domingo, 2 de setembro de 2012

QUANDO PARA DE DOER

Existem momentos que você sucumbe de amorosidade extremada por outro ser. Sai de si, entra na barafunda de suas emoções e sofre. Como sofre. Muitas vezes, durante anos a fio este sentimento fica corroendo e nutrindo sua baixa afetividade por si mesmo.
Essa dor ocasiona um impeditivo para que você possa caminhar em direção a felicidade interior. Vê apenas que no exterior, naquele objeto de afeição, reside toda sua capacidade de amar. Sofrendo se maltrata, procura defeitos, se culpabiliza e atônita percebe que tem culpa mesmo e sofre e se culpa mais um pouco.
“Ultrapassar a dor é a pior crueldade” diz Clarice Lispector, a questão é que sem dor você urgentemente precisa colocar outro sentimento no lugar, senão é crueldade mesmo, o chão se abre e você se enterra,  encontrar outro sentimento parece missão impossível.
E o tempo vai passando e você se impedindo de ser feliz, de encontrar outro amor, de se encontrar, de se fazer feliz. Boicotando todas as suas chances, fica perito nesta área de alto boicote.
E de repente, você se dá conta que parou de doer, mas tão acostumado estava com a dor que fica procurando e quase sofre mais um pouco, pela ausência dessa dor companheira.
É nesse momento que você percebe que pode ser muito feliz, abrindo seu coração para outro amor e principalmente para você mesmo. E sente-se leve e flutuante.
A dor dá lugar ao contentamento e tudo fica mais azul, o sol mais ardente, a primavera, que afinal está perto, mais primaveril. E você fica pronto para o deslumbramento que pode se proporcionar pelo simples poder de se permitir parar de doer.
Para todos e todas que entendem o parar de doer, minhas bênçãos!


Nenhum comentário:

Postar um comentário