora se anunciam, fechamento de ano, amigo oculto com almoço entre amigos e familiares, Natal e Réveillon,  é muita comida, minha gente...
Aí vem as dicas e truques em todas as redes sociais para minimizar os impactos da gulodice, ímpeto que se apossa de nós em frente a um prato de rabanadas fresquinhas, quentinhas e açucaradas com canela... isso falo por mim... cada um sabe da sua tentação...
Mas a conversa hoje é baseada na indagação: - Basta comer bem para garantir boa saúde, vitalidade e energia? Sei não... se o cuidado passar apenas pela alimentação, eu diria, sem risco de errar que não é o bastante, comer bem e com equilíbrio é reflexo de uma vida equilibrada. O que tem no prato reflete o que existe na mente. Mente em desarmonia, prato desarmonizado...
Conheci pessoas com uma alimentação de alto nível, advogando várias teorias saudáveis  e com um comportamento agressivo que não combinava com o prato exemplar que exibiam...  mas é, somos multipolares... duais... paradoxais...
A pessoa sai do consultório médico, após verificar seus exames de rotina, com um muxoxo sofrido dizendo que agora vai cuidar da saúde, vai tirar o glúten, a lactose e as gorduras e vai caminhar três vezes na semana e é claro tomar aquele monte de medicamentos habituais. Pronto, resolveu a vida. Será??????
É garantia de uma boa saúde apenas cuidar da alimentação, praticar atividades físicas e tomar remédios? Claro que não!
São boas as dicas: cuidar da alimentação e praticar exercícios físicos. Porém o excesso de remédios impactam enormemente a saúde,  ao contrário de curar, adoecem mais, para os efeitos colaterais mais remédios, mão cheia, bolso vazio e ainda doente. Pois é...
"A gente não quer só comida a gente quer bebida, diversão, balé... a gente não quer só comida a gente quer a vida como a vida quer.."
Cuidar da mente é a maior garantia de saúde, esse é o segredo nada secreto. Como diz minha amiga Daniele Rangel: " essa é a cereja do bolo".
Joanna de Ângelis enfatiza: “cada qual vive no mundo edificado pelo seu pensamento”. Somos o que construímos para nós. No prato e na vida.
Tive oportunidade de rir muito com uma cena no shopping. Uma jovem bem acima do peso padrão, sai de sopetão de uma cabine ao meu lado, me pede licença e percebe que estamos com o mesmo vestido, ela sorri e diz bem humorada:  - esse vestido serve para todo tipo de corpo não é? Eu concordo sorrindo e ela completa: - meu namorado gaúcho ama carne e meu colesterol e glicemia estão ótimos. Apoiei, empoderei com mais palavras elogiosas e vai alguém saudável  por aí com seus quilos a mais que não vieram de comer salada e suas taxas sanguíneas em alta... e vai feliz...
Um coração aberto e tranquilo, sem medo, culpa ou vergonha  vai propiciar saúde para veias e artérias , as raivas apaziguadas vão garantir fígado íntegro, posturas  flexiveis vão garantir que músculos e ossos sejam lubrificados e não enferrugem. A tristeza cuidada favorece o baço e o pâncreas que funcionam melhor em clima de alegria. A coragem vencendo o medo paralisante auxilia o bom funcionamento dos rins filtrando as toxinas.
As causas emocionais são no fundo a raiz de nossas dores. Facilmente pode-se concluir que somos integrais  e sistêmicos... todos os pensamentos, sentimentos e ações vão formar o corpo com que transitamos no mundo... saudável ou adoecido, vivaz ou desvitalizado, cada um de nós decide como quer viver... e arca com as consequências das escolhas.
Muitos mecanismos estão disponíveis para trazer à tona a saúde e o equilíbrio, terapias várias, práticas meditativas, orações equilibrantes e tudo que possa fortalecer o psiquismo. Cada um sabe seu caminho para o equilíbrio, basta trilhar essa jornada. Existe uma sabedoria transcendental em cada um de nós que grita, que possamos ouvir essa sabedoria do nosso Eu Superior.
Concluímos, portanto, que realmente não basta comer bem, é necessário  se equilibrar nas múltiplas facetas do nosso espírito imortal.
Dito isto, reforço que a cautela com o que se coloca no no prato é sempre uma boa pedida. Aproveitemos as festividades de final de ano com votos de melhoria contínua, vertiginosa, ascendente. Que sejamos nós melhores a cada dia, plenos e potentes.  Abertos para todas os bons alimentos: funcionais, vegetarianos, veganos, detox,  low carb, todos são maravilhosos quando a mente está também desintoxicada. Força e poder também para os onívoros, que cada um sabe o que é melhor para si dentro do estágio em que se encontra.
Chuva de bênçãos para tudo que te faz ser melhor a cada dia, que sejamos nós melhores para o ano novo que virá.


terça-feira, 31 de outubro de 2017

Benditas coisas...

Gosto de bênçãos,  os antigos eram sábios e davam e recebiam bênçãos:
"bença pai, bença mãe..." acabou essa tradição. Que pena!
Por conta disso viajei na música "Benditas"  mais de uma vez.
Hoje resolvi registrar as viagens... a voz debochada da martynalia já é provocativa e a Zélia tem um tom que posso ouvir até amanhã de manhã.
A letra é ótima da dupla e o ritmo me alcança pois trabalha exatamente com bênçãos... de um jeito diferente, bem no meu estilo.
Bendiz o que tem e o que não tem, é uma oração que transita alegremente entre o sagrado e o profano. Curti!!!!
"Benditas coisas que eu não sei
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei"
Essa bênção vai para tudo aquilo que ainda está por vir, a fluidez do Universo vai propiciando experiências e nós vamos experimentando... bom que seja com algum critério, senão... as vezes complica... mas tudo bem... o tempo conserta tudo, tudo mesmo.
"Meus verdes ainda não maduros"
Gosto demais disso, tenho tantos verdes em mim e vejo tantos verdes no outro, esses também são abençoados e mostram nossas ações no mundo. Com firme propósito de amadurecer cada um a seu tempo e com todas as potências a desenvolver... a existência terrena é uma viagem, uma boa viagem.
"Os espaços que ainda procuro".
Aí vou viajar mesmo,  trago camille Claudel e suas angústias :
"Há sempre algo de ausente que me atormenta."
Esses espaços nunca estão fora... a loucura de camille é a daquele que procura fora o que está dentro. Bendito tudo que está dentro e benditas as possibilidades de acesso. Faço terapia e sou terapeuta pelas chaves de acesso.
"Os amores que eu nunca encontrei". Bendito aquilo que não chegou porque não era meu... e se partiu é porque a lição já foi aprendida. Aproveitemos a lição, dolorosa em várias situações, mas ensinam...
"Benditas coisas que não sejam benditas". Boa demais essa afirmação, mas afinal o que não é bendito?
Tudo pode ser, de acordo com o olho de quem vê. A visão maniqueísta de classificação tira a potência, cataloga e rotula. E o simples se reveste em trágico ou profano, mas é só simples... simples coisas que acontecem... benditas sejam...
"A vida é curta
Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre."
A vida longa já é curta para todo prazer que existe, para a manifestação de todo tipo de amor, para todos os beijos que adoçam a vida,  de amantes, de amigos, de pai, de mãe. Beijar pé de bebê é uma delícia macia. É muito beijo no mundo pra beijar. Então... beijemos...
"E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros".
Isso é pura poesia. Nos sonhos o tempo corre célere e desconhece o limite entre passado e futuro. Sonhar é se permitir ir além... sonhemos...
"Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma".
Bom acreditar que a vida dura além desse tempo de vida, que muitas primaveras com cores até mais brilhantes poderei apreciar, estando com olhos mais lúcidos e perceptivos. Isso é brincar de eternidade. Culpa é prisão, portanto, sem culpa, sem culpa nenhuma...
E essa delícia de música me embala numa onda de contentamento, sorrio agora enquanto "Canjica", a bendita vizinha canina, repousa a cabeça na minha perna, amorosamente.
Chuva de bênçãos para todos os seres do planeta azul, aqueles que estão entre o sagrado e o profano, como praticamente a totalidade dos viajantes da transitoriedade do tempo. Benditas todas as coisas do mundo, desse tempo, do tempo que já passou e do tempo de regeneração plena que ainda virá.




terça-feira, 3 de outubro de 2017

Quando sou o algoz...

