quinta-feira, 30 de abril de 2015

ESCOLHENDO NOSSOS MANTRAS DIÁRIOS: TÓXICOS OU ACOLHEDORES?

“És livre para imprimir na tua existência o padrão de felicidade ou de aflição com o qual desejes conviver. A liberdade é lei da vida, que faz parte do concerto da harmonia universal. Submetido à ordem da ação, que desencadeia reações correspondentes, és o que de ti próprio faças, movimentando-te no rumo que eleges. Podes e deves ser feliz. Esta é a tua liberdade de escolha.
Joanna de Angelis, muito sábia, nos traz nessa assertiva, luz ao pensamento que ainda paira nos meios filosóficos-religiosos de que estamos aqui para sofrer, que a vida é um fardo e que tudo só é conseguido através de muita luta. 
Aprendemos assim, construindo para nós frágeis alicerces de medos e culpas que nos impedem de caminhar em busca da felicidade. Esta semana uma pessoa em conversa comigo falava sobre uma mania sua e já veio explicando: - sou muito chata mesmo. Discordei veementemente, defendendo-a dela mesma. 
Falamos sem sequer perceber que estamos nos menosprezando, diminuindo, criticando. Sendo devedores de empréstimos que nem sequer lembramos que contratamos.  Mantra tóxico!  Vamos lá, quem não tem alguma mania? Eu tenho várias e tenho me recusado a categorizar minhas especificidades de chatas. 
Hoje eu estou nesta direção. Antes eu também me detonava sem piedade, sou alta demais, falante demais, bonita de menos, míope, espalhafatosa, desengonçada, etc. e tal. Agora entendi que sou do jeito que sou sendo eu mesma, uma graça com todas essas características belamente estranhas. Gosto de ser assim.
Muitos mantras tóxicos são entoados por nós diariamente reforçando essa ideia de baixa estima. 
Um mantra tóxico muito entoado é aquele do "não consigo". Esse escuto diariamente. Não consigo emagrecer, não consigo me dar bem, não consigo parar de pensar sobre isso, sobre aquilo, não consigo, não consigo... Sabe o que acontece? Quando você acredita que não consegue realmente não vai conseguir, e fica num círculo vicioso de negatividade e gol contra.
Outro mantra muito usado é:  "Deus quis assim", esse eu usei tanto, até entender que Deus quer tudo de bom pra mim. Emmanuel/Chico Xavier no livro "Fonte viva" nos diz que: "O Supremo Senhor criou o Universo, entretanto, cada criatura organiza o seu mundo particular... Seremos compelidos a formar o campo mental de nós mesmos, a erguer a casa de nossa elevação e a construir o santuário que nos seja próprio."  Portanto, segundo essa sacada interessante, a construção do meu edifício psíquico, ou seja, esse santuário que propõe Emmanuel, cheio de andares multifacetados é decisão minha. Essa construção é de responsabilidade minha, nossa, cada um construindo onde vai morar emocionalmente.
Se uso os atributos recebidos sem vigor, serei fraca, se aprendo a usar com potência, fico fortalecida e dona do meu espaço. Eu tenho total responsável pela minha sorte ou desdita. 
Entendo e fui vítima também de uma avalanche de ideias contrárias a esta. Isto construiu meu sistema de crenças que hoje sofre transformações. Sou capaz disto, desde que acredite de verdade em mim. Vemos inúmeros livros e filmes de ações absurdas de resiliência e coragem, mas se prefere acreditar que só acontece com os outros. Pessoas bem-sucedidas são aquelas que acreditam em si, nas suas raízes, nos seus troncos, nos seus galhos de árvores multimilenares que são. 
