sábado, 26 de novembro de 2022

Bililim - O Tigre Vegano

Conheça a história do tigre Bililim que não gostava de caçar nem se alimentar dos bichinhos da floresta. 

Bililim tem lindos sonhos. Sonhos coloridos. 

Sonha com todos os bichos da floresta brincando juntos. Sonha até que os humanos brincam juntos também e que o medo não existe.

Bililim muda sua alimentação e isso é muito assustador para quem tem dificuldade com mudanças. 

Venha conhecer como os animais herbívoros se alimentam e participar do lindo laço que une Bililim com seu irmão Balalão. 

Participe desse passeio na floresta verdejante onde habitam os animais, nossos irmãos.

A escritora 👇

Teresa Quintas é Terapeuta e Alquimista. 

A ilustradora 👇

Marcia Luz é Artista plástica e ilustradora. 

Teresa é geminiana e Marcia é sagitariana, jeitos bem diferentes de ser.

Teresa é falante, Marcia é tímida.

 Mas tem muitos pontos em comum, gostam de ensinar o que sabem e amam profundamente os animais. Desejam um futuro de paz e harmonia para todos os seres e acreditam na liberdade de cada um ser o que é. 

sábado, 15 de outubro de 2022

NOSSO ESTRANHO JEITO BRASILEIRO



"O meu pai era paulista, 
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro, 
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos, 
Sou um artista brasileiro"

Chico Buarque consagra nossa brasilidade com a bela música "Paratodos". Essa nossa forma hibrida e multidimensional de ser e atuar no mundo, nos fez pessoas interessantes. 
A história da minha família está recheada desta diversidade e se parece com as inúmeras histórias de imigrantes.
Meu pai vem muito jovem da Paraíba, anda de "pau de arara" para sair da caatinga e se dirigir para o sonho de uma vida melhor. Genaro é seu nome, que recebeu do pai europeu. Estudar não deu tempo nem tinha lugar, aprendeu apenas a fazer umas "mal traçadas linhas".
Genaro, magrinho e miúdo vem parar no Rio de Janeiro, esta cidade representa o "outro mundo", mais colorido, mais molhado, com praias e belas cariocas se bronzeando despreocupadas, imagem idealizada...
Uma vida melhor dentro dessa idealização é o que almejam todos aqueles que deixam para trás suas origens e se propõe a recomeçar.
E vem meu pai trabalhar como zelador de um prédio em Copacabana, seu irmão mais velho, já casado e muito fértil, fecha 12 filhos. 
E o tempo vai passando. Copacabana com suas belas calçadas, sol, boteco na esquina para uma cachacinha, sempre deixando um gole "pro santo", dizia ele. No Carnaval fantasiado de mulher cantava "tomara que chova cem dias sem parar", era uma diferença da tristeza da seca.
Havia a saudade da mãe e dos irmãos que lá ficaram, o pai "Deus já havia levado", mas era essa a vida que ele queria viver e sempre mandava uma "ajudinha" financeira para aqueles que lá ficaram.
Um dia ensolarado meu pai é atraído, quase enfeitiçado por uma bela mulher alta e morena que entra no edifício, era a mais nova empregada doméstica de um dos apartamentos do prédio.
Camila atravessara o oceano para se juntar aos irmãos que já aqui estavam. 
A impressão que causa no paraibano fica ainda maior quando ela abre a boca e ele estupefato pergunta: 
- Saiu de onde esta beleza?  
- Yo soy espanhola, responde. Pronto... ali ele decide que ela vai ser sua companheira da vida toda, decisão que não comunicou, guardou para si na gaveta dos sonhos. Ela se afasta sorridente, mas distante. E dá muito trabalho para o "baixinho" de olhos claros, que fica firme na intenção e acaba por conquistar este coração galego.
Eles fizeram um universo particular, diziam que falavam "portunhol", se entendiam e desentendiam de um jeito próprio, ligados pelas fronteiras da distância de sua origem. Um casal exótico, um paraibano baixinho com uma espanhola grandona, casaram conforme a tradição com véu e grinalda na igreja, ele muito vaidoso e ela com aquele ar europeu de nariz empinado.
Ficaram casados até que o tempo dele acabou no planeta e ela o seguiu 6 anos depois. Foram mais de 30 anos de união que sobreviveu as dificuldades e mazelas do caminho, se mantiveram juntos segundo a fala de minha mãe já carregada de brasilidade: 
- Jurei lá na igreja que era na alegria e na tristeza e galego não é de faltar com juramento de jeito nenhum. Ele apoiava e sorria.
O tempo continua passando, eu nasci seguida de um menininho. Éramos um casal de filhos desses imigrantes no Rio de Janeiro. Uma mistura que hoje poderia parafrasear Chico: 
- O meu pai era Paraibano, meu avó italiano, minha mãe espanhola, eu sou este ser misturadamente intenso nas minhas raízes hispânicas e brasileiras.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Mais um Chá

