"Se perder um amor, não se perca. Se o achar, segure-o. Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais... é nada." Fernando Pessoa
Ah Fernando Pessoa. Bebo suas palavras como champanhe borbulhante.
Desapegar não é fácil não. Eu até me considerava desapegada pelo fato de priorizar sempre o emocional e espiritual. Após uma análise franca e sincera a máscara caiu, aí está meu apego. Se não me prendo pelo material capturam-me as questões emocionais
A educação muito europeia não nos favorece. Minha família era praticamente um clã. Todos juntos misturados. A roupa de frio era de quem tivesse frio primeiro. Devo confessar que ainda tenho umas peças de roupa que sobreviveram as mazelas do tempo e lá estão para nutrir meu apego. Fiz um pacto comigo mesma de ir aos poucos me desapegado, tenho feito isso com uma morosidade esplendida. Na minha casa tudo era de todos e tudo muito apegado, só nosso, muito nosso. Não era um apego material era emocional.
Isso traz para o mundo adulto coisas boas e coisas bem complicadas. A coisa boa é que isso formou em mim uma generosidade e uma capacidade de doação bem interessante. Tenho uma amiga íntima que me acusa amorosamente de ser nada individualista, e não faz isso como elogio. Porque em contrapartida, tendo a esperar do outro esse desprendimento que muitos não tem. Tendemos a desejar que o outro faça aquilo que fazemos numa clara e imatura relação de toma lá dá cá. Uma certa feita estava reclamando de uma situação em que fiz algo para uma pessoa e recebi um sonoro simbólico "não to nem ai" Reclamei e ouvi "quando quiser eu peço " ui! doeu na alma. Eu estava cuidando da pessoa e esqueci de perguntar se ela queria o cuidado.
Sou apegada confessa e após assumir descaradamente só me resta exercitar o desapego. E vamos para a literatura espírita, espiritualista e afins, YouTube, etc e tal e tome técnicas de desapego.
Mas não pensem que é fácil. No outro dia dei um dos objetos dos meus apegos da velha guarda, me senti a Whoopi Goldberg em "Ghost" dando o cheque para as freiras. Foi engraçado e difícil. Mas fiz! Deixar ir também as saudades do passado vivido, de pessoas e situações. Gasparetto diz que se algo te faz sofrer é porque tem apego ali. Tive que concordar.
A meditação primeira é observar o que te causa angústia e sofrimento, medo de perder e ansiedade pelo que virá. Pronto, se encontrou algo, está na vibração do apego. "Bora"então desapegar. Desapegar me dá frio nos pés, numa clara infantilização, coloco meias e fico firme na decisão.
O mundo é pleno de possibilidades. Muitas vezes você pensa que só uma oportunidade existe. Aquela vaga de emprego, aquele ser amado que você deseja, aquela situação que você espera, seja material ou emocional: apego e sofrimento, um baque no orgulho, na vaidade, no personalismo. E quando as coisas não transcorrem como se quer, ficamos desorientados e sofremos, esquecidos das inúmeras possibilidades de ser feliz, uma nova oportunidade profissional, um novo interesse afetivo, uma nova situação. O desapego traz isso: abertura para um mundo de maravilhosas oportunidades.
Então a tarefa de hoje é desapegar, dentro das nossas possibilidades de seres em construção.
Chuva de bênçãos para todos, que como eu, estão na proposta de desapegar de tudo que causa sofrimento,
bênçãos também para aqueles que ainda não estão nesse momento, afinal todos merecerem a delicadeza da amorosidade.
domingo, 29 de maio de 2016
segunda-feira, 9 de maio de 2016
O QUANTO DE AMOR CADA UM PODE DAR
“Não sou sempre flor. Às vezes espinho me
define tão melhor. ”
Clarice Lispector

Que dificuldade
tinha Jobs de amar para fora. Amava para dentro, escondido, sorrateiro. Muitas vezes o amor é só um
pouquinho para quem recebe, mas quem dá está oferecendo seu melhor. Boa vontade
deve ter aquele que deseja ser amado explicitamente como a pequena Lisa, filha
de Jobs. Ela só desejava se sentir amada, ele por falta absoluta de poder
demonstrar parecia indiferente, frio, distante. Sofrimento para ambos.
