quarta-feira, 15 de outubro de 2014

PROFESSOR FAZ HISTÓRIA COM A ALMA.

“A Educação tem caráter permanente.
Não há seres educados e não educados.
 Estamos todos nos educando.” Paulo Freire
Profissão de doação, o magistério figura no universo desde tempos imemoriais. É doação crítica e criativa pelo oferecimento diário de quem pratica. É profissão de luta e fé. Estive transitando neste universo diariamente por mais de 30 anos e esse fervor ainda vai permanecer em mim.
Na luta do bem o professor traz o gérmen da insatisfação pelo descaso que vê com a educação. Entende que é um direito legitimo de todos e que necessita ser mais bem cuidada pelos poderes públicos e privados, pois é indicadora de sustentação cultural. Bons pensamentos tem como base uma boa educação.
Como fé, o magistério representa a esperança. A certeza de que a permanência de cada um nesta tão honrosa profissão garante a manutenção e perpetuação do saber e das múltiplas relações que se estabelecem. Relações cada vez menos centradas no poder e mais centradas no acolhimento e na amorosidade. Essa amorosidade do professor se estende a toda humanidade, é próprio da profissão amar os seres da criação e estar grato por mais um dia de alegria com os sucessos, e de resignação ativa com as incompreensões.
O professor é um intelectual modesto, sempre recorrendo a Sócrates na certeza de que nada sabe, que seu saber está sempre em construção.
Certos de que a construção da nova sociedade é obra do coletivo o professorado fica na luta e na fé, agradecido pela existência dos alunos, seres queridos fundamentais para sua existência e  permanência, professores caminham juntos, essa é sua força trazendo a semente do amanhã!
Paulo Freire afirma ainda que quem não sabe amar os seres inacabados não pode educar. Os professores sabem-se seres inacabados e o tempo todo estão buscando agregar valores e conhecimentos.
Uma gratidão especial aos professores que partilharam comigo a finalização da minha vida acadêmica, alguns estão na foto que ilustra este post e outros estão no coração. Estes companheiros reafirmam sempre minha paixão. Gratidão eterna aos professores que passaram pela minha trajetória e que me auxiliaram a construir quem sou. E, é claro, a todos os alunos que passaram pela minha vida e que me tornaram uma pessoa melhor, gratidão eterna!

Bênçãos para estes agentes de mudança, artífices do novo e propagadores da fé e da esperança. Parabéns para todos, ontem, hoje e através dos tempos. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

SUCO DA LUZ DO SOL DO BIOCHIP ENCANTA E SURPREENDE

“O trabalho do artista é aprofundar sempre no mistério”. Francis Bacon
A pesquisa sobre Qualidade de Vida sempre me leva a várias experiências vivenciais. Este período estou tendo a felicidade de transitar na PUC em seu belo espaço, com jovens colegas universitários e uma acadêmica nada convencional: Ana Branco.
A disciplina é uma eletiva do Departamento de Artes e Design da PUC do Rio e propõe um trabalho de experimentação e reconstrução de pensamento como experiência estética. O passeio metodológico é prático e teórico e envolve os alunos e a comunidade, situação em que me encontro com bastante curiosidade intelectual e interesse prático. Uma experiência que indico a todos que sentem que tem algo errado com a forma como vivemos nossas rotinas massificadas pelas estruturas capitalistas, pelo consumismo, pela industrialização dos nossos cuidados pessoais de higiene, alimentação etc. e tal.
Os sucos verdes tão popularizados aparecem aqui com a versão poética de SUCO DA LUZ DO SOL. No primeiro dia do curso Ana Branco apresenta o Projeto, faz o suco e todos podem degustar essa delícia. Os participantes curiosos e interessados não tiram o olho da mestra. Quando a abóbora crua é colocada no liquidificador, um jovem não se contém, exclama estupefato: “até abóbora?”, Ana Branco, em função de seu vanguardismo, já deve ter visto muitas vezes esta reação, apenas sorri e continua a fazer aquela poção alquímica que vem para nossas mãos cremosa, doce e intensa.
O suco é composto de maças, grãos germinados, folhas verdes comestíveis, legumes e raízes. Este suco junto com o Suco de Clorofila do TERRAPIA figuram no meu dia a dia trazendo a natureza para meu prazer e saúde.
Visite o site e participe, quem sabe, já no próximo semestre letivo: 