Gosto de pensadores e de frases de efeito, mesmo que por vezes não concorde, sempre me levam a pensar. Voltaire traz a frase do dia: "Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano." Exagerado esse Voltaire! Será????
A questão não é oportunidade e sim disponibilidade. As oportunidades estão por  aí mas sabemos  detectar?  Perceber?  Propiciar? Aprendi com minha mãe e com a religiosidade aliada a espiritualidade que "Pagar o mal com o bem" é uma atitude sábia e produtiva.
Faço a distinção entre religiosidade e espiritualidade no post http://teresaquintas.blogspot.com.br/2016/10/sobre-religiosidade-e-espiritualidade.html?m=1
Aprendi  que é importante exercitar o perdão e trabalhar no sentido de um aprimoramento do bem EM MIM. Compreendendo  que cada um faz o que pode e age do jeito que entende. Por vezes a intenção não foi o mal, o resultado é que foi trágico ou equivocado ou só ruim.
Quando nos ensinam a perdoar, sempre nos colocam, ou nós nos colocamos, na posição daquele que tem o bem e vai oferecer para aquele que fez o mal... mas... quando sou eu a necessitar do generoso bem que vem do outro? Ou mesmo: uso  esse perdão comigo nos meus tropeços?
"Melhor dar que receber"... mais uma pérola... afinal, dar indica prosperidade e abundância, já receber... vai denotar carência, necessidade, portanto a máxima cristã está recheada de lógica mais do  que crença. Só oferecemos o que temos... Quando não tenho... necessito.
Quando EU sou o algoz? Quando eu me equivoco  e "mando mal"? Não sei vocês,  mas eu já andei aprontando alguns "mals" por aí. Já precisei desse bem que vem do outro... estou no trânsito do mundo lidando com erros e acertos, enfim...
E o mal que fazemos a nós mesmos? Lidamos com esse mal oferecendo para nós o bem ou afundamos na culpa e no vitimismo??????
Quando sofremos a reação de algo praticado e que desce quadrado,  das coisas mais banais até outras mais punk, sabemos receber? Usamos a lei de ação e reação para compreender e aceitar?
Um exemplo bem simplinho: passamos mal porque exageramos naquele chocolate, ou naquela massa, nunca soube de alguém que sentiu estufamento por comer salada... aí ficamos sofrendo e culpamos a comida por nos ter feito mal, porém, aquilo que ingerimos o fazemos por vontade própria e a comida pesada ou gordurosa não tem nada com isso, comemos o que não nos faz bem porque somos infantis e ainda queremos o que não nos cabe mais. Mas esse é só um dos tipos de mal que fazemos a nós mesmos, alguns fazem a si mesmos um grande mal nesse setor, outros nem tanto...
Temos o mal com a palavra mal utilizada, desse sofro eu, ainda. .. fazemos mal a nós mesmos quando não utilizamos a palavra de forma nobre, quando a palavra sai como dardo envenenado e magoa aos outros e a nós mesmos. Como lidamos com esse mal? Lançamos anátema sobre nós ou já compreendemos que somos possuidores desse grande poder e estamos aprendendo a lidar com ele, construindo um bom universo vocabular benfazejo... malfazejo já sei usar,  minha construção se assenta em trazer palavras sempre de paz.
Temos outro mal que consiste nas nossas ações desarrazoadas, sou boa nisso, intempestiva e voluntariosa, acabo por agir impulsivamente sem critério e sem razão. Esse mal, apesar de refletir por vezes no outro é sempre pior para aquele que executa, portanto sofro muitas vezes de ressaca moral, aff... só tenho a declarar em minha defesa que já  melhorei muito... vou caminhando nessa trilha pedregosa chamada vida...
Enfim... pagar o mal com o bem significa estar com disponibilidade para oferecer primeiro esse bem para si mesmo. Estando abastecidos de auto amor, auto perdão e auto tudo de bom, aí sim poderemos oferecer esse bem para o mundo inteiro. Deixaremos de ser algozes e seremos repletos do bem que vamos espargir a todos. Não seremos nem vítimas, pois estaremos tão plenos que nada nos atingirá.
Só oferecemos aquilo que já faz parte do acervo construído ao longo da jornada evolutiva e quanto mais ciente das minhas potências mais me aprimoro, saio do estado culposo ou persecutório e assumo integralmente a noção de minha responsabilidade plena sobre o que está ao meu redor.
Construo meu cenário para que eu possa aprender a lidar com ele. O Criador nos dotou de tudo necessário, agora é assumir esse protagonismo e seguir rumo ao divino que habita em nós.
Chuva de bênçãos para todos nós que estamos nos trabalhando constantemente para melhorar, chuva de bênçãos também para aqueles que pensam que já melhoraram o suficiente, chuva de bênçãos para a humanidade inteira de seres de luz.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Está se achando livre??????



Momento favorável para pensar dependência/independência, feriado da pretensa independência do Brasil. Brasil independente? Sei não... Zapeando na net encontro a Julia.
Rindo muito da JoutJout , para mim, essa é a melhor comediante dos últimos tempos. Ela é assim, meio doida, sendo ela mesma. Vai falando e falando,... e nisso filosofa, é sexóloga, terapeuta, faz critica social, analisa comportamento humano muito bem, é esquisita...gosto dessa espontânea esquisitice... faz tudo muito descabeladamente.... vários amigos já receberam compartilhamentos meus quando ela fala coisas que lembro alguém. Alguns "alguens" não recebem pois não gostariam...   ela "manda mal" as vezes..  é Jovem... vai sendo ela publicamente, despudoradamente, declarando as suas jovens verdades.  Da Julia sou fã,. Hoje são estimuladas por ela minhas reflexões. Está se achando livre?????? Pergunta JoutJout! Esse post eu amei, vale assistir!
Somos livres para decidir? Escolher? Fazer? Claro que não. Nossos comportamentos diários estão subordinados aos condicionantes espaço-temporais, ela coloca isso muito bem quando fala dos hábitos e costumes de outros países. O tempo também traça suas influências, vide as péssimas ideias sobre fast food e as ótimas dicas sobre suco verde, para o bem e para o mal somos conduzidos.
Recebemos um mundo cheio de regras e vamos reproduzindo... reproduzindo e defendendo essas regras. Furou a regra, vem chumbo grosso... tem que pintar cabelo, tem que pintar unha,  usar jeans, ter filho, comer bife e pão francês, se for vegetariana tem que comer salada,  reclamo... não faço nada disso, jeans só nos dias mais frios, só aparecem no inverso, salada só no verão.
Somos livres? Escolhemos mesmo? Achamos bom e bonito o que nos é imposto, mas tem uma angústia estranha dentro de nós... dizendo que não escolhemos nada... estava tudo aqui e fomos usando... gosto mesmo de reticências, elas dizem que tem coisa por dizer que as palavras não expressam. Uso e abuso...
Eu era pequena e dizia que não queria casar, uma tia falava que eu não deveria ficar declarando isso, iriam pensar mal de mim. Eu olhava de lado, tentava pensar o que iriam pensar e não conseguia imaginar... mas parei de falar e fiz o que eu quis fazer, será que tudo que fiz foi porque quis fazer?????????????? Agora nem sei... culpa da Julia, hoje.
Marcia Luz com sua paciente sabedoria fez uma sacada interessante, sobre esse assunto, ela relaciona nossa liberdade com a aparente liberdade das pipas, estão lá, soltinhas ao sabor do vento, mas um olhar cuidadoso pode perceber a linha segurando, guiando, manejando... foi tenso pensar assim, mas... ela até fez uma pipa colorida que me entregou sorridente, está aí para ilustrar o post, gratidão pelo desenho e pela nada confortável reflexão...
Vamos refletindo e as considerações pessoais vão nos dar suporte para trazer à tona esse desconforto,  assim vamos mudando o que dá, sendo mais protagonistas da nossa história, comemorado a maior independência do mundo: a nossa!
Chuva de bênçãos neste lindo dia para todos e todas que estão refletindo sobre sua independência, abençoo também quem não está, pois estão exercendo seu poder de escolha.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Sobre escolhas e monstros que habitam em nós...