Existem pessoas que
transbordam amor e muitas vezes acabam por destilar fel quando não se sentem
amadas. Lisa critica e magoa como defesa de si. Desejosa de receber o amor que
não consegue se expressar. Pessoas que foram mal-amadas ao longo da vida, e não
trabalharam o auto amor, tendem a não conseguir demonstrar o amor que sentem,
amam atrapalhadas e, como Jobs, levam 19 anos para deixarem vir a tona todo seu
poder de fogo amoroso, causando estragos avassaladores.
Pobre Lisa que
esperou tanto tempo para ouvir a explosão de amor, aqueles passos iluminados
em sua direção do incompetente Jobs na arte de amar. Mas vale começar, sempre
vale.
Cada um só oferece o
que tem dentro de si e o medo da entrega distancia e faz sofrer. Quanto tempo
Lisa sofreu e Jobs sofreu e momentos maravilhosos não foram vividos por medo da
entrega. Medo de ser feliz.
Jobs um gênio na
cabeça, rico e poderoso, mas paupérrimo na expressão da amorosidade, a
quilômetros da felicidade que o ladeava e que, no final, acaba por viver, e
vive tão pouco tempo com sua morte prematura em pleno florescer do amor.
O quanto de amor
você pode dar? E receber?
O quanto de amor você
se pensa merecedor de receber? Todo amor do mundo é a resposta. Mereço todo o amor do mundo e vou
começar por me amar profundamente, me amar tão delicada e intensamente que vou
atrair demonstrações explícitas de amor apaixonado, principalmente de mim
mesma. O
quanto de amor você pode dar? Pergunte-se diariamente.
O quanto de amor
você pode receber? Pergunte-se e faça as pazes com as estrelas que brilham para
você toda noite escura, ladeadas pela lua, majestosa dama amorosa nos
abençoando todos os dias.
Enxugando as
lágrimas vou para fora procurar dama tão generosa e me deparo com seus raios
luminosos escondidos entre as nuvens dessas nossas noites outonais.
Chuva de bênçãos para
aqueles que sabem amar rasgadamente, bênçãos especiais também para aqueles que,
como Jobs, estão ensaiando os primeiros passos rumo ao amor que é a essência da
vida.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
AMAR O DIFERENTE: ACEITAÇÃO - TAREFA PARA GIGANTES NA ALMA
“Se um homem marcha com um passo diferente do
dos seus companheiros, é porque ouve outro tambor. ”
Henry David Thoreau poeta, historiador e filósofo
americano solta essa pérola e hoje aproveito como epígrafe desse post. Cada um
de nós ouve um tambor criado no profundo do seu ser. Trago essas palavras
para uma leitora em particular, K,
hoje, tem minha inteira atenção. Muito me sensibilizou um comentário de K em um dos meus últimos posts. http://teresaquintas.blogspot.com.br/2016/03/sobre-pontes-e-muros.html
Escrevi sobre Pontes e muros. De uma forma ou de outra, on line ou off line várias pessoas se posicionaram. Afinal reflexões que nos
levam para dentro são boas nesse momento de tantas crises externas.