Os projetos TERRAPIA (FIOCRUZ) e BIOCHIP (PUC) das duas irmãs Maria Luíza Branco e Ana Branco estão fazendo história, mostrando que é possível uma mudança de paradigma na Qualidade de Vida, fazendo adeptos para seguirem esta maneira saudável, ecológica e comprometida com a natureza. Mudar é tarefa que hoje se mostra imperiosa. Indico, sugiro, recomendo. Bênçãos para todos e todas que se dispõe a aprofundar no mistério.

sábado, 20 de setembro de 2014

LENDO OS RÓTULOS COMEMOS MENOS

“Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias.” Lao-Tsé
Um fator que foi decisivo para minha mudança de paradigma alimentar, além de conhecer e incluir a alimentação viva, foi certamente o hábito que adquiri de ler rótulos. Ensinam-nos apenas a ver a data de validade e pronto.
Agora, com a perseguição ao glúten, a lista de ingredientes também passa a ser observada. Já deixei claro que não compactuo com essa demonização do glúten, e digo que em excesso até maça passa a não ser saudável. Precisamos ter cuidado, muitas vezes, o produto é sem glúten e aí entram mais produtos nocivos que desconhecemos.
Esse hábito, leitura de rótulos, tirou da minha vida alimentos que faziam parte do meu dia a dia.
Além de nunca ter sequer olhado esta direção, quando comecei, não sabia o que aquelas informações queriam me dizer. As letras são pequenas e as informações complicadas de início. Não há interesse na indústria que este hábito se propague, afinal, esclarecidos, tiramos da vida aquilo que nos faz mal. Nossa saúde ganha, a indústria alimentícia e farmacêutica perdem.
Afinal, qual é a quantidade correta de nutrientes para uma vida saudável? Esta pergunta eu ouço com frequência. Não tenho nesta questão muitas reflexões, acredito que as individualidades bioquímicas, estão para além dos padrões que se estabelecem como saudáveis.
Se optarmos por mais verduras, legumes, frutas, sementes e tudo o que a natureza nos oferece e diminuirmos o que encontramos em abundancia nas prateleiras dos mercados, supermercados, hipermercados, coloridos, abundantes e sedutores, tenho clareza de que teremos uma vida mais saudável.
Mas quando vou consumir algo industrializado, coloco meus óculos e analiso os rótulos, isso acaba por me fazer gastar menos.
Nos rótulos vemos um parâmetro que se estabeleceu como “ideal”. O rótulo apresenta o produto para nós consumidores, dizendo o que nele contem, seus benefícios e malefícios, estes sempre em maior número em se tratando de produtos industrializados.
Fiquemos atentos que as informações correspondem a porções de alimento que é usada como referência para as informações nutricionais e não a totalidade do pacote. Por exemplo, num pacote de biscoitos, a porção muitas vezes é de 4 unidades e não de todo o pacote, eis um equívoco muito comum. Na foto em anexo da “Informação nutricional” de uma massa, vemos que a porção representa um prato raso, portanto porção é a quantidade analisada do produto. Veremos os demais itens: 
  • O item VD - Valor Diário em % representa o percentual da porção do nutriente numa dieta específica descrita sempre no produto.
  • O Valor Energético indica as temíveis calorias, isto é, a energia produzida pelo corpo que vem dos carboidratos, proteínas e gorduras totais. No nosso exemplo, numa porção de 80g, ou seja, num prato raso, temos 15% do VD diário sugerido no produto.
  • Os Carboidratos nós encontramos em massas, arroz, açúcar, mel, pães, farináceos, tubérculos e doces. No nosso exemplo temos 20%.
  • As Proteínas vão nos indicar o valor deste item, no nosso exemplo 13%.
  •  O item Gorduras totais vão nos indicar a SOMA das gorduras trans, saturadas e insaturadas. As Gorduras saturadas são de origem animal, consumidas em excesso, aumentam grandemente a chance de doenças cardiovasculares. As Gorduras trans são identificadas nos produtos para prolongar sua validade e coloração, são muito ruins para a saúde como um todo, degeneração total. No nosso exemplo o nível de gordura do produto é baixo e não apresenta gordura trans, porém, como é uma massa, as combinações podem fazer o prato entrar na lista de muito inconveniente para a saúde.
  •  As Fibras alimentares estão presentes nos vegetais. Trazem a sensação de saciedade e auxiliam no bom funcionamento do intestino, auxiliam no controle das taxas de glicemia e colesterol, é comum que estes indicadores percentuais sejam baixos nos produtos industrializados.
  • O Sódio compõe o sal de cozinha e alimentos industrializados. Em excesso, leva à retenção de líquidos e ao aumento da pressão arterial. Hoje um dos nossos grandes cuidados.
  • Na Lista de ingredientes, é interessante observar, que na ordem em que aparecem você vê a quantidade colocada no produto. Os primeiros são aqueles que apresentam maior quantidade e vai diminuindo até os últimos ingredientes que normalmente são os conservantes e aromatizantes, inimigos totais.

