Toda
nossa vida é afetada por condicionantes espaço-temporais, o local onde vivemos
e a época determinam como conduzimos nossas vidas. A alimentação também recebe
a influência direta destes condicionantes. É historicamente construída e este fazer
histórico, ao longo do tempo, veio nos afastando da natureza que é a nossa
grande fornecedora de alimentos.
Eu, filha
de uma espanhola com um paraibano, tive uma construção intensa e diversificada.
Meus pais se organizaram para que a alimentação familiar atendesse as duas
culturas tão peculiares. Aprendi a comer de tudo sem reflexão, fazendo misturas
quase inacreditáveis. Uma maior consciência alimentar veio aos poucos.
A mídia e
as próprias informações oferecidas pelos profissionais são diversas e contraditórias.
Um alimento hoje é herói, amanhã vilão. E os alimentos da moda invadem as
propagandas e levam nosso orçamento a bancarrota. Muito do que a mídia apregoa com a desculpa de agilizar
nosso tempo deteriora nossa saúde.
A ida ao
supermercado por conta da propaganda acaba nos desviando do setor de hortifrut
e nos conduzindo aos enlatados, empacotados, congelados e a toda (má) sorte de
comidinhas ricamente embaladas, coloridas, enfeitadas, arrumadas exatamente
para nos induzir ao erro.
É sabido
que os alimentos tem o poder de curar e adoecer o corpo e também a mente.
Existem alimentos que nos acalmam, nos agitam e alteram nosso humor.
Um grande
ganho que obtive e que ajudou a formar minha consciência alimentar foi o conhecimento
da CLASSIFICAÇÃO ENERGÉTICA DE ALIMENTOS que li em vários lugares e que foi
montando meu suporte para a definição de minha conduta alimentar.
Li pela
primeira vez no livro "Você sabe se desintoxicar?" do grupo auto
denominado Dr. Soleil, depois no site do Terrapia http://www4.ensp.fiocruz.br/terrapia/ e por fim no livro “Alimentação
viva e ecológica” de Ros’Ellis Moraes. Indico que explorem estas três fontes.
Eu senti
que uma cortina havia se dissipado. Li e reli. Estas ideias são, hoje, a base
de minha alimentação, e vou compartilhar com vocês agora.
A
Classificação energética dos alimentos foi elaborada por Szekely que pesquisou
as formas de cura pela alimentação das comunidades do povo Essênio. Esse povo é modelo de conduta e saúde.
Esta classificação divide-se
em quatro categorias, considerando o grau de vitalidade contida: Biogênicos,
Bioativos, Bioestáticos e Biocídicos. Estes dados fizeram toda a diferença em
minha vida na seara alimentar. Vou descrever cada um:
1. Alimentos Biogênicos
Esta
categoria "gera a vida". São apontados como a base qualitativa da
alimentação. "No início de seu crescimento, as plantas são extremamente
ricas em substancias que reforçam a vitalidade das células." Diz Dr.
Soleil. O site do Terrapia vai trazer uma enormidade de sementes e brotos que
entrarão diariamente no nosso prato. No desjejum tenho sempre uma semente ou
broto para iniciar bem o dia. Faço isto em casa e mesmo quando viajo. Já me
organizo com as sementes mais fáceis de germinar. Já é de praxe eu ter na minha
bolsa um pote com sementes. Vou ensinanado pelo caminho.
Os
alimentos germinados, sementes e brotos são aqueles que estão no topo da
pirâmide, seguidos por todo alimento vegetal de preferência fresco e se
possível orgânico que serão comentados na categoria abaixo. Já entendi que
gastar com alimentos orgânicos faz com que eu economize na farmácia. Quando posso e encontro, eles estão no meu prato.
2. Alimentos Bioativos
Em
parceria com os alimentos que geram vida temos a base quantitativa de nossa
alimentação, são aqueles que ativam a vida e que constam dos grãos, frutas, legumes,
hortaliças, e tudo que vai ser consumido sem processo de cozimento.
A água neles contida é estruturada e garante o bem estar em todas as fases da
vida.
Estas
duas categorias são a base da ALIMENTAÇÃO VIVA preconizada pelo Terrapia.
3. Alimentos Bioestáticos
São
considerados assim todos os alimentos que passaram pelo processo de cozimento.