 

A noite estava gélida e ela acordara no sofá com o livro jogado ao lado, os óculos no chão e o gato displicente e desinteressado em uma almofada.
Estava escuro, ela não percebeu o anoitecer que se firmou, apenas uma nesga de luz entrava pelo mal fechado da cortina.
Arrumou os cabelos, colocou os óculos e pensou em uma xícara de chá que não chegaria se ela não fosse fazer. Queria ter agora o balançar de cabeça da Jenny que era um gênio ou a piscadela da Samanta que era uma feiticeira. Aff, pensou, seriados antigos era bem a sua cara. Ela era antiga também como era antiga a manta que cobria metade de seu corpo. Era um velho cobertor, na verdade. Um velho cobertor que por muitas vezes abrigara toda sua pequena família que se espremia no sofá para ver filmes de faroeste. A mãe não ficava muito tempo, faria pipoca, levantava e sentada irrequieta nos afazeres maternos mesmo quando o pai dizia para  sossegar o facho, riu dessa expressão "sossegar o facho", será que ainda se usa por aí? E será que era a expressão que o pai usava? Tudo tão distante no tempo e no espaço.
Agora é ela que tem os cabelos embranquecidos pela farinha do tempo. Olhou para suas mãos, pareceiam as da sua mãe, grandes e um pouco enrugadas. Ri do "um pouco enrugadas", perdeu a noção do muito ou do pouco? Não sabe e nem se importa. Mãos de unhas curtas sem esmaltar, não gostava de esmalte, queria suas mãos assim, veias aparentes, a marca de um anel estava visível, ficou olhando as mãos e pensando nos quatro embaixo do cobertor quadriculado ,olha mais uma vez o velho cobertor e vê um fio puxado que fez um buraquinho, mas a vida é assim mesmo, cheia de buraquinhos...
Estava difícil sair desse afundamento no sofá.
Bem... divagar na poeira do passado não vai trazer a xícara de chá, pois bem... levante acenda as luzes e vá aquecer a água, escolher o chá, Branco? Verde? Amarelo?
Ela pensara que o Branco combinava com o nostálgico momento. Ok, chá branco para animar e escrever o relatório que estava na área de trabalho aguardando a continuidade assim como a vida por aqui que é um contínuo sem fim imediato, sem pressa também...

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Escritos Biodinâmicos - Tessituras Clínicas


Livro especial para quem busca aprofundamento em Psicologia Corporal. A Psicologia Biodinâmica é uma das 3 BIOS junto com a Bioenergética e a Biosíntese.

A bela capa foi trabalho da artista plástica Marcia Luz. 

Arte e vida se entrelaçam. Gerda Boyesen, mentora desse projeto Biodinâmico nos diz que: "... Era como se o contato com as energias cósmicas me fizesse descobrir uma verdadeira arte terapêutica interior: a intuição."

Essa intuição é um abrir a mente para o imponderável, para o ainda não realizado, para a força dinâmica e divina pertencente a todos os seres.

Esta obra registra os trabalhos de conclusão de curso de quatro mulheres que estudaram juntas no IBPB Instituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica e que registram seus saberes, experiências e formas de olhar a prática clínica.

A Coordenadora e professora do curso apresenta o trabalho dessas mulheres:

"O corpo registra nossas vivências, nossas histórias e, através da técnica de massagem e do toque, promove-se a desobstrução do fluxo energético e consequentemente facilita-se a autorregulação.

Cada produção contribui e soma a experiência das autoras, com os momentos especiais vividos durante esta formação e a bagagem teórica que já possuíam.

Penso que esta publicação é uma contribuição importante para compor o arsenal escrito, que é escasso, na área das terapias psicorporais, uma vez que temos mais contribuições experimentais, vivenciais e verbais."

#mulheres empreendedoras 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

A Mochila Mágica

 

Este livro singelo e profundo conta a história de Pim, um menino muito esperto, que depois de um encontro super especial com seu padrinho, sai em uma viagem com sua mochila.  

De acordo com o transcorrer da viagem essa mochila revela-se mágica e capaz de estimular muitas ações que levam Pim a se tornar uma pessoa melhor e fazer muitos seres mais felizes.