Recentemente tentei comprar uma granola na loja de produtos naturais para incrementar um lanche rápido, quase saí correndo, em algumas granolas o primeiro ingrediente era açúcar, mesmo o mascavo na granola não deve entrar, ou pior ainda, os adoçantes artificiais que são muito inconvenientes para nossa saúde. Saí sem granola, comprei damasco e pistache.
É certo que quando você faz mudanças substanciais na sua vida e passa a usar cada vez menos os produtos industrializados, sua qualidade de vida aumenta e sua disposição é potencializada num nível máximo. Eu sou testemunha clara desta afirmação.
Protagonizei junto a uma colega um episódio interessante da dinâmica do viver, nos encontramos no supermercado no final da tarde. Esse horário é importante para meus afetos, visto ter sito criada com mesa posta para o lanche da tarde, bem a molde maternal. No caixa pagávamos nosso lanche, eu com duas bananas, uma pera e uma maça e ela com um pacote de biscoitos diet e um yogurte light e um mau humor absoluto. Eu privilegiando a natureza e a companheira privilegiando a indústria.  Meu lanche ficou mais barato, mais saudável e ainda foi socializado. A colega olhou para mim com carinha de brincadeira e disse apenas: - natureba! Sorrimos, saímos juntas tagarelando e a vida segue seu caminho.


Bênçãos para todos e todas que se aventuram na leitura dos rótulos e também sejam abençoados aqueles que ainda não estão neste momento.

OFICINA: DETOX COM SABORES E SABERES


Para além da alimentação: 
“Cada um de nós tem uma escolha: continuar a se identificar com velhos padrões ou se reorganizar. Podemos viver intensamente e crescer emocionalmente ou podemos viver uma vida que nunca muda. Se sentirmos as conexões que vão do interior de nossos corpos para o mundo exterior e da superfície para a profundidade, podemos re-experimentar essa profundidade corporal e emocional em nossa vida diária.” Stanley Keleman
As oficinas são momentos de experimentações onde saberes e sabores são vividos e socializados. Repensar nossa cultura alimentar e permitir-se outras possibilidades, que poderão refletir num dia a dia mais saudável e feliz. Bênçãos para todos e todas.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

APROVEITAR O BOM E DEIXAR PRA TRÁS

Desatar nós é tarefa hercúlea, por vezes é um nozinho ínfimo e mal apertado, por outras é corda de navio. Mas a aparente fragilidade de um e a aparente fortaleza do outro dependem apenas das circunstancias. Estou desatando um nó de mais de 30 anos, deixando para trás a vida acadêmica e indo ao encontro das outras possibilidades que me chamam, e que estão mais em consonância com o ser que me tornei. Mas vem uma melancolia e uma já saudade dos carinhos e confrontos.
Esta noite vi o tempo correr lentamente, tic tac tic tac, passando em revista meus privilegiados anos de sala de aula, docência, coordenação,  gestão em sentido amplo. Tudo que me fez ser quem sou. Deixando este ciclo no lindo local do passado, vivido entre dores e prazeres que só quem já viveu, pode dimensionar.
Foi neste ambiente que me construi e modelei a argila da minha vocação. Exercitei minha tolerância, meu respeito, minhas virtudes se desenvolveram, meu olhar amoroso e disciplinador se transformou em doação.
Ensinei e aprendi, certamente mais aprendi, na interação constante com a visão do outro. Repensei certezas, trouxe dúvidas, critiquei e recebi criticas que nem sempre gostei, na dinâmica perfeita do vai e volta, de estar junto no mundo.
Tenho olhar de professora, é cacoete profissional, muitas vezes dona da verdade, que com o tempo continuo vendo cair por terra no clima da relativização.
Hoje, quando perguntado no consultório médico qual minha profissão,  respondi quase sem pensar, no automatismo deste tempo todo: - professora, ah! não mais. Bem, serei para sempre, rindo pensei.
Tenho uma imensa gratidão por todos e todas que participaram desta jornada comigo, mesmo na dor de atitudes menos construtivas. Treinando a compreensão e a humildade, trago uma bagagem boa, tarifada pela alfândega das emoções.
Levo cada aluno na mente e no coração, cada parceiro na força e na determinação e cada líder como referência do ser e do não ser. Sinto-me mais fortalecida e preparada para o novo ciclo, a era da carreira solo sem vínculo com a academia a quem tanto servi, e que me deu em troca a experiência que levo para onde for.
Sinto-me honrada por fechar com chave de ouro coordenando os cursos de Gestão de Recursos Humanos e Turismo, tão diferentes, mas que me trouxeram tantas boas reflexões e ministrando aulas para Biomedicina e Nutrição, que grande troca, que possibilidade de alargar a mente e oxigenar os saberes.
Minha eterna gratidão por todos os que passaram por mim nesta jornada, fiz grandes amigos, tive ótimos exemplos de conduta ética e postura transparente e também, é claro, de anti exemplos de valores essenciais, que também nos fazem crescer.

Seja bem vindo o futuro e as novas possibilidades de ação. Bênçãos para todos e todas que também resignificam a vida, e tem forças e fé para deixar o que precisa ficar para trás, no lugar onde deve estar.

sábado, 5 de julho de 2014

RESILIÊNCIA NA CONTRA MÃO

O filme "Clube de Compras Dallas" tirou meu sossego. Assisti a esta história pungente com um anti-herói resiliente, sem caráter e com uma moral própria, eu estava procurando diversão, encontrei inquietação.
Matthew McConaughey para minha surpresa se revela e ganha merecidamente o Oscar de melhor ator  e Jared Leto  o Oscar de ator coadjuvante. Duas atuações magníficas, só isto já vale o filme, ver um trabalho bem realizado é sempre um deleite.
O filme apresenta reflexões profundas e significativas, preconceitos sendo superados pela dor de se ver de opressor a oprimido, ocasionando uma baita mudança de paradigmas em função da mudança de status.
Ele escolhe um caminho quase surreal, mas consegue seu objetivo: não morrer imediatamente conforme diagnóstico.
O trailer pode ser visto em https://www.youtube.com/watch?v=UZaQpgB9ZHg
Essas “viradas de mesa” são possíveis e vemos com bastante frequência quando se escolhe mudar de vida, de hábitos, de estilo de vida, mas o nosso anti-herói  real, bronco, homofóbico e viciado, trilha outro caminho dentro de seu momento evolutivo.
Indico e fico a disposição para discussões sobre os assuntos principais e secundários, é filme de muitas nuances. Até alimentação, um dos meus assuntos preferidos vem à tona. Bom assistir algo incômodo e bem construído, provocante e inquietador.
Bênçãos para todos e todas que abrem a mente para venha o inusitado.


domingo, 25 de maio de 2014

HOJE É DIA DE CHUVA COM HIBISCO

Domingo chuvoso, o sofá me chama acenando com o edredom, eu resisto e vou me envolver com um amigo novo: o “HIBISCO”. Nunca havia me detido na importância e sabor desta bela erva que me lembra de minha infância brincando de comidinha. O hibisco que utilizamos é o mesmo da linda e ornamental flor que está por aqui, por ali. 
Nas minhas pesquisas, encontrei surpresas, é antioxidante e anti-inflamatória, e até ajuda no controle do colesterol, e ainda aumenta a imunidade, entre outras propriedades, coisa boa! Além de ser deliciosa, fiz adesão total.
Um dia no TERRAPIA fizemos um azeite com hibisco que fiquei fascinada. É fácil, basta só macerar o hibisco em um pilão e acrescentar o azeite, deixando repousar. Fica uma maravilha para colocar nas saladas ou onde desejar. Veja o LIVRO VIVO no site e encontre germinação e muitas receitas de dar água na boca com alimentação viva: http://www4.ensp.fiocruz.br/terrapia/
Hoje fiz uma invencionice: Um leite de inhame, capim limão e hibisco, tudo assim “no olho”, um pequeno inhame, um punhado de hibisco que deixei em um copo d’água um tempo antes e capim limão que colhi da minha pequena horta. Bati tudo e coei, sabor exótico, diferente, amei! Gosto de experimentar, de me surpreender com os sabores, odores e texturas.
Juntei este leite vegetal com uma linhaça que eu havia deixado de molho de véspera para o desjejum, deixei com água para ficar uma geleia. Depois de explorar o sabor do leite sozinho, acrescentei meio abacate que ganhei de presente, adoçando com tâmaras ficou um “manjar do céu” como dizia Gilmar, meu amigo, que já nos deixou. Pessoas queridas é o que eu tenho em abundância e que me favorecem com presentinhos como o abacate que degustei hoje.
Bom domingo para todas e todos que transitam na jornada da vida e fica aqui uma bênção de leveza, da Brahma Kumaris para uma meditação: http://www.brahmakumaris.org/brazil


