terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Sobre as fases do Luto

Com Buda aprendemos: "Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade."

E Buda tinha muita razão. Perda traz Luto e Luto é um processo. Engana-se quem pensa que é só sobre perdas graves como a morte. Luto é momento pós perda, qualquer perda, algo que deixa um vazio. Um relacionamento findo, uma demissão, uma mudança geográfica, qualquer situação em que uma perda de qualquer natureza te exija reestruturação de vida.
Aí vem um incômodo que tem níveis de gradação, podem ser de leves até tão profundos que levam a dores físicas, dor no peito que parece um infarto, boca seca que nem toda água do mundo sacia, e por aí vai. Mas é um processo necessário e a consciência do que consiste auxilia essa passagem. Combinei de explicar esse processo.
LUTO tem fases, fui mais a fundo pesquisar e vi que a psiquiatra suíça Elisabeth Kubler-Ross foi quem identificou essas fases,  pesquisou a reação psíquica em pacientes que estavam em estado terminal. Ela também apresenta questões interessantes sobre EQM - experiências de quase morte - mas sobre esse assunto podemos conversar em outro momento. Hoje é sobre LUTO.
Ela explica em sua obra que esse processo  é  individual, porém normalmente se passa por 5 fases, vou comentar, do meu jeito, cada uma delas.
Vale lembrar que essas fases variam em intensidade de acordo com a construção psíquica de cada um,  não se dão de forma linear, muitas vezes se misturam e só se vence  uma fase quando percebemos que a outra se instalou de vez, em algumas situações pode-se nem perceber nada, pode haver uma lacuna, como se o tempo tivesse parado.
Outra questão a considerar é o tipo da perda, mais traumáticas, mais tempo nesse processo. Então vamos lá:

A primeira fase: A negação.
Essa é a constatação do fato em si, quase não dá para acreditar. Está acontecendo comigo? Perguntamos estarrecidos. Vivi isso claramente quando meu irmão partiu para a pátria espiritual, em um acidente automobilístico. "Claro que não, ele estava aqui brincando conosco, de camisa branca, não tem nem duas horas" disse eu. Negação clara. Não podia ser verdade. Meu irmão nem pensar. Não acreditei, neguei, pronto. Só acreditei no hospital, era verdade. Já vi negação de dias, pode durar mais tempo, peculiaridades individuais.

Segunda fase: A raiva.
Esse momento é muito complicado. Surge depois da negação. Palavras ao invés de consolar podem até gerar raiva. O bom senso diz que calar e ficar no apoio funciona mais que falar com quem sofre. Falemos quando a palavra nos for solicitada. É um grande exercício esse aprendizado.
Muito comum nos perguntarmos: porque comigo? Não percebi essa fase com o meu irmão,  mas com o final de um relacionamento amoroso lembro bem como fiquei raivosa. "Total culpa do outro", foi assim, quase infantil. Claro que em questões de relacionamento amoroso não cabe culpar ninguém.  Sou raivosa por vezes, uso floral para equilibrar essa tendência além do óleo essencial de limão. A raiva é uma emoção intensa e em muitos momentos pode impulsionar e desencadear processos decisórios interessantes. Mas a raiva consome muita energia, é um estado nesse processo de luto que pode promover atitudes turbulentas seguidas de exaustão.

Terceira fase: A negociação.
nessa fase acontece algo interessante, para a maioria das pessoas, Deus surge no cenário. Na negação e na raiva não há espaço para o divino. Neste "meio do caminho" , pensa-se: houve a perda, faço o que com isso? Promessas podem surgir aí para reversão do quadro. Não é uma conexão plena com o divino, é momento dolorido de barganha.

Quarta fase: A depressão.
A dor já é uma constatação inequívoca. Não dá mais para escapar. Neste momento em particular existem várias formas de encarar. No ponto extremo a pessoa "emburaca" na dor e a depressão fixa-se no corpo, havendo por vezes  a necessidade de intervenção medicamentosa. No oposto existe a tristeza,  percepção dessa tristeza profunda e os  mecanismos de auto defesa surgem para auxiliar. Lembro bem de uma perda muito sofrida, eu percebi que estava nesta fase quando vi que usei o mesmo par de sapatos por mais de uma semana. Tristeza profunda, abandono  do prazer de cuidar de si. A terapia floral foi decisiva em minha reorganização. Mas cada um reaje de uma forma e essa fase tem inúmeros matizes.