Zapeando em frente a TV, refastelada no sofá, a vizinha canina com a cabeça em minhas pernas em um soninho abusado, cena pitoresca de nada pra fazer, tendo um monte de coisas querendo minha atenção, mas... eu me permitindo fazer nada ...
Licença poética de vida prática de quem trabalhou muito e continua trabalhando...  nos quase sessenta anos se permite ficar sem culpa no sofá... Domenico de Masi me apoia teoricamente... pois é... Nesse ócio criativo, encontro um seriado desses mil que existem, sobre crimes e formas criativas para soluciona-los. Um agente muito sagaz recita  uma boa tirada que atribui a  Stephen King: "Monstros são reais e fantasmas são reais também. Vivem dentro de nós e, às vezes, vencem."
Mas não é que é? Fiquei olhando para o teto esquecida da solução para o mistério do filme. Tudo está mesmo dentro de nós, a nossa realidade vivida é construção total pessoal, uma ínfima parte pertence ao mistério... as Leis insondáveis que repousam no Cosmo... mas o dia a dia é inteiramente de responsabilidade nossa... essa certeza é, por vezes, assustadora... muito assustadora, embora bela e estimulante. É como andar de montanha russa, gostoso mas dá frio na espinha. A vida se assemelha a montanha russa, repleta de altos e baixos.
A construção pessoal a que me refiro tem relação com a faixa vibracional.
Vibro em uma frequência tal que atraio o que também vibra nessa frequência... por isso repetimos erros e atraimos situações muito parecidas para nossas vidas.
Se vivo uma situação abusiva em alguma área da vida, vou acabar atraindo outras situações abusivas. Legitimamos o que recebemos.
Se vivo escassez atraio escassez, se sinto/ recebo inveja, vejo-me sempre nessa situação. Só existe na nossa vida o que permitimos e aceitamos. A questão é abandonar o vitimismo  e assumir as rédeas da própria vida. Se não estamos bem, pronto... podemos virar a mesa e viver as consequências que advêm dessas novas  escolhas. Posso mudar sempre que desejar, sou construtora de meu próprio destino. Todos somos...
Uma coisa eu aprendi mesmo e uso na minha vida: quando saio de algo negativo e me acolho e valorizo, me potencializo e me amo, dá uma virada na vida que atraio exatamente o que estou oferecendo para mim.
É enganoso o paradigma de que temos que esquecer nossas dores, cuidando das dores alheias. Nós NÃO esquecemos nossas dores. Nada é jogado embaixo do tapete sem sequelas. Podemos sim cuidar do outro a moda  do deus  Quiron, o curador ferido, que na mitologia representa aquele que cura os outros com os estudos advindos da busca da sua própria cura. O que se busca na verdade é  nossa própria cura...
A dor está lá e precisa ser cuidada, se não for, vai  inflamar,  arder, doer e te impossibilitar. Portanto, se conhecer  é fundamental para se cuidar. cuidar do outro também é auto curativo.
A frase de Stephen King fica tilintando na minha cabeça : Monstros são reais e fantasmas são reais também... ui!
Vivem dentro de nós e, às vezes, vencem... ui duplo.
Canto pra relaxar: "Nós somos quem podemos ser.. Sonhos que podemos ter... Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão...Um dia me disseram que os ventos às vezes erram a direção". Pensando bem, essa música não relaxa, ela faz pensar também... ando pensando muito... canso de pensar... as vezes... as vezes sim... as vezes não... penso... penso com prazer...
As vezes os monstros vencem e as vezes os ventos erram a direção... temos em nós um emaranhado de pensamentos e sentimentos, nem sempre nobres e gentis. Esses também devem ser acolhidos e compreendidos, esses também somos nós. A aceitação é condição para a transformação. Essa aceitação do lado sombrio em nós, nos leva a aceitação do lado sombrio em tudo que há. Mas como a luz sempre dissipa as trevas, se os monstros venceram hoje, perderão amanhã para o divino que habita em nós e em todas as criaturas.
Chuva de bênçãos para o acolhimento pleno do que habita em cada um de nós, que os monstros possam vencer cada vez menos.


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Sobre o tempo de cada um


"Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos...
Tambor de todos os ritmos...
Tempo tempo tempo tempo...
Entro num acordo contigo."

Como se entra em acordo com o tempo? Trabalhando a aceitação e se focando no poder do AGORA? Imagino serem essas as respostas, enfim...
Lendo "Renovando atitudes" pela terceira vez, me deparo com o capítulo "Tempo certo". Li, reli e fiquei aqui matutando... muitas leituras me capturam e fico eu, envolvida em divagações... algumas vezes socializo através dos posts,  outras vezes ficam só pra mim, aumentando meu acervo de considerações íntimas
A finitude tem um que de angústia e desafio, e o tempo certo é uma provocação da sabedoria do Universo... nunca se perde tempo, ganha-se  a experiência do vivido...do bem vivido... do mal vivido...
"Na vida, não existe antecipação nem adiamento, somente o tempo propício de cada um." Diz Hammed, pois é... essa percepção é dolorosa, então... está tudo certo ... cada um fazendo seu melhor dentro das suas capacidades e possibilidades. A questão é: vamos evitar a dor, pois tudo passa... mas ficam as lembranças e a possibilidade de aprender as lições do tempo. Resignificar!
E Hammed continua incomodativo: "Quem  não  quebra  a  noz,  só  lhe  vê  a  casca”.  Mas para  “quebrar  a  noz  é  preciso  senso  e  noção,  base  e  atributos  que  requerem tempo  para  se  desenvolverem  convenientemente."
Fica a pergunta:  como anda nosso senso e noção? Por vezes me entendo muito sem noção.
Criamos expectativas e nos prendemos a crenças que nos amarram e não respeitamos o tempo, elemento precioso, professor criterioso, nem sempre generoso aos nossos olhos infantis...
E vem me incomodar novamente esse texto que agora guardo na estante para fugir dele. Peguei "Calvin e Haroldo" e amanhã penso mais sobre esse assunto, agora quero rir e dormir... Boa noite pensamentos inquietos...

Dia seguinte... perdi o sono as 4 da manhã e o conceito de tempo martelava minha cabeça...
"Todos os dias quando acordo... Não tenho mais o tempo que passou... Mas tenho muito tempo...Temos todo o tempo do mundo..." cantarolo mentalmente  na madrugada.
O tempo se incumbiu duramente de  me ensinar a não apressar os acontecimentos. Hoje ando atenta ao tempo de cada um e ao meu próprio tempo.  Me esforçando para entender que o tempo mais precioso está no agora. Que o passado pode produzir saudade ou angústia e o futuro, medo e ansiedade.
Cada um precisa caminhar dentro de seus próprios passos. Meu caminhar é exclusivamente meu, não tenho como comparar, não tenho como exigir, entendo que o tempo de cada um é o tempo de cada um, simples assim... treinando o olhar mais generoso e compassivo. Treinando a tão famosa e desejada paciência para comigo e para com os companheiros de jornada.
No belo "Cântico negro" lembro: "Só vou por onde me levam meus próprios passos". Cada um segue seus passos historicamente definidos pela sua trajetória pessoal... alguns com passos de  elefante, outros de formiguinha, mas o caminhante vai... dentro de seu próprio tempo. Com resistências, insistências, dores e prazeres, vamos assim indo no tempo de cada um de nós.
O assunto não termina por aqui pois o tempo segue seu curso ininterrupto...mas eu paro por aqui mesmo, respeitando meu próprio tempo...
Chuva de bênçãos  para todos os seres que estão imersos na sabedoria tempo, pois que é a humanidade inteira...

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Sobre supérfluo e necessário...

Afinal o que é necessário para ser feliz? Apenas o necessário? Seria se fossemos mais maduros, mas... ainda necessitamos do supérfluo para dar colorido a vida. E se o supérfluo te colore, supérfluo é necessário...ainda... afinal somos seres em evolução, construindo-nos... não dá para forçar a natureza, acaba sendo auto desrespeito, o que é bem ruim.
Acho lindo quando vejo um desapegado total. Em 2015 um dos homens mais ricos da Índia renunciou a sua fortuna para seguir uma vida espiritual de TOTAL austeridade. Bhanwarlal Doshi criou um império empresarial milionário, tornou-se monge e sentiu que isso era o necessário. Doshi era casado e só usava roupas de luxo, agora será celibatário, usará apenas uma túnica e caminhará descalço. As festas suntuosas darão lugar à meditação e quase toda a sua fortuna será doada para obras da religião. Não foi uma decisão tomada repentinamente, motivada por alguma crise mental ou moral que o empresário teria sofrido. Na verdade, ele passou décadas pensando em abandonar sua riqueza e entregar-se à espiritualidade, discutiu seus planos com sua família que, no início, rejeitou a ideia. Ele levou 3 anos para convencer seus queridos, mas, no fim, foi iniciado como monge em uma cerimônia apoiado por todos: “Estamos orgulhosos dele. A honra e o respeito que ele recebeu quando anunciou sua decisão é algo que precisamos ver para crer”, disse seu filho, Rohit, ao jornal. Amei  Doshi desde que  o vi com sua careca resplandecente e sorriso tranquilo.
Mas... esse é um caso, entre vários, de pessoas que já evoluíram o suficiente para ter clareza do que é necessário.
Sei que a evolução é constante e ininterrupta e estamos todos nessa trilha, mas com a morosidade ou rapidez de cada um, velocidades diferentes para diferentes tipos de pessoas. Isso também é respeitar a diversidade. Sem crítica para quem aprecia o luxo, se puder e quiser, tenha o luxo enquanto ele ainda é necessário.
Gosto da abordagem lúcida de Kardec, que leio com gosto: "O limite entre o necessário e o supérfluo nada tem de absoluto. A civilização  criou necessidades que não existem no estado de selvageria, e os Espíritos que ditaram esses preceitos não querem que o homem civilizado viva como selvagem. Tudo é relativo e cabe à razão colocar cada coisa em seu lugar..."
Muito claro e respeitoso,  a razão colocará tudo em seu lugar. Agora... nós... um pouco desarrazoados necessitamos de um supérfluo mesmo conscientes de como é fugaz o prazer...
Não é necessário que eu vá a Buenos Aires pela quarta vez, mas é bom...
Já tinha o livro "A hora da estrela" da minha Clarice,  mas no meu aniversário ganhei a nova  edição com manuscritos, fiquei muito contente com esse supérfluo que manuseio com alegria quase infantil.. .
Tenho muitas echarpes mas sempre que ganho uma, fico feliz...
Mas dividir o supérfluo faz-nos  treinar o dividir, para que todos tenham um pouco também... é exercício interessante e rende pontos na elevação espiritual.
Arrumar os armários, tirar o que não usa mais, é tarefa interessante, observar que pode ser necessário para alguém alarga os horizontes do compartilhar. E compartilhar é muito bom para quem dá e quem recebe. Alinha a dinâmica da abundância do dar e receber...
Chuva de bênçãos para todos e todas que estão conectados com a abundância divina, trabalhando o necessário e o supérfluo em suas reflexões filosóficas. Chuva de bênçãos para a humanidade inteira. Sempre...