"Para experimentar leveza, considere-se apenas luz.
Sem peso e além da atração da matéria,
a alma pode voar e tocar a liberdade verdadeira.
Assim, torna-se fácil ficar acima dos problemas e manter a mente clara,
perspicaz e livre de escravidão.
A descoberta da sua própria leveza atrai e eleva os outros.
Sua boa companhia removerá
as preocupações da mente e o peso do coração deles"

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A FORÇA CONSTRUTORA E DESTRUIDORA DAS PALAVRAS



“As palavras não têm a ver com as sensações. Palavras são pedras duras e as sensações delicadíssimas, fugazes, extremas.”
Este fragmento de Clarice Lispector fez, hoje, um sentido excepcional e tenho sido perturbada nestes últimos tempos por ele. Como sentir na pele a dureza das palavras e aprender a processá-las de forma acolhedora? Sentindo todo sofrimento cabível e realizando um esforço para proceder à compreensão do contexto sem permitir que as sensações “delicadíssimas” e “extremas” te paralisem?
A cada dia nossa dualidade se mostra, e nossa decisão de se construir um ser melhor é colocada em xeque. Mergulhar na dor da dureza das palavras e extrair delas o núcleo sadio, para que as sensações delicadas se tornem mais bem elaboradas, de extremas, se tornem equilibradas é tarefa lamentosa e complexa. Exige de nós recolhimento, reflexão, sofrimento, meditação. Muitas perguntas, muitas indagações...
Vem um lampejo da culpa judaico-cristã, que me persegue, e que o processo terapêutico tem minimizado, encontro aí no núcleo são da minha loucura, a possibilidade da minha fragilidade de comunicação reverberar no ambiente e trazer estas pedras duras e destrutivas, eu criando a possibilidade da destruição com minha inabilidade face ao mundo.
Trago a dor intensa de Clarice para utilizá-la como advogada de minha própria dor e melancolia. “Só os vira-latas me entendem”, quando li, reli e sorri, identificação total. Os vira-latas aceitam o que lhes é ofertado e entendem com a fidelidade dos sentidos que foi dado o possível, o que se podia oferecer. E alegres, abanam o rabo, definitivamente busco ser o vira-latas da Clarice, com meu metafórico rabo do esforço supremo no entendimento, que busco intensamente, sofregamente...
Clarice também me ensina enfaticamente: “calar-se é nascer de novo”, isto eu entendo mais com a razão do que com a ação, tanto que estou aqui na antítese do calar, expressando publicamente minha amargura, me recusando ao “nascer de novo” próprio do silêncio. Busco  o silêncio e a calmaria com lupas de alto nível que encontram barreira na minha miopia de alto grau.
Lanço mão das palavras construtoras de Clarice, para que venham ao meu auxilio e me amparem para extrair o que de bom posso tirar do destrutivo que encontro nas palavras manifestas.
Afundada em meu sofá mais ou menos confortável me vem a inspiração, e mesmo sem inspiração desejo expandir e dizer o que hoje eu sinto. Que bom que “fugazes” aparece nas palavras, e estas sensações irão se dissipar com o vento que tem todo poder de levar para bem longe, deixando apenas as lições no fundo da alma inquieta e sofrida, que se constrói a cada dia com as pedras duras que recolhe no caminho. Tenho fé em meu poder de transmutação, sou camaleoa, mutante e desenfreada.
Para finalizar trago mais uma vez o aporte delicioso dela,  minha musa, a quem chamei todo tempo neste discurso pé de chinelo roto e cansado. “Não se escreve para a literatura, escreve-se para cobrir um vazio, vencer a descontinuidade.” Pronto! Clarice, é isso mesmo! Hoje tagarelo em toques digitados para cobrir o vazio deste momento e para romper a descontinuidade com uma nova descontinuidade e agora calar.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