A água estruturada que alcaliniza e ativa a vida se desestrutura e vai causar
doenças quando utilizados sem critério e sem responsabilidade.
Os
processos de armazenamento prolongado, refrigeração e congelamento e mesmo o
processo de cozimento vão reduzir a força vital do alimento, assegurando apenas o
funcionamento mínimo de nosso corpo, provocando adoecimento, envelhecimento e
processos degenerativos.
A
nossa cultura coloca estes alimentos como o centro do nosso processo alimentar,
quando na verdade são apenas complemento, tendo a função de nos manter vivos.
É
divulgado que quando mais se cozinha um alimento mais se tira dele o seu poder:
vitaminas, minerais, enzimas etc. e tal. São alimentos que exigem muito esforço
para os processos de digestão e eliminação.
Não
tenho a intenção de abolir estritamente todo o alimento cozido, porém diminuir
sua quantidade para que alimentos Biogênicos e Bioativos sejam a base e o
centro da nossa mesa. Que as saladas sejam os pratos principais, abolindo, se
possível, ou diminuindo os alimentos de origem animal.
Uma
refeição necessita ser colorida e priorizar o cru, esta é condição essencial
para uma boa saúde e distância dos remédios.
4. Alimentos Biocídicos
Estes
sim destroem a vida e devem ser diminuídos em nível máximo. Os pós-brancos
estão incluídos neste pacote: sal e açúcar branco, além das frituras, aditivos e
substitutos químicos, são apenas alguns exemplos.
Estes
alimentos tem sua força vital destruída por processos artificiais e na sua
maioria tem poder de nos deixar dependentes.
Ler
os rótulos dos alimentos foi um hábito que tirou da minha vida muito do que eu
consumia sem pensar. Os conservantes, acidulantes, corantes e adoçantes
sintéticos aparecem em quantidades impressionantes.
Uma
atenção especial é dada também aos alimentos que foram modificados
geneticamente e que as consequências a longo prazo são imprevisíveis.
No
livro "O sabor da harmonia - receitas ayuervédicas para o bem-estar"
de Laura Pires tem um capítulo dedicado aos "alimentos que não existem"
que me chamou muito a atenção. Ela diz "são todos aqueles que passaram por
algum processo em que foram adicionadas substancias químicas, seja para
aumentar sua durabilidade, seja para realçar ou criar sabor (...)"
São
todos estes Biocídicos, por exemplo: margarinas, sorvetes, doces e balas artificiais,
refrigerantes, entre outros.
O
crescimento das doenças degenerativas tem vindo como uma comprovação do poder
nocivos destes alimentos. É só parar e observar. Perceba seu corpo e veja o que
ele está dizendo.
Aprendi a fazer substituições valiosas em
minha vida com produtos que a natureza oferece.
Suco de maça e geléia de tâmaras e figos são meus adoçantes no dia-a-dia.
Outras dicas e truques venho aprendendo e ensinando na medida em que
rompi com a alienação e passei a assumir as rédeas de meu processo alimentar.
Hábitos pouco saudáveis foram sendo
substituídos por alimentação consciente, alimentos nocivos consumidos diariamente viraram artigo de
festa. A saúde agradece, o corpo fica mais leve com seu funcionamento a pleno
vapor, a medicação diminuí gradativamente até desaparecer e uma maior disposição e bom ânimo
assume de vez seu lugar na nossa vida.
Finalizando, deixo aqui uma reflexão da
Brahma Kumaris:
PODER DE DISCERNIR
Discernir é o poder de distinguir entre
verdade e falsidade, certo e errado, real e ilusório, benéfico e prejudicial. É
o poder da clareza de ver com diferentes olhos, ouvir com diferentes ouvidos. É
sobre confiar no EU mais elevado, mesmo em face de opiniões contrárias. É o
poder de escutar minha verdadeira consciência - a voz da alma - sem ser
colorido por dúvidas ou preconceitos. É ver tudo e escolher o que
é certo, genuíno e verdadeiro. É confiar nos poderes intuitivos. É usar o sexto
sentido, mesmo que este não esteja em conformidade com o sistema de crenças
vigente.” www.bkumaris.org.br
Bênçãos
para todos e todas que estão assumindo seu poder de discernir!