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Quem sou eu no aqui e agora?

Acordo, abro os olhos e sorrio, mais um dia para a experiência incrível da vida. Hoje, agenda tranquila, posso ficar mais um tempo na cama, espreguiçando devagar, puxo a  manta e me enrolo mais um pouquinho. Estou totalmente acordada mas querendo ficar ali, está quentinho, gostoso. Só curtindo..  sou eu essa relaxada curtindo fazer NADA? não lendo, não escrevendo, não pegando o celular,  NADA, curtindo o momento presente, que é um presentão com laço de fita...
Quem é essa pessoa? Respirando.. me movendo no embalo de ter esse privilégio... que hoje me permito... estar aqui no AQUI e AGORA... só isso...
Cerebral chega de mansinho...Um alienígena tomou meu corpo? Essa sou eu? sem a culpa judaico cristã me mandando fazer algo útil... mas estou fazendo algo muito útil, estou me vivendo.
Ana Paula, minha amiga, sempre fala algo que penso ter bebido em Clarice:  "descansando de ser... " até faço isso, vendo coisas bobas na TV, lendo histórias em quadradinhos, mas hoje, estou realmente descansando de ser,  SENDO..
Li com a mente racional o bombástico "O

poder do agora" de  hoje eu estou percebendo que entendi... estou sentindo uma alegria indizível só sendo eu, mais nada...Está tudo perfeito e completo...
Fico buscando explicações, minha mente acadêmica insiste nisso,  é a terapia, a acupuntura, o Chi Kung, as ervas e florais, a idade  (rsrs)...mas só que é a combinação de tudo isso, junto e misturado, trazendo um jargão popular. Sou herdeira do meu vivido...
Claro, estou aqui relatando meu ócio criativo e Domenico de masse deve ser citado agora. Já sai do meu encontro comigo mesma,  estou no racional, mas diferente, inteira numa inteireza potente...sinto meu corpo, pulso o períneo, abro a boca em bocejo, estou aqui TODINHA... com qualidade... um estado de gratidão me envolve... Sou só reticências preguiçosas...
Ilustro com um momento desses de curtir o aqui e agora, no mato, que é meu lugar preferido do mundo inteiro...
Chuva de bênçãos para todos e todas que estão conectados com o momento, bênçãos também para quem não está... afinal, abençoo todos os dias a humanidade inteira...

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Se eu tivesse asas...

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..." canta Caetano e Brenna minha cliente amiga declama, eu fico com isso na cabeça..
Hoje estou na delícia, vendo zapeando com o poder do controle remoto na mão,  quem mora com outras pessoas sabe como esse poder é bom.
Vejo um filminho bobo, água com açúcar, gosto... Minha linda amiga Ana Paula diz que as vezes é bom "descansar de ser", é  isso que se faz vendo esses filmes. A história é de Alex, menino rico e cego que sonha em participar do time de corrida da escola. Fica amigo de Brad, um rapaz pobre todo revoltado, que  corre bem para fugir da polícia, pronto, formou...eles dois juntos, enfrentam preconceitos para participar de uma competição, além dos dramas familiares típicos do cinema. No final todos felizes. Também fico feliz... Relaxo em frente a TV, lendo os créditos, pensando que o melhor foi o título " Se eu tivesse asas".
Pois é...e "se eu tivesse asas?" Pergunto para mim refastelada no sofá azul. Hoje voaria para Buenos Aires, gosto de lá, é meio bagunçado como o Brasil, se fala espanhol como a minha mãe,  aliás domingo é dia das mães, sinto saudades, acho que agora,  escrevendo "se eu tivesse asas" voaria para esse colinho quentinho...
"Se eu tivesse asas..." faria coisas que não fiz e repetiria o que fiz bem... ah tomaria mais lanche na Colombo com meu amigo Gilmar, agora ele toma lanche em outras paragens... sinto saudades... falávamos tudo um pro outro entre mordidas e risadas.
Entendo que hoje estou saudosista, tá bom também... Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..."
Mas volto para as asas da imaginação. "Se eu tivesse asas..." abençoaria a humanidade inteira com chuva de lantejoulas coloridas para que todos pudessem sorrir, pois sorrir traz cura benéfica para o corpo e para a alma... sorrir é pura luz!
"Se eu tivesse asas..." sairia por aí falando com todo mundo, mas... ei... já faço isso...
"Se eu tivesse asas..." voaria por aí cantando aos quatro ventos que o poder está em nossas mãos e que cada um é responsável pela vida que vive e pode fazer diferente se quiser, se quiser...
"Se eu tivesse asas..." quantas fantasias poderia viver... Mas eu tenho asas, asas em potência, afinal um dia serei anjo...
Chuva de bênçãos neste lindo mês de maio para todas os seres mágicos (todos nós) que habitam esse planeta azul.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

SOBRE O PODER DA PALAVRA

"As palavras tem a leveza do vento e a força da tempestade." Ah, Victor Hugo, quanta sabedoria! Muito poderosa a palavra, capaz de atrair bênçãos e maldições, alegrias e infelicidades, valorização e menosprezo. Quanto poder...
Bate papo de pessoas com verdes nas mãos, minha hortelã pimenta e o funcho delicado conversavam alegremente com o eucalipto e a parietária de uma outra jovem senhora, que lá estava, como eu, comprando ervas. Mais uma amiga da natureza. Nunca nos vimos, mas para o incauto transeunte, pareciamos velhas comadres com matos nas mãos. E o tema da conversa era a palavra. As boas palavras e os palavrões. Nossas falas carregam grande peso simbólico. "Atenção ao que diz, pode se tornar realidade". Ui! Riamos balançando uma Arruda com seu cheiro pleno de  personalidade.
A palavra é o que faz acontecer, e se inicia no pensamento... Nada sai da boca, que de uma forma ou de outra, não  tenha passeado na mente e sido influenciada pelo sentimento, saiu a palavra indevida... Não quis dizer isso, pode-se afirmar, porém lamento, mesmo não querendo, falou o que pensou. Saiu mal, tropeçou na elegância ou na delicadeza. Mas só  saiu porque pairou no imaginário, estava lá... Muitas vezes nem desejamos que ali esteja, mas...
João 1:1 diz: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." VERBO é  palavra que faz acontecer, que tudo cria, é a ação. Daí seu poder. Poder divino...Poder do divino em nós, muita responsabilidade, concluo com um sorriso amarelo.
Há energia em tudo o que existe e essa vibração também é sonora. Se ouça, preste atenção ao que diz sobre si mesmo e sobre os outros, se surpreenderá com a quantidade de coisas tolas que falamos sem pensar. E isso está construindo a nossa realidade. Fiquei mais atenta e estarrecida comigo, já me peguei me auto criticando com duras palavras. Precisei respirar fundo para não trazer mais peso para minhas costas, afinal, estou em processo de construção, ainda dou umas boas "vaciladas", mas... vou me organizando e ando só falando bem de mim e escolhendo ver o melhor nos outros para que de mim, só saiam bênçãos, conto com a sabedoria do tempo, que está sempre a nosso favor...
Entendendo agora, mais claramente, meu poder de mudar minha situação, para melhor e as vezes para pior, que é o que não ando querendo fazer. Só quero abundância e amorosidade!
Recorro a outra passagem bíblica  “Disse Deus: Haja luz; e houve luz". Forte! Pois é... faz  acontecer, tá lá nas escrituras sagradas, portanto, cuidado com ela. Traz luz ou escuridão... A decisão é nossa!
Como fiz algumas citações bíblicas e não quero me indispor com minha nova amiga Giovanna, que se declara despudoradamente ateia, cito Jean-Paul Sartre que escreveu um livro exclusivamente sobre palavras, numa autobiografia cultural, seu ateísmo histórico e inspirador nos traz a mágica dialética das palavras que se transformam em chicotes certeiros. Teistas e ateus se dão muito bem, quando abaixam a espada e entendem que a grande beleza do mundo está exatamente em sua diversidade...
O princípio do poder da palavra é foco de estudo mais aprofundado e científico na PNL:  Programação Neurolingüística, que estuda os padrões programados por nós mesmos, criados pela interação entre o cérebro, a linguagem e o corpo.
Lança olhar criterioso sobre como o cérebro é e como a mente funciona, como criamos nossos pensamentos, sentimentos, emoções, linguagem e comportamentos de forma intencional...ou não. A química do corpo responde e as vibrações do poder do Universo cuida do restante...
Conscientes disso podemos reprogramar nossas estruturas. Bom saber isso para ficarmos atentos. Somos sempre responsáveis por nós mesmos, exclusivamente por NÓS mesmos.
Joan Manuel Serrat traz pura poesia na linda  sonoridade espanhola, língua de "mi mama": "Caminante no hay camino...se hace camino al andar..." Construímos o caminho andando, fazendo,  FALANDO...cuidemos mais da palavra. Algumas trazem peso simbólico negativo. Quem sempre traz para a boca palavras de derrota, atrai para si a própria derrota. "Quem planta vento colhe tempestade" diz o dito popular. Ando atenta...sugiro que façam o mesmo... Juntos somos força, força essa capaz de mudar o mundo, acredito piamente. Que de nossos lábios saiam sempre palavras de gratidão e prosperidade, para que, dessa forma, possamos atrair boas vibrações e abundância divina.
Chuva de bênçãos para todos e todas que estão cuidadosos com o que sai da sua boca, sejam abençoados também os pessimistas e os que usam a palavra como instrumento de dor, contra si mesmos e contra os outros, estes sim precisam de muitas bênçãos.

sexta-feira, 31 de março de 2017

Sobre fazer o SEU melhor...

