Janeiro
sempre é um mês atípico, você ainda não entrou inteiramente no ano novo, ainda
sentindo as ressacas emocionais do réveillon e, em alguns casos, as ressacas
físicas que deixam mesmo sequelas. Por outro lado a vida segue te cobrando
participação, não temos tempo de nos acostumar com esse novo movimento. Mas é
NOVO e sempre cheio de esperanças.
Ganhei da
querida Conceição Nobre um livro que trouxe uma reflexão que me tomou de
assalto, li, voltei, reli e fiquei matutando. Isso já me aconteceu outras vezes,
a primeira que me lembro foi com o maravilhoso livro "Memórias de Adriano" da
incrível escritora belga Marguerite Yourcenar. Este livro me reteve no primeiro
capítulo que ávida lia sem parar.
O livro a
que me refiro hoje, bem mais simples, é do juiz José Carlos de Lucca, a capa é
de uma beleza que me encantou e o título sugere uma boa pegada reflexiva
"Alguém me tocou". Além da passagem bíblica conhecida que o
próprio livro faz referência, vivemos no trânsito do mundo sendo tocados diariamente
por pessoas que passam levemente ou deixam marcas profundas. Sempre "alguém me
tocou" surge no cenário literal ou metafórico.
Comecei a
ler logo, pois bons leitores não ficam muito tempo com livro novo na estante. O
capítulo "Vida Nova" mexeu definitivamente comigo:
"Para coisas novas, novas ideias, novos comportamentos, novas
atitudes, enfim, um novo modo de ser. (...) pretendemos uma vida nova, mas não
abandonamos as coisas velhas que estão empoeiradas dentro de nós."
Seja um
novo emprego, uma nova casa, um novo cenário geográfico, um novo amor. É
importante que se vá fazendo uma limpeza dos resíduos que trazemos dos velhos
empregos, das velhas casas, dos velhos amores, das velhas amarras espaço
temporais.
Coisas
empoeiradas que necessitam ser descartadas são resíduos das nossas disposições
afetivas, foram parte integrante do vivido, que perdeu a validade, juntaram poeira que precisa ser limpa para que se renovem as energias. Tudo
flui, afinal.
Mudanças
de status trazem novos posicionamentos, e é fundamental a disponibilidade de
fazer mudanças reais que nos façam encarar os medos, as verdades, os
apegos, os ressentimentos, as angústias que norteiam nossa vida.
As
adaptações muitas vezes são difíceis, viver na zona de conforto pode muitas
vezes não ser bom, mas é seguro. Levamos muitas vezes o peso das heranças
do passado que ficam amalgamadas no nosso psiquismo.
Desejamos
trazer a tona a esperança de que desta vez, com boa vontade e insistência de
viver plenamente, "tudo dará certo". Afinal o tudo é criado na esfera do coletivo, na fluência da abundancia.
A lei da
abundância gira no dar e receber, nosso coração ainda não é altruísta o
bastante para se felicitar com apenas um lado dessa dinâmica. Dar e receber se
tornam um mantra que entoado diariamente cria potência. Saber dar e também saber receber com leveza é aprendizado constante de potência
de vida pulsando, com alegria e coragem. Assumindo corajosamente o novo status que traz as
"dores e delícias de ser o que é".
Que
janeiro se estabeleça dentro de nós, nos começos, recomeços ou apenas na
manutenção do que está sendo bem vivido que deve ser renovado sempre. Chuva de
bênçãos para este mês tão precioso de novidades.
Mudar realmente é algo dificílimo de ser feito. Mas como disse tem que haver uma limpeza bem feita dos resquícios para a chegada do novo. Seus textos são brilhantes. Meu Deus, virei sua fã desdes as aulas na Anhanguera(biomedicina) e agora não paro de ler seus textos. Rsrs
ResponderExcluirGratidão total Katlyn
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