É um livro com uma linguagem infantil mas que vai ser leitura para todas as idades, pois trata-se de uma história de gentileza e compartilhamento.

Que essa história inspire cada leitor a pegar suas mochilas mágicas e mergulhar em uma viagem de autoconhecimento, solidariedade, amizade e amor.

Se desejar ter em suas mãos este lindo livro que foi publicado, de forma independente, pelos autores Teresa Quintas e Carlos Henrique Viard Junior e pela ilustradora Marcia Luz, é só nos contactar. Estamos nas redes sociais. 

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sábado, 13 de agosto de 2022

SOBRE ENTRISTECER E SE ALEGRAR


Hoje é dia dos pais, momento para mais que celebração, reflexão...
Um dia desses acordei triste, um professor amigo, está se despedindo de seu pai velhinho. 
Senti saudades do meu pai, do meu irmão que também era pai e de passar os dedos no cabelo macio de um amor perdido, bem, esse último item não é culpa do dia dos pais. Mas todo mundo sabe que uma tristeza puxa outra, enfim...
Entristecer é legitimo e nos conecta com o humano que somos. Podemos sim, entristecer. Sentir essa angustia turbulenta, chorar um pouquinho na cama, de preferência, que é lugar quente e acolhedor. 
Essa autenticidade te leva a entrar no mais interno de você, conexão única do Eu inferior com o Eu superior. O Eu menina chorava e o Eu crescida acolhia, compreendia, apoiava, acalentava...
Aí a tristeza vai dissolvendo com tamanho auto acolhimento. O Eu superior vai te sugerir abrir toda a casa e deixar o sol entrar. Hoje, o sol está lindo, apesar de um leve ventinho. O Eu superior vai dizer para ir a feira comprar caldo de cana, couve e salsinha e vir rápido para casa, bater tudo como você gosta, beber em frente a TV boa que você tem, na sua casa e vai te mandar olhar em volta e agradecer por todo esse privilégio.
Esse Eu superior vai te sugerir que agradeça a possibilidade de ter tido a companhia desse pai paraibano, desse irmão grandalhão e desse amor vivido. E você vai sorrir e agradecer. Agradecer ao sol, maior potência da Terra, que te aquece e entra por todos os buracos que você deixou abertos enquanto ia a feira e comprava laranja lima.
Você senta em frente ao computador e escreve uma ode ao grande Pai que te possibilitou a grandiosidade da vida. 
Gratidão, sempre. E a tristeza vai indo embora lentamente, avisando que de vez em quando vai voltar, mas que definitivamente não vai morar aqui. É só uma visitante eventual e você vai sorrir, entender e mais uma vez AGRADECER!
Chuva de bênçãos a todos os pais deste planeta e de todos os planetas, chuva de bênção aqueles pais que aqui estão entre nós e também aqueles que já partiram, que estão em nossos corações com suas lembranças benfazejas. 
Chuva de bênçãos para as mulheres que são pais e para todos aqueles que trilham juntos a jornada evolutiva sendo pais e mães do mundo inteiro. Chuva de bênçãos!


quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Terra - A próxima parada

 

Essa encantadora história relata a trajetória do regresso de Pedro Pimenta ao mundo material. 

É um livro com uma linguagem infantil mas que vai ser leitura para todas as idades, pois trata de uma história de almas afins se reencontrando no plano material da existência. 

Estava ele no Mundo Espiritual quando é chamado para mais uma jornada no nosso belo planeta azul. 

Pedro Pimenta é muito bem recebido por um casal amoroso. Ele retorna para mais uma experiência de crescimento espiritual, nesse momento especial em que a Terra caminha rumo à regeneração. 

Participe dessa viagem que é colorida e muito bonita. Pedro participa com um desenho bem lindo que foi feito especialmente para esse livro. 

Fizemos uma LIVE bem legal para o lançamento deste livro que saiu junto com o Livro "Luz - A menina nas estrelas", onde os protagonistas Marcia Luz e Pedro Pimenta comentam suas impressões sobre os livros. Assista no link abaixo:

https://youtu.be/lZ-eI8ENjxg

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terça-feira, 9 de agosto de 2022

Indo Embora


Essa é a história de um menino que vive uma nova experiência, ele sai da Terra e vai para o Mundo Espiritual. 

Este menino foi meu irmão neste planeta, estivemos juntos por 39 anos, quando partiu para a Pátria Espiritual deixou uma imensa saudade e a certeza de um novo encontro em momento oportuno. 