HOJE É DIA DE MELANCOLIA

Hoje se apossou de mim suave melancolia, um desejo de ficar longe em um lugar que não consigo descrever, um estado que não posso explicar. É uma sensação de contato extremo comigo, com meu eu mais primitivo que deseja plenitude e suavidade,
Imersa nestas impressões me aproximo da estante e vejo Clarice, num livro que ainda não li, uma compilação de tudo que já conheço e que comprei por impulso no aeroporto. A capa é linda e o título imenso e delicado: “ As palavras de Clarice Lispector – nada tem a ver com as sensações. Palavras são pedras duras e as sensações delicadíssimas, fugazes, extremas.”
Pego o livro e sinto sua textura de livro na sua existência plena livresca. Gosto de livros, de cheio de livro, das folhas e das possibilidades de interagir com meu próprio ser, escrevendo nele com a marcação da minha caneta atrevida, ponderando pretensiosamente com Clarice. “Queria escrever frases que me extradissessem, frases soltas: “a lua de madrugada”, “jardins e jardins em sombra”, “doçuras adstringentes do mel”, “cristais que se quebram com musical fragor de desastre”. Ou então usar palavras que me vêm do meu desconhecido: trapilíssima avante sine qua non masioty – aí de nós e você.”
É isto! Hoje estou sem sentido... Lendo pedacinhos dos livros de Clarice, que saboreio com o deleite de uma jovem aprendiz, nem tão jovem, mas muito aprendiz de si mesma na esfera do hoje e do amanhã nos braços dessa CLARA LIZ ...

domingo, 13 de abril de 2014

LEITES VEGETAIS: QUINOA

É quinoa pra lá, é quinoa pra cá, esse grãozinho delicado é um super parceiro da vitalidade e da saúde.
É rico em fibras, proteínas e gordura do bem. É falado por aí que é bom para a saúde da mulher, mas os homens ganham também com seus benefícios, visto que auxilia na regulação do intestino,  aumenta a disposição, principalmente quando germinada, tem o poder de retardar o envelhecimento, além de controlar os níveis de colesterol, glicemia e triglicérides no sangue.
É muita coisa para uma semente tão pequena. Isto é o que dizem por aí, era inclusive considerado um grão sagrado pelos incas e utilizado até pelos astronautas.
Eu consumo porque é uma delícia e na germinação eu trago para meu corpo e minha mente a energia que preciso e desejo para mim. Sou da política de se tratar muito bem!
Do jeito bom que eu gosto ela é germinada e usada para os leites do meu desjejum. Como fazer?  ok! ok! vamos lá:
1.     Primeiro passo é comprar uma semente boa, hoje encontramos em todas as lojas de produtos naturais e até em supermercados. Uso o grão, se possível orgânico.
2.     Deixo de molho depois de lavar bem por 6 horas e no ar por mais seis horas. Vamos aprender a germinar!  Para quem ainda não sabe indico o LIVRO VIVO do PROJETO TERRAPIA: http://www4.ensp.fiocruz.br/terrapia/?q=como-germinar, ali vamos encontrar pormenorizadamente os passos para uma boa germinação.
3.     A medida padrão para o leite vegetal de qualquer semente é uma medida de sementes para quatro de água. Como faço só para mim, pego um bom punhado com a mão e uso um copo de água, pronto, fiz minha medida pessoal.
4.     Os leites vegetais em sua maioria são coados, este em particular eu não uso este processo de coar, mas você deve experimentar coando e não coando e veja o que é mais interessante.
5.     Depois com este leite lindo, branquinho e saudável eu brinco com o que tiver em casa:
·         Banana e damasco;
·         Abacate e tâmara;
·         Manga e cardamomo;
·         Caqui e gengibre, dê asas a imaginação.
6.     Quer saber mais sobre a quinoa? Vá novamente no site do Terrapia e no LIVRO VIVO: http://www4.ensp.fiocruz.br/terrapia/?q=quinoagerminada, vai encontrar uma boa receita de maionese de quinoa germinada, é muito bom!
Este foi apenas um estímulo para o uso dos leites vegetais e uma boa fuga da lactose.
Chuva de bênçãos para todos e todas que abrem seus corações para a saúde, afinal temos muito para viver.
 

