sexta-feira, 17 de março de 2017

SOBRE O SILÊNCIO...

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." Mais uma pérola de Einstein. A turbulência mental e a profusão das palavras tiram de nós a possibilidade de grandes descobertas íntimas. O excesso de estímulos nos impede de ver nossa essência espiritual. A vida material é linda e se completa com o despertar do imenso universo interior que está dentro de nós. O sol é bom, mas a lua traz uma leveza...
Quando nós excedemos no torvelinho das  inúmeras ofertas tentadoras de movimento externo, perdemos possibilidades preciosas de silenciar e olhar para dentro, podendo ter insights maravilhosos.
Sempre fui tagarela, desde pequena tive resposta pronta para tudo. Sempre muito  argumentativa e questionadora, deixava meus pais de saia justa por vezes. Isso me perseguiu  como característica ao longo do tempo. Ainda está em mim essa porção verborrágica. Se ficar tensa ou me sentir de alguma forma pressionada ou ameaçada, aí desembesto a falar absurdamente, mal dá para respirar,  mas... a maturidade... ah maturidade... Tenho percebido a potência da Lei do silêncio.
Precisei de mais de meio século para aprender a valorizar os momentos de ficar calada.
"A palavra é prata, o silêncio é ouro." Dizem ser um Provérbio Árabe, hoje estou aderindo! Quero sentir cada vez mais essa energia poderosa do silêncio.
Como o assunto permite e eu já gosto,  abuso das frases de efeito e ditos populares. Tem uma dessas frases que sempre me faz rir, atribuída ao escritor Maurice Switzer: "É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida."
A palavra sempre pode ser usada a nosso favor ou contra nós. O mal uso da palavra já causou inúmeros males. Sei bem disso, já fui mal interpretada, e também muito bem interpretada e deu confusão. Algumas vezes até difícil de consertar. Mas... acertamos o que podemos e o restante... entregamos a sabedoria do Universo que sempre dá o ajuste final. Afinal o tempo é silencioso...
Estou iniciando na prática da Lei do silêncio, aluna repetente que vai fazer a lição mil vezes, porém do meu desejo sincero, nasce um botão pequenino, um pequeno embrião, mas está aqui e sua existência revela o que virá: alguém que sabe silenciar. Por agora é forçado, não é natural a palavra ainda fica presa na garganta. Mas conto com a sabedoria do tempo para ser meu aliado. 
Pego emprestado esse "PEQUENO ESCLARECIMENTO" do lindo Mario Quintana que me envolveu na calidez e na delícia de ler algo bom e doce: "Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio... Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês."
Chuva torrencial de bênçãos a humanidade inteira que mais fala do que cala, mas que se constrói evoluindo, errando e acertando. Agora, silêncio...



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