"
Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio..." diz  Heráclito e continua filosofando: "pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou." Pois é...
Esta semana lembrei  de um bate papo de shopping,  essa lembrança serviu de base para nossa conversa de hoje, e nos trouxe o  obscuro pré-socrático pensador Heráclito.
Falávamos sobre a nossa impossibilidade de fazer melhor quando só podemos fazer o que fazemos.
A questão do rio me vem a mente agora. O rio vai passando...
Naquele momento no shopping eram pessoas se auto  admoestando... a auto crítica imperava na conversa. Afinal todos nós, de uma forma ou de outra "mandamos mal" quando em vez... De repente, percebendo o desânimo que começava a imperar, digo, desse meu jeito intempestivo: - Pode parar! Nós fazemos o que "dá pra fazer", ainda não somos anjos. Todos rimos e resolvemos parar com o auto julgamento e condenação certa.  
Seria arrogância de nossa parte exigir dos outros e de nós mesmos, ações ilibadas, na medida que ainda estamos construindo esse nosso melhor. Afinal o rio passa com suas águas turvas pós chuva, mas depois vem límpido como raios de luar... nós também, como o rio, temos nossos dias luarizados e dias trevosos.
A chave é trabalhar o perdão, principalmente o auto perdão. Se não focar primeiro em você, se perdoando sinceramente, ficará sem estrutura para sustentar o perdão ao outro. Será superficial e frágil.
Durante meses fiquei ruminando uma atitude minha que não foi das melhores. Mas de acordo com a situação e o contexto, eu, na  minha espanholice paraibana, não poderia agir diferente. Fui provocada e respondi como podia naquele episódio: fui Eu! Poderia ser melhor? Sim! mas não consegui ser...Depois que assisti ao "Encontro com Gasparetto 15 - Culpa" comecei a me liberar desse desconforto, mas levou tempo.... Fiz o que fiz, falei demais,  zanguei e reclamei e pronto, fui eu, fazendo o que podia fazer naquela situação e naquelas circunstâncias. Mas foi difícil me perdoar, ando cuidando de mim com carinho, pois a culpa faz muito estrago... Faz você não se sentir com merecimento para nada. Sem contar que Louise Hay atribui as dores em geral a esse processo auto culposo. "Perdoa que a dor passa", afiança a sábia senhora.
Acredito no poder da mudança e da dialética  como enfatiza o rabugento Heráclito com suas máximas do "tudo flui". E flui...Procuro ser cordata, gentil e simpática mas... nem sempre dá pra ser "fofa"...as vezes também sou rabugenta...
Sugiro hoje Floral de Manacá cheiroso, interessante para limpar o que está nos consumindo em nossa mente. Limpando e abrindo espaço para o novo... seu poder interior, o seu melhor...
A questão é fazer o SEU melhor, não o melhor do vizinho, nem do amigo, muito menos dos ícones da virtudes... ainda não dá pra mim... e também não para uma grande parte das pessoas que convivo. Somos todos andarilhos na estrada da melhor forma de ser...
Mas não somos os mesmos do passado e fazemos diferente sempre que conseguimos...
Claro que quando olho para trás vejo que "Se fosse hoje..." mas não era hoje, era aquela época em que lancei mão dos recursos que dispunha. Recursos possíveis sendo tecidos a cada dia, fio a fio...
Quando nos culpabilizamos, abrimos brecha, além da culpa,  para a tristeza e essa tristeza do mal feito do passado, pode nos tirar a alegria de viver e a possibilidade da mudança. Então, digo para todos nós, parafraseando modernamente o grande Jesus de Nazaré: Eu não vou te condenar, vai nessa, e vê se "manda mal" menos vezes... ok ok!!!! "Podexa" Vou me esforçar.. 
Ilustro com olhar da minha cidade:  Niterói. São Francisco é uma delícia, até o nome lhe cai bem...
E é óbvio que nos esforçamos, caímos tantas vezes no mesmo buraco que aprendemos, a duras penas, a contornar o buraco, que não tem culpa também de ser buraco, é o que é...
Xi, estou demais hoje na filosofia.... mas tudo bem, é o que dá pra ser hoje...
Chuva de bênçãos para todos nós com nossa capacidade de mudança, para nossa capacidade de auto absolvição e principalmente pela nossa insistência em viver...viver bem...apesar de...

terça-feira, 21 de março de 2017

SOBRE CRIAR EXPECTATIVAS...

"A expectativa é o maior impedimento para viver: leva-nos para o amanhã e faz com que se perca o presente."
O sábio Sêneca afirma categórico que perder o presente é um grande impedimento para a vida vivida. Sobre EXPECTATIVA é nossa conversa de hoje, generoso ser que me lê, de preferência sem grandes expectativas...
Esta semana acordei e fui dar  bom dia para minhas plantinhas,  elas estavam felizes pois tinha chovido muito. Todas presenteadas com lindas gotículas transparentes, estava uma beleza de se ver.
De repente tomei um susto de surpresa boa: no meio das muitas amigas tinha uma despontando toda faceira. Era a bela dormideira. Fui rápido pegar o celular para registrar a visita inesperada.
"Dorme, dorme,  Dormideira, pra acordar segunda-feira..." diz a cantoria infantil...
Ela surge espontaneamente: a linda "Mimosa pudica" com sua capacidade de promover o crescimento de células saudáveis, trazer coragem e confiança. Oba! seja muito bem-vinda! Ótimo floral, muito boa erva de se ter por perto. Fernando Fratane sempre diz que se nasceu ali perto de você, tem uma razão de ser... sinta... reflita... perceba...
Pois é... receber com contentamento e amorosidade o que vem é sempre uma forma de estar aberta para a prosperidade do Universo, que é pleno de generosidade e abundância...
Ah, gosto de reticências, elas abrem espaço para muito mais do que aquilo que foi dito...
Esse pequeno evento da Dormideira  trouxe uma reflexão interessante para mim: a questão da expectativa.
Nesse assunto sou pós graduada reprovada como a maioria das pessoas que conheço. Das pequenas as grandes expectativas ainda não nos livramos.
A meteorologia indica frente fria, coloco a sombrinha e uma echarpe na bolsa, faz um calor imenso e eu com peso extra me sinto traída pela meteorologia: expectativa!
Aquela pessoa agiu mal e acreditávamos tanto nela, ficamos em crise de frustração: expectativa!
Se o ser amado não adivinha que queremos  paparicos e pequenas gentilezas e nos deixa esperando uma ligação ou qualquer outra coisa, aí vem a decepção: expectativa! 
Se uma amiga desmarca compromisso em cima da hora,  ficamos zangados: expectativa!
É claro que ninguém gosta de levar "bolo" mas a questão é o peso que se dá. Não rolou? Fazer outra coisa e aproveitar, simples assim...
Estamos sempre esperando algo e muitas vezes com peso descomunal. Esse dia será ensolarado, esse relacionamento será especial,  esse emprego será excelente, essa amiga vai me atender e entender plenamente... criamos expectativas excessivas e nos decepcionamos cotidianamente. Isso acaba por tirar a alegria de viver as boas coisas da vida.
Se o amor vem é o amor possível, se o emprego vem é o emprego possível, a amiga é aquela possível, sempre o que vem é o melhor para nós, se não nos der prazer, dará lições...
A questão não está no tempo, nos relacionamentos, ou no emprego, está em nós... 
Liberar as expectativas e aceitar o que se manifesta é a chave da alegria e contentamento, tenho aprendido isso a duras penas, mas tenho aprendido...
A palavra  EXPECTATIVA  vem do Latim EXSPECTATIO: “espera, antecipação”.
Antecipar é prudente para os projetos, mas imprudente para o viver cotidiano.
Saborear um dia de cada vez, aceitando o que vem, se liberando das expectativas excessivas que frustram e trazem dor e sofrimento, esse é o aprendizado de hoje.
Chuva de bênçãos para a linda Dormideira que chegou sem nenhuma expectativa e já se foi... ficou só um dia... deu o seu recado e eu entendi muito bem...
Chuva de bênçãos para todos nós que estamos no processo de evolução e construção constante, desejosos de sermos seres humanos melhores... sem grandes expectativas de saltos impossíveis...

sexta-feira, 17 de março de 2017

SOBRE O SILÊNCIO...