Mas esse comentário de K com um pedido explícito me capturou. Fiquei dias pensando no
assunto. Essa linda leitora abriu seu coração e conta:
“Olá Teresa, eu fico
estonteante quando leio os seus textos, em especial este que li sobre pontes e
muros. Esse texto me deixou reflexiva sobre esse assunto, que por fim me
lembrou de uma questão pessoal, eu gostaria de te fazer um pedido, bem, a um
tempo tenho tido frequentes desentendimentos com a minha família a respeito da
minha homossexualidade, e nesses últimos dias nós brigamos muito, sofri
agressões física e verbais, tive que sair de casa, não tenho emprego, tive que
largar a faculdade, estou morando de favor na casa dos meus tios, mas eu vejo o
sofrimento dos meus pais, minha mãe passa mal várias vezes, e gostaria de fazer
algo pra amenizar a dor dela, mas ela é daquelas pessoas que não consideram,
pra ela e pra toda família o único jeito da paz retornar é que eu abra mão dos
meus desejos pecaminosos; o que não é possível (apesar de ter tentado inúmeras
vezes, ter sofrido com isso, ter desistido, tentado o suicídio) Eles me amam
muito e é recíproco, mas eles querem de certa forma me mudar, me fazer viver
uma vida que eu não tenho vontade de viver, a intenção é de paz, uma tentativa
dos meus pais em criar uma ponte pra que a família possa se unir novamente e ao
mesmo tempo a construção de um muro, que infelizmente vai ter que ser
construído, ou então vou ter que desistir de ter minha própria vida. Bom, vamos
ao pedido! Eu te admiro muito, você sabe usar as palavras com muita maestria, e
eu acredito que as palavras têm um poder de união, de cura, e a minha mãe lê de
vez em quando o seu blog, e eu leio sempre, então você poderia escrever um
texto a respeito do afastamento que a não aceitação de filhos homossexuais
podem causar nas relações entre pais e filhos? Pode ser qualquer tema, pode ser
apenas da não aceitação, mostrar o quanto é difícil ter que decidir entre ser
quem você é e ser o que sua família quer que você seja, Sei que é pedir demais,
mas gosto muito das suas ideias e do seu diálogo, então, se puder atender esse
pedido de sua leitora eu ficaria muito grata, me ajudaria tanto, se não puder
escrever tudo bem. Muito obrigada pela sua atenção. ”
Li
e reli esse desabafo, sinto profunda admiração pela coragem de K em se expor de forma tão verdadeira. Nas minhas décadas vívidas já assisti este episódio
inúmeras vezes. É triste, mas tem sofrimento "pra" todo lado.
Desejar ser feliz a seu modo é justo é legítimo.
Querida K, viva sim sua escolha e vá
de coração aberto viver sua vida, que afinal só pode ser vivida por você. Seja
sincera e verdadeira e ame, ame profundamente a mulher ou o homem que merecer o
seu carinho. Ame também sua família e honre-a respeitando as limitações
que hoje eles têm. Como eles estão com dificuldade em te aceitar. Aceite-se
muito amorosamente e aceite as limitações e o luto que eles estão vivendo, você
não é o que eles planejaram para você, você se tornou protagonista da sua vida
e fez seus próprios planos. Honre a educação, o desvelo e o amor que te deram a
vida toda. Tudo é passível de mudança, isto serve para você e para eles. Tudo
flui na natureza e se transforma.
Dê a eles a compreensão que, hoje, eles não estão
podendo te dar. Compreenda que é difícil amar o diferente. Mostre sua alma
gigante amando-os nas suas diferenças de você. Cada um é como pode
ser e todos somos diferentes mesmo. Seja uma diferente amorosa.
Nenhuma família foi preparada para se deparar com
sua menininha dizendo que não vai aceitar suas orientações. Seus queridos não
estão ainda prontos para amar essa autenticidade toda. Mas tem amor aí
envolvido, e muito. Te amam e se preocupam com você. Afinal no entendimento
deles a vida heteroafetiva é mais fácil. Mas podemos nos perguntar: E
será? Eles acreditam que sim.
O
diferente assusta, muitas vezes o susto é tão grande que as pessoas agridem.
Batem e ao bater apanham de sim mesmos.
Nessa nova casa que você está vivendo, pense que distância
geográfica acaba sendo uma boa conselheira, não se sinta estando "de
favor" entenda estando "por amor”. Quem te acolheu está mostrando
esse ato amoroso. Em breve você terá seu emprego, uma vida financeira próspera
e sua própria casa e vai ter imensa gratidão por tudo que te levou até essa
independência. Toda trilha deve ser abençoada pois sempre nos leva a novas
descobertas.