Mas o campeão de nocividade de um mantra tóxico é aquele que diz: "tenho medo de ficar muito contente e feliz, pois algo ruim vai acontecer". E pode esperar que acontece mesmo. A pessoa acaba por atrair exatamente o que profetizou. 
Nossa construção psíquica foi embasada no medo e na violência real ou simbólica. Imagina que cantamos alegremente: atirei o pau no gato e o gato não morreu. Pois é, nós somos os gatos sobreviventes dos paus que atiramos em nós mesmos. Ok! Ok! Como o gato da canção infantis, não morremos mas ficamos sequelados emocionais. 
Essas constatações abrem espaço para que possamos operar mudanças em nosso ambiente íntimo, renovando os pensamentos vitimistas e vitimizantes. Fazendo uma repaginação das estruturas de base que nos sustentaram até agora. Com sentimento de gratidão pelo que aprendemos, mas com a certeza de que agora não mais queremos isto para nós. Esses padrões negativos não nos pertencem mais, vamos libertar e deixar ir embora essas crenças negativistas.
Tenho poder para fazer essas transformações. Aprendendo assim a lidar com parâmetros e perspectivas mais adequados aos novos tempos, momento quântico em que vivemos. 
Este é o caminho que tenho escolhido percorrer. Cheio de altos e alguns baixos que aprendo a conviver docemente ou de forma não tão doce assim quando necessário. Ser boazinha não está sendo uma opção para mim, andei tomando muito Agrimony e as máscaras estão soltando dos elásticos.
Nem sempre é fácil, aliás essa afirmação nunca pronunciei. Para uns é mais fácil que para outros. As nossas individualidades fisiopsiquicas vão dar o tom do nível de dificuldade nesse imenso game que é a vida. Usei o termo game porque lembra lúdico e eu tenho escolhido viver em alegria.  Dançar me faz bem, é terapêutico para mim, por vezes rodopio ao som de uma música e danço com a vassoura que nunca erra o passo e está sempre disponível para mais um bailado.
Isso é pouco "normal" podem dizer os especialistas em normoses. Mas tudo bem, quem quer ser normal? Eu não! Nem sei bem o que é isso, nesse nosso mundo repleto de diversidades.
Outros me perguntam por onde anda minha objetividade. Mas objetividade não é qualidade que almejo, tenho me aproximado dela quando é importante para que seja minha aliada em momentos oportunos. Meu empenho neste momento está em fazer meu cérebro trabalhar a meu favor, entoando mantras leves, amorosos, acolhedores para mim mesma e para os outros. Sou pacifica e pacificadora, merecedora de tudo de bom que o universo enviar. E como dizia nosso querido professor Hermógenes: - Entrego, aceito, confio e agradeço, faço minhas essas belas palavras.
Meus mantras agora são estilo Louise Hay e outros ícones da alegria como a peixinha Dory do filme de animação "Procurando Nemo" que canta divertida: - continue a nadar, continue a nadar,  continue a nadar... 
Vamos nadando nas águas claras do nosso autoconhecimento.  Deixo uma bela foto que tirei do pé de maracujá florido e no final uma bela frase inspiradora da Brahma Kumaris para adoçar minhas palavras.
Chuva de bênçãos, hoje com chuva literal que cai linda do céu abençoando todos nós. 