PEQUENAS COISAS


“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Esta singela frase de um poema de Fernando Pessoa, popularizada enormemente, teve um significado para mim em um momento recente. O poema replico no final da conversa, para que o contexto seja divulgado e a frase apresente novos significados.

Tive uma experiência interessante com as “pequenas coisas” das almas grandes. Meu vizinho atravessando os idos dos setentas anos sofre uma doença degenerativa. Um homem ativo, trabalhador, aqueles homens de “antigamente” que sabiam fazer de tudo um pouco, com o ônus e bônus de que isto pode trazer.

Trocar o gás, lá ia Sr. Carlinhos, a torneira pingou, o pote está ruim de abrir, montar o móvel que chegou: Sr, Carlinhos, Sr. Carlinhos, ele ia sorridente, até espantava baratas com um sorriso de desdém protetor.

Mas o tempo passa...

Hoje ele chama e lá vou eu retribuindo toda gentileza de anos. Um dia em especial ele me chamou, fui atender solícita como ele mesmo me ensinou com as práticas cotidianas, e desta vez eu tive uma das minhas maiores lições, ele queria mostrar como estava mexendo o pé sozinho e ajudando a subir na cadeira, ele sorria eu devolvia o sorriso e juntos celebramos as pequenas coisas. Hoje eu declaro instituído o dia das pequenas coisas.

Bênçãos para todos e todas que esperam o porvir maravilhoso, repleto, é claro, de pequenas grandes coisas.

 
Mar Português 

Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal! 
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 
Quantos filhos em vão rezaram! 
Quantas noivas ficaram por casar 
Para que fosses nosso, ó mar! 

Valeu a pena? Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena. 
Quem quer passar além do Bojador 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu. 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

SUCOTERAPIA DE JANEIRO


Janeiro é um mês de celebração. Férias e ânimo renovado para o ano que chega. Dias ensolarados! Reclamamos do calor, mas o sol nos alegra e felicita, oferecendo a vitamina D que tanto necessitamos. É só se proteger e agradecer a bênção do astro-rei.

Esta semana cai na minha mão a revista “Viva saúde” com a matéria de capa “Turbine a saúde com sucoterapia”, pronto, aderi! Já sou a favor das terapias. Nada como uma boa terapia vinda da natureza.

Janeiro é tempo de abacaxi, carambola, coco em abundância, figo, fruta-do-conde, maracujá, melancia e ainda temos os resquícios da temporada de réveillon com pêssegos, mangas e ameixas. Uma delicia colorida que faz a festa dos nossos sentidos. Aproveitemos para nos refrescar e desintoxicar.

Proponho colocar ervas, especiarias e sementes nos sucos. Abacaxi com hortelã é super, cantada em verso e prosa, experimente com cardamomo ou gengibre.  Lembrando que a FRUTA é a estrela, tudo o que entrar depois vem em pequena quantidade.

Hoje farei uma ode ao gengibre e ao cardamomo.

O gengibre é nativo da Ásia. É uma raiz tuberosa muito utilizada na culinária e também na medicina, assim como o cardamomo, ambos da mesma família. O gengibre é extremamente desintoxicante e ainda melhora o sistema digestivo, respiratório e circulatório, resumindo: tudo de bom. A quem diga que como é um alimento termogênico é capaz de acelerar o metabolismo e favorecer a queima de gordura corporal, dizem isso, ajuda a emagrecer. Um ganho a parte, sempre bom!

O cardamomo é um tempero que nos países árabes vai até no café e no chá. O sabor é intenso e reza a lenda que os egípcios usavam para deixar o hálito fresco e os dentes limpos. O sabor é intenso como o gengibre. Bom para o estomago e ajuda o intestino a funcionar bem. É, portanto, também poderoso! Na pesquisa encontrei até quem diga que ele é bom para gripes e resfriados. Ok, ok, mas acima de tudo eu gostei do sabor, é interessante. Uso bastante.

Na foto vemos algumas das minhas experiências:

1.     Manga com gengibre e chia hidratada

2.    Abacaxi com cardamomo.

3.    Pêssego, damasco hidratado e uma pitada de nós moscada.

4.    Melancia com gengibre. Tem gente que acrescenta maracujá. Vou experimentar!

Pois bem, umas sugestões para alegrar o fim de janeiro e deixar-nos fortes e resistentes para o início das aulas que se aproximam.

Bênçãos para todos e todas bebedores de suco que entenderam a proposta da SUCOTERAPIA. Dias de paz!