A poetisa portuguesa Florbela Espanca nos diz com
amargura: "A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e
desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente." No meu
entender o quadro é único mesmo, todos caminhamos gradativamente para a
evolução em todos os níveis. Se ilusões e desenganos acontecem, eles têm
relação com a nossa carga de ilusão e nossos enganos, são as molduras, porque é
difícil, muitas vezes, abrir mão de brigar por suas verdades. Pois são
múltiplas essas verdades.
Nosso Leonardo Boff diz uma coisa linda: "cada
ponto de vista é a vista de um ponto ". Portanto, de que ângulo você está
olhando? O outro apenas está em outro ponto. Simples assim. Essa ideia leva a
aceitação e respeito pelo olhar do outro.
K que minhas palavras
possam ter acalentado seu coração, foi com essa amorosidade, que propago, que
escrevi. Chuva de bênçãos de carinho e alegria para você e sua família.
Ilustro com a foto do casamento de meus pais, família
é assim, com altos e baixos, por vezes atrapalhado, mas amor de sobra.
Que todos nós possamos ter entendimento e coragem
para nos aceitarmos mutuamente. Que as diferenças sejam complementos do amor e
não ruptura.
Chuva de bênçãos para todos e todas que estão no
esforço de agigantar sua alma.
quarta-feira, 13 de abril de 2016
QUANDO O DIA ACORDAR CINZA
Por vezes o dia acorda cinza, mesmo quando o
sol brilha lá fora. Se acinzenta por dentro da gente. Quem nunca teve um dia
turvo? Hoje foi meu dia cinza. Não estava explícito. O cinza se escondia. Mas
as coisas caiam da minha mão, eu batia nos móveis, não encontrava o que
procurava e tudo isso me irritava.

O bom do autoconhecimento é que você lê seu estado de espírito. Pronto, li que apesar de não perceber de pronto, estava em um dia cinza, enlutado, tristonho... Saudades e melancolias quiserem fazer morada.
Parei no meio da cozinha com o objeto caído no
chão e ali mesmo me conectei com o poder superior que habita em mim. Tenho
meditado pouco, percebi. O objeto ficou ali parado em seu estado inerte e eu
sentei e me acolhi, perguntei o que poderia fazer para me sentir mais feliz, atendendo
a sugestão de Louise Hay. Respirei calma e profundamente, procurei uma música
na minha mente e a Ave Maria apareceu lindamente. É uma música de grande poder
sobre mim, tem um apelo afetivo materno. Todos os dias ouvia as seis horas da
tarde ao longo da minha infância e adolescência. Ouço até hoje! Memória afetiva
boa de se preservar.
Estava ali no meio da cozinha, respirando,
cantando mentalmente Ave Maria... encontrei ali um momento feliz nos braços
amorosos de mim mesma com o apoio das mães, a minha e a de Jesus.
De repente o sol do dia apareceu, foi mágico, senti potência e alegria, estava nos braços da paz .
De repente o sol do dia apareceu, foi mágico, senti potência e alegria, estava nos braços da paz .
Esse é o poder do processo meditativo, sem nada
mirabolante, só se conectar com o eu profundo e ver o que manda fazer. O meu
hoje "mandou bem!"
Tudo ok ter um dia cinza, a questão é não
deixar que isto se estabeleça em sua vida. Aceite, compreenda e resignifique.
Assim viver fica sendo essa experiência extraordinária diária cheia de possiblidades.