Chegando lá, encontra um belo mundo e pessoas queridas. A morte do corpo não encerra com a vida. A vida é para além do corpo físico.

Somos todos e todas viajantes do céu e das estrelas e essa é a viagem de João Camilo. 

Venha conhecer essa viagem e sinta-se parte dessa experiência colorida e magnífica que todos faremos um dia.

É um livro com uma linguagem infantil mas que vai ser leitura para todas as idades, pois trata de uma história que atravessa o espaço, nos reafirma que o ser sobrevive a morte do corpo. 

No meu canal no YouTube poderá encontrar a leitura comentada deste livro.

https://youtu.be/CLKKmWOzFpg

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sábado, 6 de agosto de 2022

Luz - A menina nas estrelas

Conheça a história da nossa ilustradora Marcia Luz, que tinha esquecido que sabia desenhar. 

É um livro com uma linguagem infantil mas que vai ser leitura para todas as idades, pois trata de uma história de resiliência e força interior. 

É uma história que conta como a criatividade tem um poder transformador.

A arte está em tudo e também dentro de nós. É só deixar vir a tona.

Marcia Luz passou a colorir a sua própria vida e a vida de muitas pessoas. 

Com a Arte ela entendeu que não precisava carregar o mundo nas costas pois podia voar.

Essa menina hoje passeia sobre o mundo como artífice de sua própria história... simples assim...

Caminhando com passos firmes, largos, ascendentes... na direção das inúmeras possibilidades que há no mundo... nos mundos... na vida... nas vidas...

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terça-feira, 17 de maio de 2022

A canela desaparecida ou sobre quando não conseguimos o que queremos

 


É um outono primaveril neste dia, paro na padaria para o costumeiro cafezin. A simpática atendente tem uma camisa dizendo seu delicado estado atual na cafeteira: estagiária.

Era cedo, as mesas praticamente vazias indicam que as pessoas ainda estão se movimentando rumo ao cafezin.
Peço canela, aparentemente um pedido simples, mas... fico a observar o entorno, nada para fazer, a estagiária vai e volta, vai e volta, o cafezin já estava sendo degustado sem canela mesmo.
Depois de um certo tempo vem ela a mesa e diz um pouco sem graça com o desajeito daquela que está chegando: não encontrei a canela, digo que tudo bem com tom confortador.
Mas eu queria a canela, para mim, a perfeição do cafezin passa pela canela.
Mas... pergunto ao gerente pela canela e outro vai e volta, vai e volta, e nada da canela. Mas nem o gerente encontra a canela, pensei eu rindo por dentro, com uma pitada de insatisfação. Ele volta e diz que não encontrou a canela. Nesse ponto o cafezin era apenas um borrão no fundo da xícara branca.  Digo com um sorriso meio amarelo que tudo bem, mas não estava tudo bem, a menina birrenta batendo o pé comparece, é a mesma que reclamava quando o irmão não dava o brinquedo que ela queria.
Interessante perceber como vamos aprendendo a lidar com as inconstâncias da vida que não gira em torno de nós. Como assim? Não gira? Grita a menina ainda comparecendo e me ensinando a estar no mundo que se manifesta a revelia de nossa vontade.
Mais um dia de aprendizado, como são todos os dias de nossa existência se não estamos mais dormitando como sonâmbulos num mundo que está para além de nossos desejos.
Enfim... continuo elocubrando sobre esse crescimento necessário que vem chegando vagarosamente. Aceitar o que não podemos modificar e seguir em frente, afinal a vida já é trágica mas não precisa ser dramática.
Encerro com a oração da serenidade que conheci na adolescência e que tenho até hoje como mantra para que um dia, sorrindo,  possa dizer que aprendi a lição e a estou praticando.
Na próxima vez, penso eu, levo a canela.

Oração da Serenidade
Senhor, concedei-me:
Serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar,
Coragem para mudar as coisas que posso
e Sabedoria para distinguir uma da outra.


domingo, 10 de abril de 2022

Crônicas do Chá: A dança do chá amarelo


Era noite e muitas luzes clareavam absurdamente o espaço. Ela dançava com seu vestido vermelho com um grande lenço amarelo amarrado a cintura. Ela era pura cor contrastando com o singelo azul celeste do cenário.

