segunda-feira, 21 de abril de 2014

HOJE É DIA DE MELANCOLIA

Hoje se apossou de mim suave melancolia, um desejo de ficar longe em um lugar que não consigo descrever, um estado que não posso explicar. É uma sensação de contato extremo comigo, com meu eu mais primitivo que deseja plenitude e suavidade,
Imersa nestas impressões me aproximo da estante e vejo Clarice, num livro que ainda não li, uma compilação de tudo que já conheço e que comprei por impulso no aeroporto. A capa é linda e o título imenso e delicado: “ As palavras de Clarice Lispector – nada tem a ver com as sensações. Palavras são pedras duras e as sensações delicadíssimas, fugazes, extremas.”
Pego o livro e sinto sua textura de livro na sua existência plena livresca. Gosto de livros, de cheio de livro, das folhas e das possibilidades de interagir com meu próprio ser, escrevendo nele com a marcação da minha caneta atrevida, ponderando pretensiosamente com Clarice. “Queria escrever frases que me extradissessem, frases soltas: “a lua de madrugada”, “jardins e jardins em sombra”, “doçuras adstringentes do mel”, “cristais que se quebram com musical fragor de desastre”. Ou então usar palavras que me vêm do meu desconhecido: trapilíssima avante sine qua non masioty – aí de nós e você.”
É isto! Hoje estou sem sentido... Lendo pedacinhos dos livros de Clarice, que saboreio com o deleite de uma jovem aprendiz, nem tão jovem, mas muito aprendiz de si mesma na esfera do hoje e do amanhã nos braços dessa CLARA LIZ ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário