domingo, 30 de outubro de 2016

PROSPERIDADE MATERIAL TAMBÉM É UMA BENÇÃO

Historicamente tem se alardeado o valor da pobreza como fator de transcendência espiritual. A pobreza parecia chave para o céu.  E isto nos levou a péssimos sentimentos. Situação de escassez ou culpa por ter abundância.
Até o tão falado e distorcido texto bíblico em  Mateus 19:24: “É mais fácil o camelo entrar pelo buraco da agulha do que o rico entrar no Reino de Deus” leva a essas falsas definições. Jesus se valia de muitas figuras alegóricas e as traduções também não ajudam muito, afinal a Bíblia  passou por traduções várias,  não é um um texto único e linear, além de ter sofrido influências do hebraico, aramaico e grego arcaico.
Enfim, em outro momento podemos esmiuçar esse versículo que tem um contexto e uma razão de ser. Mas o que nos interessa agora é trazer para nós a abundância divina de que todos somos merecedores.
Somos seres abundantes, de tal forma que podemos usufruir de abundância em todos os níveis, material em suas múltiplas dimensões, intelectual em suas inúmeras formas e é claro a abundância espiritual que legitimará as anteriores.
Se conectar com o bem e ter prosperidade é máxima a ser atingida. Claro que existe a prosperidade desonesta e vemos isto todos os dias, é só assistir a TV, porém, essa forma de trazer abundância também traz medo de perder e angústia, fazendo com que tudo seja frágil e efêmero. Mas... cada um como pode ser... e julgar é escassez.
Um dia, no noticiário, uma situação me chamou a atenção, num incêndio uma mulher foi entrevistada, o repórter, atrás de histórias sinistras e apelativas, perguntava se ela estava revoltada com a situação, ela abre um sorriso onde se vê os poucos dentes maltratados e responde: - perdi tudo, casa e coisas, mas meus bacuris estão aqui, diz apontando quatro crianças que catavam objetos nos escombros. Esse desapego pelas "coisas" trás prosperidade,  pois um ou vários  filantropos auxiliaram de tal forma que o saldo final foi que essa família acabou em melhor situação do que antes da tragédia.
Pietro Ubaldi traz um interessante posicionamento em seu livro "A Lei de Deus ": (...) Tudo podemos obter, e de graça, mas só quando não o desejarmos mais com cobiça, porque só neste caso possuir não representará mais um perigo para nós. Se o
escopo de tudo é evoluir, é lógico que seja tirado de nós tudo o que constitui a
base de um apego excessivo, que não nos deixaria prosseguir em nossa obra
mais importante: o progresso no caminho da evolução. Em outras palavras, o
que impede que tudo chegue da infinita abundância existente em todas as
coisas, é a nossa incapacidade de saber fazer bom uso delas, esquecidos da
verdadeira razão pela qual as possuímos. As vezes faltam ao homem muitas
coisas, pelo fato de não ter ainda aprendido a empregá-las sensatamente. Após
atingir as necessárias qualidades de inteligência, bondade e desapego,
imprescindíveis a boa direção de tudo, não há mais motivo que justifique a
privação."
Fiquei lendo e relendo esse capítulo de número 7 com o título "MUDANÇA DE PLANOS". Sugiro essa leitura, rica e provocativa.
Lembro agora uma  música antiga, diz algo que no fundo, representa essa ideia:  "Sonho lindo que se foi. Esperança que esqueci. Foi por medo de perder que eu perdi.Tanto eu tinha pra dizer.Tanta coisa eu calei. Foi por medo de sofrer que eu sofri..."
Essa nossa fragilidade em administrar nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos, faz com que tudo aconteça exatamente o contrário do que desejariamos que fosse.
Pietro Ubaldi ainda neste capítulo fantástico discorre:
"Se não quisermos cair como presa da ilusão, é preciso compreender que o
verdadeiro fruto do nosso trabalho não está na obra realizada, mas na lição
aprendida, na qualidade adquirida, no progresso atingido. (..). O que permanece não é a obra realizada, mas é o conhecimento adquirido da sua técnica construtiva, com a
qual se podem construir outras obras semelhantes em número infinito,
abandonando-se as anteriores, que valem só como experiência. Este é o
verdadeiro significado de todos os trabalhos e de todas as obras humanas. A
Lei não cuida da conservação do fruto material, porque é o fruto espiritual que
tem valor, e este fica gravado na alma de quem realizou o trabalho."
Isso é lindo e profundo. O que aprendemos com os eventos é  infinitamente superior ao evento em si, seja de que natureza for.
O sofrimento pelos insucessos fica distante quando aproveitamos o que de experiência resultou desse "insucesso". Tudo no final é prosperidade e abundância.
Conectar na faixa da abundância não é cobiça, viver na faixa da abundância não é apego.
Focar na abundância é simplesmente deixar fluir e aprender a administrar essa abundância com alegria e gratidão.
Se algo não ficou, não é seu. Se algo se perdeu é para ir. Se algo não aconteceu estava certo assim... Tudo muito simples, porém, por vezes difícil de entender.
Muitas relações terminam pelo medo de perder, muitas perdas materiais são vistas pela usura e cobiça.
Escassez atrai escassez da mesma forma que abundância atrai abundância. A abundância é sempre divina.
Que nosso coração esteja aberto para toda a abundância de que somos merecedores, e aceitem que é grande nosso merecimento, estamos aqui procurando fazer sempre o nosso melhor, conectados com o Bem.
Chuva de bênçãos para a humanidade inteira, irmãos na jornada da prosperidade e abundância. É  só abrir os braços que vem.

2 comentários:

  1. Cuidemos do jardim...simples assim!
    Parabéns por mais esse texto!
    Bjs

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  2. Gratidão pelo carinho... vibremos na faixa da abundância.

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