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." Mais uma pérola de Einstein. A turbulência mental e a profusão das palavras tiram de nós a possibilidade de grandes descobertas íntimas. O excesso de estímulos nos impede de ver nossa essência espiritual. A vida material é linda e se completa com o despertar do imenso universo interior que está dentro de nós. O sol é bom, mas a lua traz uma leveza...
Quando nós excedemos no torvelinho das  inúmeras ofertas tentadoras de movimento externo, perdemos possibilidades preciosas de silenciar e olhar para dentro, podendo ter insights maravilhosos.
Sempre fui tagarela, desde pequena tive resposta pronta para tudo. Sempre muito  argumentativa e questionadora, deixava meus pais de saia justa por vezes. Isso me perseguiu  como característica ao longo do tempo. Ainda está em mim essa porção verborrágica. Se ficar tensa ou me sentir de alguma forma pressionada ou ameaçada, aí desembesto a falar absurdamente, mal dá para respirar,  mas... a maturidade... ah maturidade... Tenho percebido a potência da Lei do silêncio.
Precisei de mais de meio século para aprender a valorizar os momentos de ficar calada.
"A palavra é prata, o silêncio é ouro." Dizem ser um Provérbio Árabe, hoje estou aderindo! Quero sentir cada vez mais essa energia poderosa do silêncio.
Como o assunto permite e eu já gosto,  abuso das frases de efeito e ditos populares. Tem uma dessas frases que sempre me faz rir, atribuída ao escritor Maurice Switzer: "É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida."
A palavra sempre pode ser usada a nosso favor ou contra nós. O mal uso da palavra já causou inúmeros males. Sei bem disso, já fui mal interpretada, e também muito bem interpretada e deu confusão. Algumas vezes até difícil de consertar. Mas... acertamos o que podemos e o restante... entregamos a sabedoria do Universo que sempre dá o ajuste final. Afinal o tempo é silencioso...
Estou iniciando na prática da Lei do silêncio, aluna repetente que vai fazer a lição mil vezes, porém do meu desejo sincero, nasce um botão pequenino, um pequeno embrião, mas está aqui e sua existência revela o que virá: alguém que sabe silenciar. Por agora é forçado, não é natural a palavra ainda fica presa na garganta. Mas conto com a sabedoria do tempo para ser meu aliado. 
Pego emprestado esse "PEQUENO ESCLARECIMENTO" do lindo Mario Quintana que me envolveu na calidez e na delícia de ler algo bom e doce: "Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio... Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês."
Chuva torrencial de bênçãos a humanidade inteira que mais fala do que cala, mas que se constrói evoluindo, errando e acertando. Agora, silêncio...



quinta-feira, 9 de março de 2017

Gratidão é uma boa pedida...

Entrego, Confio, Aceito e Agradeço!
Ontem zapeando na TV, meio jogada no sofá, ouvindo a chuva que caia torrencialmente, ouvi um diálogo num filme não sei qual, com os atores não sei quem, eu queria só descansar em frente a TV. Mas o texto dito ficou, personagem zangado com uma ingratidão, planejava vingança. Mudei o canal, "texto batido" pensei... mas a gratidão/ ingratidão, tema que me encanta, veio para reflexão.
Gratidão não se cobra, nem se espera, penso eu, vem de quem já  pode ofertar. Quando fazemos algo esperando gratidão já começamos mal. Oferecer algo para quem quer que seja, só é bom de verdade, quando alegra o coração de quem dá. Aí quem deu fica tão bem que não deseja retribuição. Se vier, aí vale agradecer, mas se não vier... tudo bem, não tira a alegria da doação.
Também existe a dificuldade em receber, talvez seja por não se sentir com mérito para receber, pode ser que seja por orgulho, vaidade ou medo. Receber te liga a quem dá. A palavra "obrigado" como forma de agradecimento tem sua origem no latim "obligatus", particípio do verbo obligare, ligar, amarrar. É uma forma abreviada da expressão "fico-lhe obrigado", ou seja, "fico-lhe ligado pelo favor que me fez", vi no Google conferindo uma informação recebida, receber algo te liga num nível sutil a quem doou. Receber também é uma habilidade a se aprender. Para mim receber é mais difícil que dar. Exige real humildade...Estou exercitando!
Aqueles mais amadurecidos fazem o bem pela alegria e prazer que esse "dar" oferece.
Muitos, ainda imaturos,  usam a doação como ferramenta de manipulação, aí vem cobrança. Como te dou e você não me dá????
Claro que a Lei da abundância se potencializa com a dinâmica "dar e receber",  porém alguns ainda não sabem dar, e se dão, cobram. E cobrança enfraquece enormemente as relações em todos os níveis.
Ser grato pode parecer simples mas não é, muitas vezes, o imaturo recebedor encara como obrigação o que é gentileza. E nem consegue agradecer.
Agradecer pode ser difícil.  Simone, minha amiga, diz que não é difícil, é trabalhoso. E nós fugimos um pouco daquilo que nos dá trabalho por dentro. São as resistências as mudanças,  normal...
Tanto é trabalhosa esse habilidade da gratidão que Jesus, Grande Professor , se debruça e nos oferece lições sobre o tema na "Cura dos Dez Leprosos"  presente no livro de Lucas, intelectual que muito admiro, no capítulo 17 versículos 11 a 19, ali nos mostra  a dificuldade dessa gratidão. Tomemos aqui a passagem bíblica:
"O caminho do vale do rio Jordão era o mais seguro e usual entre os judeus, para se fazer tal percurso. A caminho de Jerusalém, Jesus passou pela divisa entre Samaria e Galiléia.
Ao entrar num povoado, dez leprosos dirigiram-se a ele. Ficaram a certa distância e gritaram em alta voz: - Jesus, Mestre, tem piedade de nós! Ao vê-los, ele disse: - Vão mostrar-se aos sacerdotes. Enquanto eles iam, foram purificados. Um deles, quando viu que estava curado, voltou, louvando a Deus em alta voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Este era samaritano. Jesus perguntou: - Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove? Não se achou nenhum que voltasse e desse louvor a Deus, a não ser este estrangeiro?  Então ele lhe disse: - Levante-se e vá; a sua fé o salvou."
Pois é, tendo recebido o benefício, rapidamente se esqueceram de quem havia propiciado tal façanha. 10 foram curados, 1 voltou. Se fosse simples voltariam os 10 em revoada. Mas não... Gratidão é sinal de disponibilidade emocional, é sinal de reconhecimento e devoção. Temos dificuldade em agradecer pois temos dificuldade em nos curvar. Ainda somos orgulhosos e imaturos. Ok...ok ...Ainda estamos em construção!
Sugiro a leitura do post que enfatiza a fala do professor Hermógenes do início deste meu post: "Entrego, Confio, Aceito e Agradeço."
Regina Tavares escreve, ela tem uma meditação no YouTube chamada "abundância divina" que eu faço com frequência. Neste post comenta cada uma destas palavras e fecha, claro com a gratidão.
http://hooponoponomentelivre.blogspot.com.br/2014/06/entrego-confio-aceito-agradeco.html?m=1
O mais interessante é que quando valorizamos algo e vibramos nesta direção trazemos o que vibramos e valorizamos. Agradecendo mais motivos teremos para agradecer.
Quem exerce constantemente a gratidão acaba tendo motivos para agradecer mais e mais. A abundância vem, pois a sintonia está no Bem.
Lembrei agora de um dito popular: "Quem procura, sempre acha, se não um prego, uma tacha." Então se ficarmos nos queixumes e reclamações vão aparecer mais motivos para reclamar. É uma questão de sintonia vibracional.
Vibrar no Bem atrai o Bem, vibrar no mal atrai- se o mal. A Programação Neuro Linguística - PNL já fala sobre isso é dá dicas incríveis. Mudemos os pensamentos,  as palavras, as ações e tudo vai mudar na vida. Já testei e vi funcionar. Escrevo para que eu mesma use esse expediente no cotidiano da minha vida para atrair prosperidade, abundância e paz. Afinal só vamos para onde nos levam nossos próprios passos...
Chuva de bênçãos em gratidão ao Pai Maior  que nos deu a vida para ser abundantemente vivida. Gratidão! Gratidão imensa!

domingo, 5 de março de 2017

"Viver é melhor que sonhar..."