“Um equívoco acreditar que a jornada espiritual é difícil. Ela é bonita. Qualquer pessoa que trabalha em si vai desfrutar do benefício da mudança. É como se exercitar. Não é difícil, só vai tornar minha vida melhor. A espiritualidade é como um modo de vida. Pegue algo pequeno como acordar as crianças. Deveria ser duro tirá-las da cama? Ou eu posso fazer isso de uma maneira diferente? Isso é espiritualidade. Não é nada separado de viver. Simplesmente consiste em fazer tudo o que eu estou fazendo hoje, mas cuidando de como eu sou por dentro ao fazê-lo. Fique feliz, seja fácil, seja contente e então faça tudo."   http://www.brahmakumaris.org/brazil

quinta-feira, 23 de abril de 2015

MUDANDO O FOCO, RENOVANDO A TRILHA

Pois é, quando pequena ouvia minha mãe dizer: “cabeça vazia, oficina de satanás” e eu ria. Ora, ora, eu pensava. Quem fica com a cabeça vazia? Satanás então não se cria com ninguém. Me usava como referência. Minha cabeça sempre esteve em polvorosa.
Pensamento pra lá, pensamento pra cá. Sempre com a mente tagarela a me tirar do eixo. Sempre com uma urgência, uma pressa que trouxe não sei de onde, para me levar para onde mesmo? Sei lá! 
Hoje, paro e respiro, me vejo na rua catando as folhas e flores que a árvore dispensou. Faço mandalas, as vezes socializo, noutras guardo para mim na minha mente. Fiz uma mandala em homenagem a alguém especial que optou por ficar distante de mim - distante é um lugar seguro - dediquei, ficou linda, mas essa eu nem fotografei, deixei registrada na minha alma, soprei ao vento para que fosse alcançar meu bem querer. Sei que naquele momento pensou em mim, tamanha onda de energia amorosa que enviei. Fiquei feliz. 
Nestes momentos criativos alguns transeuntes me olham intrigados, alguns sorriem para mim. Quando os percebo, sorrio de volta e retorno para a tarefa. Cada um com suas idiossincrasias, ora pois, pois. 
Vejo uma formiga, um inseto e outro, uma folha diferente da outra da mesma árvore, variações de cores, odores e formatos. E encantamento é a palavra exata.
Menos atividade cerebral e mais observação do que está a sua volta. Como é bom olhar e ver de verdade o sensível. A natureza senso ela mesma, bela e versátil. 
Tenho visto cores diferentes, cheiros diferentes, o foco no AGORA tem me permitido ser mais admiradora do que capto com meus sentidos.
A mente diminui as interferências, fica mais serena. 
Olho para mim, para todos e para a mãe natureza buscando a beleza, a leveza, a harmonia, tudo que há de bom. E incrível, tenho encontrado coisas fabulosas dentro e fora de mim.
No outro dia vi meus pés com generosidade. Saibam que sempre achei meus pés grandes e feios. Olhei e achei bonitinhos. São meus e me levam para conhecer o mundo inteiro, pronto: são lindos, concluo eu, sorrindo brejeira. Brejeira?  Xi, essa palavra entrega a idade, quem usa esse termo hoje em dia?  Tudo bem!  Minha idade hoje é essa mesmo, sempre a melhor idade, afinal estou nela. Opto por curtir. Simples assim. 
Diminuir a crítica é uma vantagem  desse novo foco. Aprendi, como a maioria a ser crítica comigo mesmo, com os outros e com tudo a minha volta. O pecado original é uma adaga sobre a cabeça nos oprimindo. Aprendemos a querer fazer tudo “direitinho” e cobramos o mesmo dos outros caminhantes da vida vivida. De repente eu era uma julgadora inveterada. Como assim? Aprendi e gostei de exercitar. Ser professora apenas exacerbou essa particularidade. Exigente comigo e com os outros, apenas o tempo me ensinou a flexibilizar.
Agora, desconstruir esse princípio está fazendo parte do meu quadro de melhorias. Sou boa o bastante para saber que desejo ficar melhor ainda. 
Uma visão mais positiva e honesta tem sido uma prática, sem vaidade, com autenticidade. Com reconhecimento do meu valor e do valor de tudo e de todos. Fazer tudo “certinho” deixou de ser prioridade. E não fazer deixou de ter peso de culpa.
Foco em mim. Tenho acreditado piamente em me responsabilizar generosamente pelo que me acontece. Responsabilizar é diferente de culpar. A culpa faz parte do meu passado sombrio. Joguei ótimas oportunidades fora por não me sentir merecedora, promovendo boicotes imensos a mim mesma e por vezes aos meus relacionamentos. Não lamento as mancadas. Era o que foi possível naquele momento e sob aquelas circunstâncias. Dei sempre o meu melhor, o melhor que tinha para oferecer naquele momento, e tenho acreditado que a maioria faz o mesmo.
AGORA estou empenhada em me reconstruir e ser essa pessoa mesmo que sou: perfeitamente imperfeita, me aprovando, amando e respeitando profundamente. 
Mudando a trilha sem pretender ficar santificada. Afinal para o vestibular de Santa eu reprovei. Que bom! Humanamente torta, deliciosamente inadequada.
Hoje no foco do AGORA, fortemente influenciada pela sábia e delicada Louise Hay, pelo forte e ácido Gasparetto, pela filosofia espiritual de Eckhart Tolle, pela profunda e erudita Joanna de Ângelis e pelo filósofo revolucionário Jesus de Nazaré que me garantiu que sou Luz e tudo posso, vou podendo por aí. Incluo nessa jornada transformadora as aulas de Metafisica da Saúde e Ervas Medicinais do professor mateiro Fernando Fratane. Hoje ando mais próxima de mim.
Mudando o foco e renovando a trilha, escolhendo ser feliz catando matinhos pelo caminho. Cheirando, vivendo, sentindo... 