Seus movimentos eram ritimados, por vezes lentos, por vezes ágeis ao sabor da música. Ela sorria e olhava a plateia embevecida, mas olhava sem ver, só via, sentia e vivia o som que guiava seus passos.
Uma após outra dança se seguiam, até que o espetáculo teve fim, como tem fim tudo na existência.
Agradece os aplausos, agora vê a plateia sorridente e sorri também, recolhe uma das flores depositadas aos seus pés e a beija sentindo o frescor daquela rosa amarela.
Vai para o camarim, é simples, mas o perfume das flores recebidas faz o espaço riquíssimo. Toca lentamente algumas folhas das flores espalhadas e sente uma textura delicada. Sorri para a delicadeza que existe na natureza. Se sente natureza!
Sorri para si mesma e percebe a sutileza do momento presente, está só no camarim podendo desfrutar de sua própria companhia e de uma boa xícara de chá.
Sabia que o chá que trouxeram recentemente era o chá amarelo. Foi um presente recebido com muita alegria, afinal esse chá é considerado um dos mais raros do mundo. "A vida é tão rara, tão rara..." canta mentalmente.
Raras são as oportunidades de se estar só com o chá como bela companhia. E se perdeu em elocubracões. Mas não queria pensar agora. Só sentir. Existem dias que são muito inspiradores, esse era um deles.
Sentiu seu rosto quente, levantou-se, lavou o rosto retirando a maquiagem que escondia pequenas rugas que já despontavam insistentes, o tempo passa... passa... mas estava de bem com suas rugas que marcam o tempo bem vivido. O transcorrer da existência estava vincado em sua face e o espelho refletia esse fato incontestável. Mas... tudo bem...
Sentou-se na fofa poltrona verde musgo e pegou seu chá, sentiu o calor suave da xícara branca decorada á moda antiga, tinha um pires com lindos miosótis com miolinhos amarelos.
Levou lentamente a xícara a boca, sentiu dulçor de mel, de tâmara, de ameixas do pé da casa da avó, de dia de chuva correndo pelo sítio do tio Neco, pulando nas poças de lama. Dias que vão longe... presentes, agora, na xícara do chá amarelo, amarelo ouro, amarelo solar, amarelo.... o tempo parece congelar...
A cor amarela permeia o dia, o amarelo do lenço, o amarelo da rosa, o miolinho amarelo do miosótis, o amarelo do chá, a cor amarela presente no sol que traz seus raios para iluminar o dia, mais um dia para agradecer o divino presente da vida. 
Cada dia merece ser saboreado, admirado e vivido de forma resplandecente, hoje, amarelecente.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

A voz de Deus

" Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar. "

Sabe quando está dando tudo errado e de repente dá tudo certinho? E naquela outra vez que estava tudo indo muito bem e de repente tudo vira e dá errado?

Aí está a voz de Deus se manifestando.

Nunca dá errado, pois afinal a sabedora infinita não erra nunca. E sempre é para o Bem maior, mesmo quando não parece.

No filme "A Tenente de Cargil " a protagonista vive em uma sociedade muito conservadora e ela sonha em ser piloto. Vale assistir esse filme.

Ao se submeter ao processo seletivo, constatou-se que tinha um centímetro a menos do que o necessário e alguns quilos a mais. Resoluta, pede revisão da reprovação recebida, vai em busca de perder os quilos a mais. 

Mas... e a altura que não pode ser mudada? Quando questiona com o avaliador que era apenas um centímetro a menos, ele a conduz para o equipamento simulador do ambiente da cabine. Faz com que ela se sente e se posicione, pois é... ela se encaixa perfeitamente, pois apesar da estatura, seus membros eram longos.

Esse é um exemplo da Voz de Deus.

Outro exemplo é do livro "Autobiografia de um Yogue" . Yogananda não era um aluno exemplar, e ficou devendo umas notas para se formar, apesar de seu esforço não conseguiu a nota desejada. Porém, naquele ano, para sua surpresa, a nota mínima para reprovação foi diminuída, favorecendo a aprovação do sofrido estudante.
Vale ler ou reler essa passagem do livro, é ótima.

Essa é a voz de Deus mais uma vez.

Quando o Universo em sua magnitude se manifesta, ninguém pode controlar. Nossa responsabilidade é fazer o nosso melhor, escolhendo sempre trilhar o bom caminho. Certamente as respostas dos céus virão sempre para nosso melhor.

Várias vezes essa Voz se manifestou em minha vida, de forma bem positiva, mas muitas vezes veio a revelia de minha vontade. Já até resmunguei sem entender e depois o resultado veio e sempre para o meu bem, algumas vezes não entendi,  mas tudo bem... somos viajantes do tempo e do espaço, um dia, mais amadurecida, entenderei.

Que tal me contar quando você ouviu essa voz?

Que recebamos muitas bênçãos e que sempre tenhamos ouvidos para escutar muito bem essa divina voz.