terça-feira, 3 de outubro de 2017

Quando sou o algoz...

Gosto de pensadores e de frases de efeito, mesmo que por vezes não concorde, sempre me levam a pensar. Voltaire traz a frase do dia: "Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano." Exagerado esse Voltaire! Será????
A questão não é oportunidade e sim disponibilidade. As oportunidades estão por  aí mas sabemos  detectar?  Perceber?  Propiciar? Aprendi com minha mãe e com a religiosidade aliada a espiritualidade que "Pagar o mal com o bem" é uma atitude sábia e produtiva.
Faço a distinção entre religiosidade e espiritualidade no post http://teresaquintas.blogspot.com.br/2016/10/sobre-religiosidade-e-espiritualidade.html?m=1
Aprendi  que é importante exercitar o perdão e trabalhar no sentido de um aprimoramento do bem EM MIM. Compreendendo  que cada um faz o que pode e age do jeito que entende. Por vezes a intenção não foi o mal, o resultado é que foi trágico ou equivocado ou só ruim.
Quando nos ensinam a perdoar, sempre nos colocam, ou nós nos colocamos, na posição daquele que tem o bem e vai oferecer para aquele que fez o mal... mas... quando sou eu a necessitar do generoso bem que vem do outro? Ou mesmo: uso  esse perdão comigo nos meus tropeços?
"Melhor dar que receber"... mais uma pérola... afinal, dar indica prosperidade e abundância, já receber... vai denotar carência, necessidade, portanto a máxima cristã está recheada de lógica mais do  que crença. Só oferecemos o que temos... Quando não tenho... necessito.
Quando EU sou o algoz? Quando eu me equivoco  e "mando mal"? Não sei vocês,  mas eu já andei aprontando alguns "mals" por aí. Já precisei desse bem que vem do outro... estou no trânsito do mundo lidando com erros e acertos, enfim...
E o mal que fazemos a nós mesmos? Lidamos com esse mal oferecendo para nós o bem ou afundamos na culpa e no vitimismo??????
Quando sofremos a reação de algo praticado e que desce quadrado,  das coisas mais banais até outras mais punk, sabemos receber? Usamos a lei de ação e reação para compreender e aceitar?
Um exemplo bem simplinho: passamos mal porque exageramos naquele chocolate, ou naquela massa, nunca soube de alguém que sentiu estufamento por comer salada... aí ficamos sofrendo e culpamos a comida por nos ter feito mal, porém, aquilo que ingerimos o fazemos por vontade própria e a comida pesada ou gordurosa não tem nada com isso, comemos o que não nos faz bem porque somos infantis e ainda queremos o que não nos cabe mais. Mas esse é só um dos tipos de mal que fazemos a nós mesmos, alguns fazem a si mesmos um grande mal nesse setor, outros nem tanto...
Temos o mal com a palavra mal utilizada, desse sofro eu, ainda. .. fazemos mal a nós mesmos quando não utilizamos a palavra de forma nobre, quando a palavra sai como dardo envenenado e magoa aos outros e a nós mesmos. Como lidamos com esse mal? Lançamos anátema sobre nós ou já compreendemos que somos possuidores desse grande poder e estamos aprendendo a lidar com ele, construindo um bom universo vocabular benfazejo... malfazejo já sei usar,  minha construção se assenta em trazer palavras sempre de paz.
Temos outro mal que consiste nas nossas ações desarrazoadas, sou boa nisso, intempestiva e voluntariosa, acabo por agir impulsivamente sem critério e sem razão. Esse mal, apesar de refletir por vezes no outro é sempre pior para aquele que executa, portanto sofro muitas vezes de ressaca moral, aff... só tenho a declarar em minha defesa que já  melhorei muito... vou caminhando nessa trilha pedregosa chamada vida...
Enfim... pagar o mal com o bem significa estar com disponibilidade para oferecer primeiro esse bem para si mesmo. Estando abastecidos de auto amor, auto perdão e auto tudo de bom, aí sim poderemos oferecer esse bem para o mundo inteiro. Deixaremos de ser algozes e seremos repletos do bem que vamos espargir a todos. Não seremos nem vítimas, pois estaremos tão plenos que nada nos atingirá.
Só oferecemos aquilo que já faz parte do acervo construído ao longo da jornada evolutiva e quanto mais ciente das minhas potências mais me aprimoro, saio do estado culposo ou persecutório e assumo integralmente a noção de minha responsabilidade plena sobre o que está ao meu redor.
Construo meu cenário para que eu possa aprender a lidar com ele. O Criador nos dotou de tudo necessário, agora é assumir esse protagonismo e seguir rumo ao divino que habita em nós.
Chuva de bênçãos para todos nós que estamos nos trabalhando constantemente para melhorar, chuva de bênçãos também para aqueles que pensam que já melhoraram o suficiente, chuva de bênçãos para a humanidade inteira de seres de luz.

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