Bênçãos para todos e todas que fazem movimento de contato consigo mesmo e com o mundo a sua volta. Essa é a totalidade da espécie humana, vivendo e amando do jeito que sabe, sem receita, da forma que pode ser. Chuva de bênçãos! 

terça-feira, 21 de abril de 2015

A SIMPLES OUSADIA PRAZEROSA DE ESCREVER

Era um tempo vago. De um compromisso ao outro. Um chazinho numa cafeteria e uma oportunidade para escrever. Olho o teclado do celular, pois sou dessas que usa o smartphone pra tudo. Respiro e fico rindo sozinha, escrever sobre o que exatamente? 
Aí  percebi que escrever não é  decidir, é  aceitar. A inspiração vem e se não tiver caneta vai batom, mas a escrita brota, as palavras saem aos borbotões. As ideias fluem, a produção acontece. Já escrevi em pé no ônibus.
Escrever é um ato de ligação consigo mesmo de um território profundo. A escrita acadêmica vem de outro lugar mais para cima, vem do cognitivo, do racional. Essa quanto mais desprovida de interferência emocional mais é apreciada pelos acadêmicos de plantão. Nessa eu estive íntima pelo menos por três décadas.
Essa outra escrita a que me refiro, inspira os trovadores e poetas e aqueles que simplesmente gostam de escrever como meu primo Nelson que escreve sofregamente folhas e folhas de cadernos. Sugiro que crie um blog que também favorecerá um ou outro que viaja na sua viagem como acontece comigo.  Tenho leitores que me cobram produção, o que é simpático e não deixa de ser engraçado.
Essa escrita que move Nelson e que me move, essa vem de dentro, essa é para quem escreve o que transborda e deve publicar se assim o desejar. Durante muito tempo escrevi só para mim, continuo fazendo isto quando é algo extremamente particular e não quero socializar. Tenho inúmeros textos íntimos e pessoais. Penso que isto seja, inclusive, terapêutico. Já percebi armadilhas minhas quando desabafava para mim mesma.
Colocar suas emoções para fora e abrir o coração para o mundo faz um bem enorme a alma. Experimente essa delicia. Alguns me dizem que não conseguem escrever. Sugiro que deixe vir. Quando aparece no papel ou na tela, você vai se surpreender e encantar. Não seja exigente demais consigo mesmo. Por vezes releio textos e penso: Xi, faltou revisão, mas tudo bem, ando exercitando pouca cobrança sobre mim mesma.
Comece escrevendo as tarefas do dia e suas impressões sobre as tarefas. Escreva afirmações positivas sobre o que vai fazer no dia, a grande dama Louise Hay dá excelentes dicas. Deixe fluir. Bebel Gilberto, linda, canta uma música que gosto muito que diz "sem contenção de emoção".
Obedeço Bebel, sou intensa e transbordo com frequência. Me amar é tarefa para corajosos. Mas sou muito amorosa e escrevo amorosamente mesmo quando estou raivosa. Mesmo quando não tenho assunto e sobra tempo como agora. 
Bem, o tempo acabou, senão me atraso para o compromisso, o que vai ser cômico, não foi o trânsito, foi a escrita e seu chamamento a responsável pelo meu atraso. 

Chuva de bênçãos para todos e todas que ousadamente escrevem, para aqueles que não escrevem nada, minhas bênçãos amorosas também.