Chuva de bênçãos para todos em lindos dias
ensolarados e em dias cinzentos também.
sábado, 2 de abril de 2016
MASSAGEM BIODINÂMICA, UM TOQUE DE PAZ
(...) escutar e entrever que entre a Psiquê e o Soma está “Cela,
o brâmane, por quem as orelhas escutam, os olhos veem, a língua fala, o intelecto
compreende, a vida funciona. ” (Gerda Boyesen)

São conhecidas inúmeras técnicas de massagem, a
maioria hoje já percebeu que ao se tocar o corpo, toca-se também o ser integral que
ali habita. Massagem que vê apenas o corpo já é coisa do passado. Hoje se
deseja muito mais que isso, se deseja um corpo bonito e uma alma nobre.
A massagem biodinâmica visa a integração do
trinômio corpo/mente/espírito. Minha formação em massagem
biodinâmica se deu no IBPB onde conheci pessoas maravilhosas. Vi uma abordagem
diferente. O corpo é um depositário de nossas vivências e ele registra tudo. http://ibpb.com.br
A revolucionária Gerda Boyesen integra fisioterapia e psicologia. Sua obra “Entre Psiquê e Soma” revela a maravilhosa abordagem biodinâmica e a mulher intensa, exótica e interessante que é a autora Gerda, seu foco era saúde plena e equilíbrio energético
A revolucionária Gerda Boyesen integra fisioterapia e psicologia. Sua obra “Entre Psiquê e Soma” revela a maravilhosa abordagem biodinâmica e a mulher intensa, exótica e interessante que é a autora Gerda, seu foco era saúde plena e equilíbrio energético
Esta massagem visa mais que o corpo, ela invade
a alma com sua visão holística sendo uma ferramenta importante de autoconhecimento.
Estou entregue a mim mesmo, este é o ponto de partida. Alguém que autorizo me
toca e eu me toco das minhas inúmeras possiblidades de ter boas sensações e
reflexões.
Desbloquear as energias condensadas que se
transformam em couraças que nos impedem de viver no mundo com mais harmonia é a
tônica d
essa ferramenta poderosa. O diálogo amoroso é parceiro desse encontro, propiciando relaxamento, integração e bem-estar.
Muitas técnicas especificas de massagem podem ser utilizadas. Já que o bem-estar é o maior foco desse processo terapêutico que atua no corpo e age na integralidade do ser.
Não existe um protocolo fechado, é na dança do
encontro entre massagista /cliente que se estabelece os procedimentos utilizados. Percebi em mim a eficácia dessa
massagem e hoje utilizo com meus clientes.
Minhas práticas terapêuticas têm base na minha
vivência como experimentadora, foi eficaz para mim, sugiro que experimentem e
analisem se vale a pena dentro da singularidade de cada um. Cada ser é único e
exclusivo e para cada pessoa um tipo ou outro de ferramenta é o mais ou menos
indicado. Só precisamos sair da "caixinha" da acomodação e do medo e
experimentarmos o novo com abertura e disponibilidade emocional.
O momento histórico em que vivemos não mais
permite engessamento nas velhas práticas sem reflexão, hoje expressões como
"meu médico me proibiu" já não são tão ouvidas. Hoje estamos no
reinado da autonomia e do protagonismo. Uma Boa dose de bom senso e
autoconhecimento derrubam práticas conservadoras e impeditivas de uma vivência
mais aberta e reflexiva. Somos os artífices de nossa própria construção e cada
dia mais exigentes ficamos na trajetória do autocuidado e do cuidado do outro.
Queremos ser vistos e ouvidos A muitas vezes um bom acolhimento médico pode
fazer diminuir a quantidade de escritos no receituário.
A massagem biodinâmica vem nessa direção de
favorecer este protagonismo e essa possibilidade de estar com o outro no
crescimento constante, usando o corpo como elemento chave desse processo.

Relaxar, refletir, reorganizar, estas são as
finalidades da massagem biodinâmica. Experimente você também!
Chuva de bênçãos para todos e todas que desejam
viver em plenitude. Namastê!
segunda-feira, 28 de março de 2016
SOBRE PONTES E MUROS
Hoje acordei madrugadamente com essa música do
Renato Russo na mente. Não há mesmo o amanhã desejado e sim aquele que virá por
si só. Mil pensamentos povoavam meu cérebro de macaco de galho em galho, como
dizem os orientais. Pensei em muros e pontes, levantei e vim escrever.