Estação das barcas, entro, são 12h02. Descubro que a barca acabou de sair. Domingo pós Carnaval: "mas já acabou o Carnaval." Penso enganada, o bloco no Centro do Rio diz exatamente o contrário. O Carnaval ainda aqui está.
A próxima barca 13h. Ok ok, vamos relaxar, falar no Whatsapp, curtir no Facebook e escrever. No face uma música me traz inspiração, ou pelo menos estimula meu desejo por escrever. "Viver é melhor que sonhar.." lembro da inquieta Elis interpretando de um jeito "tudo de bom". Cantarolo e penso: "Fiz isso neste Carnaval...Vivi...". Sou muito grata pelas belas companhias que tive o privilégio de conviver. E estou  de bem comigo, vivendo e deixando as atividades oníricas para o repouso noturno do sono.
Vivi uma boa realidade, a realidade possível de ser vivida e estou feliz por ter aproveitado essa semana indo daqui para ali. Abri o coração, estou viva e gosto dessa vida vivida.
Agora indo para Niterói, minha terrinha eleita e querida, sinto uma brisa de alegria. O tumulto dos carnavalescos que resistem a ideia de abandonar a folia, conduzem meu olhar amorosamente para quem está vivendo e não sonhando. Claro que do alto da minha madureza, vejo muito de sonho nesta alegria regada a cerveja. Mas observo sem julgamento, cada um sendo o melhor que pode ser.  "Uma vez Flamengo sempre Flamengo" canto mentalmente acompanhando o coro, sorrio pois sou botafoguense, mas tudo certo, o clamor coletivo contagia. Fogooooo, penso depois de acompanhar o hino do time transformado  em marcha carnavalesca. Uma jovem com chapéu de jacaré sacode o corpo enquanto tecla com a velocidade dos jovens as teclas do celular. Eu que também teclo, vejo com bons olhos essa dupla desconhecida de movimentos similares. Nós duas de olhos grudados no celular contagiadas pelo clima carnavalesco da barca, sacudindo o corpo. "Se essa barca não virar... Olê olê olê olá...Eu chego lá ..." cantam, mudando a música num pou-pourri desconexo e engraçado. Que a barca chegue, penso muito literal...
Agora neste domingo indo para o asilo, visitar meus irmãos que lá estão, levo contentamento, vibrações do bem vivido e festejado. Existe tempo para tudo, tempo para passear, festejar e apoiar quem não pode mesmo viver diferente. Os nossos velhinhos hoje me verão mais bronzeada, mais cintilante.. bom para eles e para mim...
Sinto-me bem comigo, com essa barca tumultuada e com a possibilidade de emanar vibrações de harmonia e contentamento .
Chuva de bênçãos para quem prefere viver que sonhar e sejam abençoados também aqueles que preferem o sonho. Que toda a humanidade receba bênçãos amorosas. Hoje estou muito assim..  que bom!!!!!!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Sobre as fases do Luto

Com Buda aprendemos: "Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade."

E Buda tinha muita razão. Perda traz Luto e Luto é um processo. Engana-se quem pensa que é só sobre perdas graves como a morte. Luto é momento pós perda, qualquer perda, algo que deixa um vazio. Um relacionamento findo, uma demissão, uma mudança geográfica, qualquer situação em que uma perda de qualquer natureza te exija reestruturação de vida.
Aí vem um incômodo que tem níveis de gradação, podem ser de leves até tão profundos que levam a dores físicas, dor no peito que parece um infarto, boca seca que nem toda água do mundo sacia, e por aí vai. Mas é um processo necessário e a consciência do que consiste auxilia essa passagem. Combinei de explicar esse processo.
LUTO tem fases, fui mais a fundo pesquisar e vi que a psiquiatra suíça Elisabeth Kubler-Ross foi quem identificou essas fases,  pesquisou a reação psíquica em pacientes que estavam em estado terminal. Ela também apresenta questões interessantes sobre EQM - experiências de quase morte - mas sobre esse assunto podemos conversar em outro momento. Hoje é sobre LUTO.
Ela explica em sua obra que esse processo  é  individual, porém normalmente se passa por 5 fases, vou comentar, do meu jeito, cada uma delas.
Vale lembrar que essas fases variam em intensidade de acordo com a construção psíquica de cada um,  não se dão de forma linear, muitas vezes se misturam e só se vence  uma fase quando percebemos que a outra se instalou de vez, em algumas situações pode-se nem perceber nada, pode haver uma lacuna, como se o tempo tivesse parado.
Outra questão a considerar é o tipo da perda, mais traumáticas, mais tempo nesse processo. Então vamos lá:

A primeira fase: A negação.
Essa é a constatação do fato em si, quase não dá para acreditar. Está acontecendo comigo? Perguntamos estarrecidos. Vivi isso claramente quando meu irmão partiu para a pátria espiritual, em um acidente automobilístico. "Claro que não, ele estava aqui brincando conosco, de camisa branca, não tem nem duas horas" disse eu. Negação clara. Não podia ser verdade. Meu irmão nem pensar. Não acreditei, neguei, pronto. Só acreditei no hospital, era verdade. Já vi negação de dias, pode durar mais tempo, peculiaridades individuais.

Segunda fase: A raiva.
Esse momento é muito complicado. Surge depois da negação. Palavras ao invés de consolar podem até gerar raiva. O bom senso diz que calar e ficar no apoio funciona mais que falar com quem sofre. Falemos quando a palavra nos for solicitada. É um grande exercício esse aprendizado.
Muito comum nos perguntarmos: porque comigo? Não percebi essa fase com o meu irmão,  mas com o final de um relacionamento amoroso lembro bem como fiquei raivosa. "Total culpa do outro", foi assim, quase infantil. Claro que em questões de relacionamento amoroso não cabe culpar ninguém.  Sou raivosa por vezes, uso floral para equilibrar essa tendência além do óleo essencial de limão. A raiva é uma emoção intensa e em muitos momentos pode impulsionar e desencadear processos decisórios interessantes. Mas a raiva consome muita energia, é um estado nesse processo de luto que pode promover atitudes turbulentas seguidas de exaustão.

Terceira fase: A negociação.
nessa fase acontece algo interessante, para a maioria das pessoas, Deus surge no cenário. Na negação e na raiva não há espaço para o divino. Neste "meio do caminho" , pensa-se: houve a perda, faço o que com isso? Promessas podem surgir aí para reversão do quadro. Não é uma conexão plena com o divino, é momento dolorido de barganha.

Quarta fase: A depressão.
A dor já é uma constatação inequívoca. Não dá mais para escapar. Neste momento em particular existem várias formas de encarar. No ponto extremo a pessoa "emburaca" na dor e a depressão fixa-se no corpo, havendo por vezes  a necessidade de intervenção medicamentosa. No oposto existe a tristeza,  percepção dessa tristeza profunda e os  mecanismos de auto defesa surgem para auxiliar. Lembro bem de uma perda muito sofrida, eu percebi que estava nesta fase quando vi que usei o mesmo par de sapatos por mais de uma semana. Tristeza profunda, abandono  do prazer de cuidar de si. A terapia floral foi decisiva em minha reorganização. Mas cada um reaje de uma forma e essa fase tem inúmeros matizes.

Tristeza e Depressão.
Uma vez prometi a uma leitora falar sobre essa distinção. Pago agora o prometido. Nesta fase  temos a presença dessas companheiras. Tristeza é saudável e nos traz interiorização, o que é bom. Esses momentos são bons para autodescobrimento.
Se você perde seu celular e está duro para comprar um novo, bate tristeza. Ok ok, vamos nos virar,  compramos no cartão em "trocentas" vezes, pedimos emprestado a um amigo, vamos nos articular para a ação que nos tire da tristeza. Se perdemos o emprego e disso depende nosso sustento material e nosso equilíbrio emocional,  ficamos muito tristes, gradação de tristeza maior que a perda do celular. Mas acionamos os mecanismos de defesa e entramos em contato com outros possíveis empregos, arrumamos o currículo e vamos em busca de uma nova colocação profissional. Quando saí da faculdade que trabalhei 31 anos me senti muito triste. Me peguei vários dias no caminho desse local tão familiar. Até que investir mais na minha atuação de terapeuta e consultora em qualidade de vida me tirou desse estado entristecido. Então, tristeza desencadeia uma força íntima de reversão do quadro tristonho. O ser divino que habita em nós busca o equilíbrio, busca a aceitação, busca a harmonia.
Quando o entristecimento perdura, pode ir se agravando pouco a pouco e aí sim surge a depressão. Muitos se habituam com a angústia. Por vezes só se percebe com o passar do tempo. Portanto, quando essa tristeza vai se tornando crônica e constante, por vezes impedindo a ação, vemos o processo depressivo se instalar. Quando se chega neste estado, aí sim uma intervenção precisa acontecer sob pena de paralização da vida útil da pessoa acometida por esse sorrateiro "vilão ". Na depressão não existe prazer em viver, existe um vazio imenso que nada pode preencher.

Ufa! A quinta, desejada e última fase: A aceitação.
As pesquisas indicaram que na quarta se fica mais tempo do que nas anteriores. Faz sentido.
O grande ganho da aceitação é a serenidade e a tranquilidade que surgem para levar o enlutado de volta a vida normal. Espaço vazio preenchido do que é possível.
A perda de um ente querido sempre vai ser sentida, porém  agora com uma saudade que bate a porta de tempos em tempos, essa saudade não dói mais tão profunda, fica o sentimento do vivido, as boas lembranças. Aceitação é a compreensão da finitude. Disponibilidade emocional que abre espaço para um novo relacionamento amoroso. Uma nova recolocação profissional que se aproveita da experiência anterior. Tudo entrando nos eixos com a cabeça aberta para que o fluxo de abundância do Universo nos cubra com momentos de bonança.
Pois é, momentos de tempestade, guarda-chuva de compreensão. Não podemos impedir  que as coisas nos aconteçam, mas podemos nos alicerçar de forças para que possamos sair o mais ilesos possível das voltas que a vida dá.
Recomeços são importantes e necessários para crescimento íntimo e aumento da maturidade.