Tristeza e Depressão.
Uma vez prometi a uma leitora falar sobre essa distinção. Pago agora o prometido. Nesta fase  temos a presença dessas companheiras. Tristeza é saudável e nos traz interiorização, o que é bom. Esses momentos são bons para autodescobrimento.
Se você perde seu celular e está duro para comprar um novo, bate tristeza. Ok ok, vamos nos virar,  compramos no cartão em "trocentas" vezes, pedimos emprestado a um amigo, vamos nos articular para a ação que nos tire da tristeza. Se perdemos o emprego e disso depende nosso sustento material e nosso equilíbrio emocional,  ficamos muito tristes, gradação de tristeza maior que a perda do celular. Mas acionamos os mecanismos de defesa e entramos em contato com outros possíveis empregos, arrumamos o currículo e vamos em busca de uma nova colocação profissional. Quando saí da faculdade que trabalhei 31 anos me senti muito triste. Me peguei vários dias no caminho desse local tão familiar. Até que investir mais na minha atuação de terapeuta e consultora em qualidade de vida me tirou desse estado entristecido. Então, tristeza desencadeia uma força íntima de reversão do quadro tristonho. O ser divino que habita em nós busca o equilíbrio, busca a aceitação, busca a harmonia.
Quando o entristecimento perdura, pode ir se agravando pouco a pouco e aí sim surge a depressão. Muitos se habituam com a angústia. Por vezes só se percebe com o passar do tempo. Portanto, quando essa tristeza vai se tornando crônica e constante, por vezes impedindo a ação, vemos o processo depressivo se instalar. Quando se chega neste estado, aí sim uma intervenção precisa acontecer sob pena de paralização da vida útil da pessoa acometida por esse sorrateiro "vilão ". Na depressão não existe prazer em viver, existe um vazio imenso que nada pode preencher.

Ufa! A quinta, desejada e última fase: A aceitação.
As pesquisas indicaram que na quarta se fica mais tempo do que nas anteriores. Faz sentido.
O grande ganho da aceitação é a serenidade e a tranquilidade que surgem para levar o enlutado de volta a vida normal. Espaço vazio preenchido do que é possível.
A perda de um ente querido sempre vai ser sentida, porém  agora com uma saudade que bate a porta de tempos em tempos, essa saudade não dói mais tão profunda, fica o sentimento do vivido, as boas lembranças. Aceitação é a compreensão da finitude. Disponibilidade emocional que abre espaço para um novo relacionamento amoroso. Uma nova recolocação profissional que se aproveita da experiência anterior. Tudo entrando nos eixos com a cabeça aberta para que o fluxo de abundância do Universo nos cubra com momentos de bonança.
Pois é, momentos de tempestade, guarda-chuva de compreensão. Não podemos impedir  que as coisas nos aconteçam, mas podemos nos alicerçar de forças para que possamos sair o mais ilesos possível das voltas que a vida dá.
Recomeços são importantes e necessários para crescimento íntimo e aumento da maturidade.

Como terapeuta e apreciadora do uso dos florais sugiro que essa terapêutica seja usada para amenizar as questões e apoiar essa fase tão difícil.
Elaborei um buquê floral que denominei "SOS Harmonização Interior", neste coloco 5 flores: Rosa Branca de Jardim, Girassol, Arnica, Alfazema ou lavanda, Abóbora, Mulungu e Erva de São João. A descrição,  para quem se interessar está abaixo. Se desejar é só se manifestar. A metodologia utilizada neste Floral tem como base os princípios de Fernando Fratane e Clarice Lopes, meus mestres nesta viagem maravilhosa das flores como manifestação do divino.
Uso brotos de girassol que plantei como ilustração deste post.
Chuva de bênçãos para todos que viveram ou vivem esses momentos de perda. Que possam  exercitar a força que está dentro de nós para rumar em direção a paz.

FLORAL
SOS Harmonização Interior

1.Rosa Branca de Jardim
Traz leveza, suavidade, harmonia e equilíbrio. Branco é a cor da paz em toda sua plenitude.

2.Girassol
Para fazer brilhar nossa luz com equilibrio  sem exagero nem demérito. Somos potência e buscamos a luz para nos guiar. O amarelo traz força para o plexo solar favorecendo assim os relacionamentos

3.Arnica
Floral reestruturante, cuida das dores da alma, revitaliza e alinha nossas potências de poder e vontade. Também reforça o plexo solar com seu amarelo resplandecente. 

4.Alfazema ou lavanda
Floral que alcança o campo espiritual ampliando a força interior. Favorece a limpeza profunda trazendo  leveza. A cor violeta propicia transmutação, harmonizando todos os chacras, elevando a energia a níveis mais sutis. Floral que traz muita Luz.

5.Abóbora
Floral que esparge vitalidade e prosperidade. Atua na transformação de padrões de escassez em vibrações de abundância em qualquer área da vida, finanças, amor, saúde, vocação e espiritualidade, trazendo realização plena.

6.Mulungu
Floral que abre espaço para o autocontrole, autodomínio e equilíbrio. Tranquiliza e acalma. Ameniza   sentimentos turbulentos. Traz tranquilidade e lucidez. Usado para obter foco nas atividades intelectuais estimulando  a concentração. A cor vermelha vai aproximar da sensibilidade criativa em todos os aspectos da vida material, fazendo a conexão com o telúrico e o cósmico que habita em nós. Essa cor estimula o chakra básico trazendo  enraizamento,  sensoriedade,  estar no "aqui e agora".

7.Erva de São João
Afasta os medos inconscientes e sonhos inquietantes. Oferece confiança para saber que tudo esta bem e que estamos  protegidos pela Luz Maior. Antidepressivo natural,  traz alegria e contentamento, promovendo a cura da alma que sofre.




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