segunda-feira, 15 de junho de 2015

PENSANDO NAS CRENÇAS

“Faze uma avaliação honesta da tua existência, sem consciência de culpa, sem pieguismo desculpista, sem coerção de qualquer natureza, e logo depois desperta para o que deves produzir de bom, de útil, de construtivo, empenhando-te na realização da tua liberdade de ser feliz. ”

Numa sexta-feira dessas, fiz uma palestra que teve uma repercussão interessante. Num clima de bate papo descontraído revisitei umas crenças que ando questionando e que acabam por nos paralisar. Essa assertiva da dupla Joanna de Ângelis/Divaldo Franco no livro “Momentos de Saúde” figurou bem fortemente, visto o aprofundamento que apresenta.
Aqueles que de uma forma ou de outra apresentam natureza religiosa ou praticam alguma religião tendem a solidificar crenças que mais atrapalham que ajudam. O que não significa que outros tantos que sem religiosidade também não apresentem crenças limitantes, pois muitas vezes se coadunam com princípios conservadores, preconceituosos e restritos das liberdades individuais. 
Crenças limitantes é terminologia específica  que conheci na minha formação em Couching passeando pela PNL. Esses conhecimentos mudaram meu discurso. 
Afinal em que consistem estas crenças que te aprisionam e limitam? Louise Hay diz que é tudo que você ouviu ao longo da sua vida, na infância, adolescência e até mesmo na fase adulta. Você ouviu, nem sequer entendeu e como acaba ouvindo inúmeras vezes passa a considerar como verdade, por vezes inquestionável. 
Um exemplo pode ser a tão famosa fala "homem não presta", outra, “mulher dirige mal, tem que pilotar fogão".  Posso enumerar umas tantas que dariam uma dissertação ou pelo menos uma monografia. 
É importante que se faça aqui considerações com relação a estas duas em questão, são preconceituosas e sexistas e colaboram para o recrudescimento de uma guerra dos sexos que não favorece aos homens e nem as mulheres. Que enfatizam a falha e não a potência. Figuram em piadas e brincadeiras que se fazem distraídos sem perceber o que tem por trás. A carga emocional de rebaixamento de ambos os sexos, desconsideram as peculiaridades de cada um, transcendendo as questões de gênero. 
Outra crença limitante está de categoria religiosa, ensinando que para ganhar o céu deve se abandonar a terra.  Mas como? Onde estamos? Para ter futuro nego o presente? Pensar sempre no futuro próximo ou distante rouba o presente que acaba por não ser vivido e aproveitado causando frustrações incontáveis,
A crença de que temos que ser bons o tempo todo precisamos corresponder ao que esperam de nós cria doenças físicas e emocionais. Me calo, me comporto, obedeço, viro cordeirinho de um rebanho de pastores loucos por moral forçada. Aí adoeço, perco o viço e viro um ser infeliz, acorrentado beijando as correntes. 
É lindo ver o trabalho de missionários, Madre Tereza, Irmã Dulce, Chico Xavier, entre tantos outros, porém estas pessoas são como já enfatizei "missionários". 
Eu sou apenas uma pessoa transitando no mundo com minhas dores e alegrias. Minha "missão"" é correspondente às minhas potências, do tamanho de um botão. Mas é o que posso oferecer a sociedade. Minha conduta ética, perfeita do jeito que posso ser perfeita. Meio torta as vezes, egoísta, possessiva e voluntariosa, as vezes, tudo “as vezes”. Cada dia menos frágil porque cada dia sou MAIS. 
Estou aqui no mundo para me melhorar e cuidar primeiro de mim mesma, para que possa haurir forças para num futuro voltar com missões mais nobres. 
É injusto comigo mesma carregar o peso do mundo e me negar em prol do outro ou em prol de uma perfeição idealizada de mim mesma. Ainda não estou pronta para isto. Desejo investir em meu aprimoramento, autoconhecimento, prazer e alegria. Sem culpa, de preferência, por ser assim. 
Não somos responsáveis pelo aprimoramento moral ou pessoal de quem quer que seja, nem dos filhos, nem dos pais, nem dos parceiros fixos ou fortuitos, nem dos amigos, nem dos desvalidos. Você é responsável apenas por VOCÊ mesmo. Tenho usado como um mantra: "Eu sou responsável única e exclusivamente por mim mesma" 
Cada um escolhe seu caminho e sua rota. Suas orientações tem peso significativo no caso de filhos, mas as escolhas e o poder de decidir cabe a eles. Quando os pais decidem tudo e cercam de proteção asfixiante, criam filhos que serão adultos indecisos e sem autonomia. O que acaba gerando mais dissabor que sabor. 
Querer ser bonzinho sem estar pronto para isso é automutilação. Vive-se infeliz aguardando aprovação, reconhecimento e gratidão. E nem sempre vem, pelo contrário, quanto mais se espera mais afugenta estas dádivas que devem ser espontâneas.
A fala hoje conclama autenticidade, auto reconhecimento e verdade, quebra de paradigmas e nossas crenças.  Seja o melhor que puder ser, mas seja você mesmo sem se preocupar em agradar aos outros. Agrade a si mesmo se tratando muito bem e o Pai criador ficará muito feliz em ver seu esforço. Ele investiu em você e quer o sucesso absoluto da obra. O restante deixa que o tempo vai aprimorar cada dia mais.
Essa mandala que ilustra fiz no chá de bebe da Maria, uma nova irmã que chegou para alegrar nossos corações.
Chuva de bênçãos a quem se aceita como é, bênçãos também para aqueles que estão em processo de auto aceitação. Namastê! 



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