Muitos textos aparecem todos os dias através
dos meios virtuais, esta semana dois deles me chamaram muita atenção, o primeiro
foi um atribuído a Adélia Prado que é uma preciosidade, o outro de um religioso
da igreja anglicana, este já tinha lido antes, mas que agora senti diferente.
Este texto se intitula: “Construa Pontes e não
Muros ao seu Redor”, está na íntegra no final da minha conversa, seguido do
texto da Adélia prado.
Pois bem, construir muros e pontes sobre o ponto de vista físico vão
quererer material básico semelhante: trabalho e projeto. Imagino que na construção civil a logística para
fazer pontes seja de uma complexidade maior, por isso na metáfora seja mais fácil
construir muros.
Como construir muros sabemos bem, tijolo por tijolo de críticas e
recriminações, olhares de menosprezo sutis ou declarados, farpas verbais, excesso
de egocentrismo, medos e culpas, prisão no passado, grandes e inatingíveis projetos
de futuro, ausência de perdão e auto perdão, agressão e indiferença, desejo que
o outro seja do jeito que queremos e não do jeito que pode ser. Estes são bons
componentes na construção de muros. Tijolo por tijolo, dia após dia e temos um
grande e forte muro, por vezes quase intransponível.
O texto atribuído a Adélia Prado ensina a fazer pontes. Ponte liga um coração
ao outro, como construir? Entendo que o cimento tem que ser boa vontade e
aceitação. Aceitação do outro e aceitação de si mesmo nas suas limitações.
Perceber os pequenos detalhes, deter-se em ser gentil diariamente, fazer
uma xícara de chá, tirar o cabelo do rosto, comprar algo que você não gosta,
mas que o outro ama, um elogio delicado, rir junto até sair lágrima do olho, um
olhar de aprovação, uma massagem no pé, um presentinho baratinho fora de hora,
valorizar o que é importante para o outro, escrever delicadezas, ligação só
para saber como está, ouvir o outro mesmo quando o soninho tá batendo, etc e
tal.
Há tantas formas de amar e queremos efeitos pirotécnicos e grandiosos, se
não acontecem, pronto: tijolinho para o muro. Ficar detido em detalhes,
esperando o que não vem, também é tijolinho. Esperar do outro o que não pode
dar e cobrar por isso, também é tijolinho. Esperar mudanças rápidas também é
tijolinho. E vamos nós juntando tijolinhos para nosso muro subjetivo que pode
se transformar em objetivamente afastar as pessoas de nós.
Que possamos usar de sensibilidade para a construção de pontes, valorizar
os muros de proteção, necessários, sem que sejam elementos que nos afastem do
ato amoroso de viver com o coração aberto sem resistências nem amarras.
Meus pais vieram de lugares diferentes e se encontraram aqui como muitos
casais. O ator Alexandre Lino uma vez pediu no facebook que se escrevessem histórias
de nordestinos e eu escrevi a minha, da ponte que uniu meus pais e que me
possibilitou a vida aqui neste lindo mundo. Este acabei de postar “Nosso
estranho Jeito Brasileiro” http://teresaquintas.blogspot.com.br/2016/03/nosso-estranho-jeito-brasileiro.html”,
escrevi a tempos e fui deixando e esquecendo. Hoje estou declarativa e vou fazer
dois posts. Escrevo por amor a expressão livre sem medo de errar nem de “mandar
mal”. Escrevo, parafraseando Cecilia Meireles, porque o instante existe, e a
vida é plena de alegrias e motivos para sorrir.
Chuva de bênçãos para todos nós, que estas gotas nos contaminem e
possamos a cada dia construir mais e mais pontes que nos liguem a todos os corações
do mundo.
CONSTRUA PONTES
E NÃO MUROS AO SEU REDOR
Pedro e João eram amigos de infância.
