O grande ganho que obtive com o smartphone foi
a possibilidade de passar o tempo nos engarrafamentos do Rio de Janeiro
produzindo algo. Isto que escrevo hoje, num dia agitado só foi possível graças ao
trânsito que insiste em ser moroso, diametralmente inverso ao meu desejo de
chegar logo ao local para onde estou me dirigindo.
Fui ler meus e-mails e deparei-me com as
mensagens da Brahma Kumaris. O tema hoje era TOLERÂNCIA. Quase não li, devo confessar,
visto que ando mexida com esse assunto. Mas quando necessitamos a “coisa” vem,
num dos grupos de WhatsApp que pertenço, vem uma mensagem sobre tolerância, ok!
ok! Vou encarar!
O interessante é que é fácil teorizar sobre os
mais diversos temas, mas quando o testemunho de apresenta, nem sempre oferecemos
o que esperávamos de nós mesmos. Paulo o apóstolo a quem muito admiro, disse: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que
não quero esse faço. ” Diz isso na epístola aos
Romanos 7:19.
Pois é!
O texto da Brahma Kumaris enfatiza:
“As coisas muito grandiosas
tomam forma através do silêncio, solitude e tolerância. Tolerância é a
habilidade de acomodar diferentes opiniões e indiferentes atitudes, mantendo o
autorrespeito e respeitando os outros. Para reforçar o hábito da tolerância, procure
ter uma mente aberta em relação a tudo. Procure entender que cada ser humano
possui dentro de si uma bagagem de conceitos, experiências e memórias
absolutamente singulares. A tolerância é o poder que valoriza essas histórias
pessoais, com respeito e amor. Onde houver tolerância em uma tarefa ou
relacionamento, haverá sucesso. ” http://www.brahmakumaris.org/brazil/index_html?set_language=pt
Oh céus, muito a comentar!!!!!! Começou bem, nos levando a
refletir sobre o silêncio e a solitude. Nosso pensamento Ocidental nos
distancia desses dois grandes elementos. Vivemos num emaranhado de sons e movimentos
físicos e virtuais, negligenciamos momentos de introspecção. Ficamos
conectados “ful time”. Isso não é bom
para nós e para aqueles com quem convivemos.
Curiosa, enfrento o engarrafamento pesquisando
os possíveis significados de tolerância. O que me saltou aos olhos foi seu
antônimo: Tolerância é o contrário de rigidez, impaciência e rigor. Xi! Já me
"gabei" da minha falta de rigidez, caiu por terra essa crise de
vaidade. Sou rígida sim em vários momentos, impaciente sim, rigorosa sim,
humana sim, culpada! Sai culpa que não te quero!
Tolerância provêm do latim segundo pesquisas
"googlorianas" que advém de tolerare
(sustentar, suportar), apresenta-se como um termo que define o grau de
aceitação diante de um elemento contrário. A tolerância pressupõe
sempre um padrão que se estabelece segundo critérios culturais, sociais, et e
tal. Usa-se uma referência e aquilo que foge é alvo de intolerância, vemos um
sem número de exemplos, religiosa, política, de gênero, e por aí vai.
Um outro ponto a considerar é o chamado para
ter uma mente aberta em relação a tudo. Primeiro que tudo é coisa à beça e nem
sei se consigo ainda, mas ando no esforço. Um passo de cada vez, pois "o caminho
se faz ao andar’ como diz o interessante poeta sevilhano António Machado. Nos caminhos encontrei as flores que ilustram o post.
O fragmento da BK nos estimula a trabalhar o autorrespeito
e o respeito ao outro como boas ferramentas para atingir a tolerância. Mas para
nos envolver na tarefa árdua e linda de autorrespeito precisamos de silêncio, solitude,
introspecção. Olhar mais para dentro do que para fora. Aí nos respeitando e
vendo nosso valor, poderemos perdoar e valorizar o outro mesmo quando pensa diferente
de nós. Podemos continuar durante um tempo pensando que “eles” pensam errado,
mas vamos compreender, talvez não o pensamento, mas o direito que cada um tem
de pensar o que pode e acreditar na verdade que elege...
Muitas e muitas reflexões, mas o engarrafamento
termina e chego ao destino desejado, assim outras ponderações virão em outros
momentos engarrafados ou não.
Chuva de bênçãos para os tolerantes e para aqueles
que estão no caminho, abençoo também os intolerantes, pois sempre tem um
sofrimento de intolerância na história de todos nós.
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