Como terapeuta e apreciadora do uso dos florais sugiro que essa terapêutica seja usada para amenizar as questões e apoiar essa fase tão difícil.
Elaborei um buquê floral que denominei "SOS Harmonização Interior", neste coloco 5 flores: Rosa Branca de Jardim, Girassol, Arnica, Alfazema ou lavanda, Abóbora, Mulungu e Erva de São João. A descrição,  para quem se interessar está abaixo. Se desejar é só se manifestar. A metodologia utilizada neste Floral tem como base os princípios de Fernando Fratane e Clarice Lopes, meus mestres nesta viagem maravilhosa das flores como manifestação do divino.
Uso brotos de girassol que plantei como ilustração deste post.
Chuva de bênçãos para todos que viveram ou vivem esses momentos de perda. Que possam  exercitar a força que está dentro de nós para rumar em direção a paz.

FLORAL
SOS Harmonização Interior

1.Rosa Branca de Jardim
Traz leveza, suavidade, harmonia e equilíbrio. Branco é a cor da paz em toda sua plenitude.

2.Girassol
Para fazer brilhar nossa luz com equilibrio  sem exagero nem demérito. Somos potência e buscamos a luz para nos guiar. O amarelo traz força para o plexo solar favorecendo assim os relacionamentos

3.Arnica
Floral reestruturante, cuida das dores da alma, revitaliza e alinha nossas potências de poder e vontade. Também reforça o plexo solar com seu amarelo resplandecente. 

4.Alfazema ou lavanda
Floral que alcança o campo espiritual ampliando a força interior. Favorece a limpeza profunda trazendo  leveza. A cor violeta propicia transmutação, harmonizando todos os chacras, elevando a energia a níveis mais sutis. Floral que traz muita Luz.

5.Abóbora
Floral que esparge vitalidade e prosperidade. Atua na transformação de padrões de escassez em vibrações de abundância em qualquer área da vida, finanças, amor, saúde, vocação e espiritualidade, trazendo realização plena.

6.Mulungu
Floral que abre espaço para o autocontrole, autodomínio e equilíbrio. Tranquiliza e acalma. Ameniza   sentimentos turbulentos. Traz tranquilidade e lucidez. Usado para obter foco nas atividades intelectuais estimulando  a concentração. A cor vermelha vai aproximar da sensibilidade criativa em todos os aspectos da vida material, fazendo a conexão com o telúrico e o cósmico que habita em nós. Essa cor estimula o chakra básico trazendo  enraizamento,  sensoriedade,  estar no "aqui e agora".

7.Erva de São João
Afasta os medos inconscientes e sonhos inquietantes. Oferece confiança para saber que tudo esta bem e que estamos  protegidos pela Luz Maior. Antidepressivo natural,  traz alegria e contentamento, promovendo a cura da alma que sofre.




quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Sobre angústia

Shakespeare pode ter dito: "Um fogo devora um outro fogo. Uma dor de angústia cura-se com outra."
Perfeito para o dia de hoje. Quero falar disso. O quadro "O Grito" do pintor norueguês Edvard Munch me capturou na adolescência, a aparência de angústia dessa obra de arte combinava comigo nas crises adolescentes. 
Hoje, eu angustiada no colinho amigo do querido Rodrigo, ambos confidentes, contando  nossas mazelas vividas... ambos angustiados, motivos diversos na mesma raiz: existimos!
E a existência é por si só...angustiante... de quando em vez... viva ao relativismo e ao paradigma quântico que nos liberta para irmos fundo nesse falar sem linealidade, estou uma angustiada confusa e confessa, hoje...amanhã? não sei... sentimentos assim passeiam em mim mas não fazem morada, sou uma otimista contumaz...
A angústia desse GRITO de LEGO me capturou de outra maneira. Era "O grito" mas era  "outro grito" que nos fez sorrir, era a marca criativa e divertida do artista Nathan Sawaya  na exposição "The Art Of The Brick".
Em alguns momentos ele vinha com peças como essa e outras...cortantes, doídas, profundas,  mas era LEGO, muitas crianças de todas as idades lá estavam enternecidas. Via-se nas expressões sorridentes, de poses ao lado das peças coloridas de criação quase lírica, um lindo bailar lúdico profundo.
Era uma profusão de cores contagiantes,
não conseguimos Rodrigo e eu deixar de perceber cada pecinha do alegre material. Era o LEGO, divertido, interessante em suas multifacetadas possibilidades.
Linda exposição, linda companhia, andamos de braços dados, fotografando, rindo, quase chorando, enfim gostando do belo Museu Histórico Nacional, gostando um do outro.
Mas a angústia ia e vinha, passeando brejeira em nossos corações.
Angústia é que nem qualquer coisa: dá e passa e quando temos a possibilidade de dividir, o fardo fica leve, bem mais leve.
Neste momento chove em Niterói, a luz acabou e eu, de varanda, sentada no chão, escrevo... escrevo...
A luz volta, pessoas comemoram, gosto dessa comemoração de volta da luz, sempre me faz sorrir.
A casa se ilumina me chamando para o frescor do ar condicionado, pois calor e angústia é coisa demais para uma quinta-feira de Janeiro,  mês de recomeço.
Chuva de bênçãos para todos que, como eu, tem seus dias nos braços das trevas da angústia. Mas amanhã o sol brilha novamente, um novo dia vai surgir trazendo vida. Essa vida eu abençoo e agradeço. Chuva de bênçãos para a humanidade inteira.


domingo, 8 de janeiro de 2017

SOBRE SAUDADE

"O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando”.
Guimarães Rosa me fornece a deixa... vamos vivendo e mudando. Vivendo e mudando... Vivendo... Porque hoje é domingo... as reticências querem sair... Hoje acordei saudosa... Saudosa do que vi, vivi e fui... mesmo em paz com o que vejo, vivo e sou..
Saudade é uma palavrinha doida e doída... Muitas vezes, um que de nada traz uma saudade escondida, uma vontade de fazer virar as luzes da alegria. Uma pitada substancial de tristeza num manancial de boas lembranças.
O que é saudade senão um lembrar do que foi, trazendo para o agora? Saudade é lembrar detalhes... se perder nesses detalhes.
Existem muitos tipos de saudades.
Saudades da carícia da mãe, do gosto de bolinho de chuva das tardes frias com chocolate quente e de nós quatro debaixo do cobertor que tenho esburacado até hoje. Isso é saudade...
Saudades do cheiro do colo da mãe que era mistura de tempero e do pai me levando para cama no colinho. Saudade de um croquete esquisito que minha mãe fazia. E das obras de arte que meu pai encontrava nos matos e levava para casa para passar verniz. Saudade...
Saudade das brincadeiras de pique esconde que acabavam em briga entre irmãos. Saudade desse irmão que sabia trocar lâmpadas como ninguém e que fazia piada da minha incompetência para dirigir. Saudade...
Saudade do amigo que me acompanhava nos programas que só nós gostávamos. Amigo de segredos profundos, melancólico e de bom ouvido. Nós líamos a revista programa do Jornal do Brasil e procurávamos o que fosse gratuito, pois vivíamos duros dividindo lanche. Saudade...
Estes já partiram para a pátria espiritual mas eu sinto falta dessas pequenas coisas que nos vinculavam, que apertavam laços, sinto falta mesmo, mas é sem dor... Saudades muitas de Camila, Genaro, Camilo, Gilmar e de muitos outros que me fizeram quem sou...
No tocante aos muito vivos em trânsito no mundo, lembro com saudades de muitas coisas boas...
Saudade presente é te procurar ao meu lado e tocar suas costas com minhas mãos, de ficar junto, tomar café na padaria e ver programas despretensiosos na TV. Pois é,  sou saudosista entre outras tantas coisas que sou...
Lembra daquele dia em que não  conseguiamos parar de rir daquela bobeira?  
Lembra daquele  dia em que nós... Lembra desse outro que você... e naquele dia em que eu fiz... E vai por aí... Zeca Baleiro canta: "Se tudo passa como se explica o amor que fica nessa parada ...Amor que chega sem dar aviso...Não é preciso saber mais nada..." Pois é... Saudades...
Tambem sinto saudade daquelas turmas barulhentas que me exauriam, eu tentando evitar que colassem, sabendo que colariam mesmo assim. Mas eu lembrava de professores que insistentemente chamavam meu nome para que eu pudesse parar de falar. Aí entendia tudo, professores sendo professores e alunos sendo alunos, tudo muito lindo... Saudades...
Saudades muitas de pessoas especiais que me ensinaram e aprenderam comigo e que se perderam na roda do tempo. De muitos cafés intermináveis com pessoas deliciosas. Da Dani que não vejo nunca, do Eduardo que está lá longe.... Saudades... Da Ana Paula aplacamos a saudade esta semana numa praia recheada de conversas e saímos bronzeadas de prazer...
Que bom que existem as redes sociais pois muitas preciosidades eu tenho como amigos no Facebook e no Instagram. Nos vemos nos planos virtuais da existência...
Saudade é lembrar e se possível sofrer pouco, lembrar com alegria o que foi possível viver.
O anteparo da saudade é a esperança. Que possamos nutri-la com desvelo e com carinho. Novos momentos serão vividos e deixarão um rastro de saudade, que venham esses momentos e suas posteriores saudades...
Chuva de bênçãos repletas de ESPERANÇA para esse ano novinho, que possamos parar de reclamar do calor, valorizar e viver intensamente cada dia. Namastê!