Certo dia se desentenderam por um motivo banal e desde então foram alimentando
ressentimentos mútuos. Por fim nem se falavam mais. Moravam em sítios vizinhos,
tendo apenas um riacho como limite entre suas propriedades.
Um dia apareceu pela redondeza um
pedreiro à procura de trabalho. Bateu à porta do sítio de Pedro e ofereceu-se
para prestar-lhe serviço. Pedro pediu-lhe que construísse um muro para servir
de limite entre as suas terras e as de seu vizinho. Depois de relatar ao
pedreiro sua desavença com João, recomendou também que construísse um muro bem
alto.
O pedreiro iniciou o seu serviço,
enquanto Pedro saiu para resolver outras coisas. Ao entardecer, quando voltava
para casa, Pedro teve uma surpresa. O homem havia construído uma ponte entre
duas propriedades e não um muro como ele havia pedido.
Irritado com a situação, já estava para recriminar o pedreiro por ter-lhe desobedecido, quando avistou o amigo na ponte vindo em sua direção e dizendo:
Irritado com a situação, já estava para recriminar o pedreiro por ter-lhe desobedecido, quando avistou o amigo na ponte vindo em sua direção e dizendo:
- Pedro! Agora vejo como você é um
amigo de verdade, mandou construir uma ponte entre nossas propriedades apesar do
desentendimento que tivemos! Ouvindo isso, Pedro também caminhou em sua
direção, dando-lhe um forte abraço.
O pedreiro, presenciando a cena, se despediu. Pedro e João o convidaram para ficar, ao que ele respondeu: - Obrigado, mas eu não posso, tenho outras pontes para construir.
O pedreiro, presenciando a cena, se despediu. Pedro e João o convidaram para ficar, ao que ele respondeu: - Obrigado, mas eu não posso, tenho outras pontes para construir.
O mesmo material com que se constrói
um muro, pode ser usado para construir uma ponte. Tudo é uma questão de
escolha. Assim também acontece em sua vida: uma mesma situação pode ser
utilizada para unir ou separar as pessoas. (Rev. Aldo Quintão - Catedral
Anglicana de São Paulo)
QUANTO JEITO QUE TEM DE TER AMOR
Uma personagem
põe-se a lembrar da mãe, que era danada de braba, mas esmerava-se na hora de
fazer dois molhos de cachinhos no cabelo da filha, para que ela fosse bonita
pra escola.
Meu Deus, quanto
jeito que tem de ter amor.
É comovente porque é
algo que a gente esquece: milhões de pequenos gestos são maneiras de amar.
Beijos e abraços são provas mais eloquentes, exigem retribuição física, são
facilidades do corpo. Porém, há outras demonstrações mais sutis: Mexer no
cabelo, pentear os cabelos, tal como aquela mãe e aquela filha, tal como
namorados fazem, tal como tanta gente faz: cafunés. Amigas colorindo o cabelo
da outra, cortando franjas, puxando rabos de cavalo, rindo soltas.
Quanto jeito que há
de amar.
Flores colhidas na
calçada, flores compradas, flores feitas de papel, desenhadas, entregues em
datas nada especiais: "lembrei de você".
É este o único e
melhor motivo para azaléas, margaridas, violetinhas.
Quanto jeito que há
de amar.
Um telefonema pra
saber da saúde, uma oferta de carona, um elogio, um livro emprestado, uma carta
respondida, uma mensagem pelo celular, repartir o que se tem, cuidados para não
magoar, dizer a verdade quando ela é salutar, e mentir, sim, com carinho, se
for para evitar feridas e dores desnecessárias.
Quanto jeito que há
de amar.
Uma foto mantida ao
alcance dos olhos, uma lembrança bem guardada, fazer o prato predileto de
alguém e botar uma mesa bonita, levar o cachorro pra passear, chamar pra ver a
lua, dar banho em quem não consegue fazê-lo só, ouvir os velhos, ouvir as
crianças, ouvir os amigos, ouvir os parentes, ouvir...
Quanto jeito que há
de amar.
Rezar por alguém,
vestir roupa nova pra homenagear, trocar curativos, tirar pra dançar, não
espalhar segredos, puxar o cobertor caído, cobrir, visitar doentes, velar,
sugerir cidades, filmes, cds, brinquedos, brincar...
Quanto jeito que há. (Adélia Prado)
quarta-feira, 9 de março de 2016
DESAFIOS SÃO CONQUISTAS – “MESMO NAS DERROTAS.”
Não podemos pensar
que as coisas sempre vão ser como gostaríamos que fossem. Que o comportamento
dos outros irá combinar com os nossos sentimentos, atitudes e valores; que eles
serão sempre suaves conosco. Tanto a chuva como o sol são necessários
para formar um arco-íris. São os desafios que criam os campeões."
BK
Suredran, Self-esteem and human relationships, World Renewal,December,2003
http://www.brahmakumaris.org
Ultimamente a Brahma
Kumaris anda atingindo sua flecha certeira em meu coração. Haja coração! Essa
mensagem que li hoje, me deu motivo para escrever. Desafio!!!!!! Esse é o
assunto em pauta.
Deparamo-nos
diariamente com múltiplos desafios. Viver neste lindo planeta azul já é por si
só um desafio. Estar nesta
veste carnal limitada é um grande desafio. Pois não somos pássaros mas gostamos
de voar e para isso precisamos de um imenso aparato feito de inúmeras
engrenagens que não conseguem atingir a altura do nosso desejo.
E nesse cultivo do
DESEJO de voar enfrentamos as limitações dos voos psíquicos. Seres desejosos
que somos.
Aí entra a BK toda
saltitante nos lembrando que as coisas não são conforme nosso desejo. Ora
bolas! Como assim?
Seres controladores
planejamos e sonhamos, esquecidos que a realidade é simplesmente como se
manifesta. E posso voar muito alto se compreender que existem limites que
preciso aceitar. Afinal vivemos com os outros num conviver que nos obriga a
estabelecer limites territoriais emocionais além dos físicos.
Aceitar a realidade
como esta se impõe é a maior chave de entrada para as modificações. A
resistência e a necessidade de controle só nos engessam, e gesso pesa,
fazendo com que nossas asas fiquem pesadas demais para voar. E o corpo sofre e
a mente sofre, é um sofrimento só. Oh dó!
Se chove reclamamos
da chuva se o sol escalda reclamamos também. Se perdemos algo esquecemos que as
derrotas são também conquistas e estas das mais difíceis, pois testam nosso
poder de resiliência.
É dito no fragmento
em destaque que tanto a chuva como o sol são necessários para formar um
arco-íris, fica a questão: quero formar arco íris? ?????? Tenho paciência e boa
vontade para tal? Nesse
imediatismo desenfreado estou pronta para lidar com os desafios de forma
construtiva? Nem sempre! Digo por mim.
Em vários momentos
me pego infantil fazendo “beicinho” querendo "a metade" maior para
mim. Querendo desafio nenhum, só pipoca e
comidas recreativas.
O maior desafio é
aceitar os desafios com a força de adulto, compreendendo que são inevitáveis
mesmo nem sempre sendo desejados.
Desafios? Recebo-os,
na maior parte das vezes de nariz torto. E o corpo sofre. As doenças da
"não aceitação" surgem e deparo-me com a absurda necessidade de
aceitar para não sucumbir.
Bom quando
conseguimos e saímos vencedores das batalhas que travamos contra nós mesmos.
Contra nossa falta de confiança de que o Universo sempre conspira a nosso favor
mesmo quando não parece. Distraídos da nossa procedência e DNA divinos.
Fechando
magistralmente o fragmento, lemos que os desafios formam os campeões, nossa
(des) educação tradicional não vê desafio como algo positivo, sempre envolve um
ar de competição, quando na verdade a "luta" é sempre conosco,
trabalhando nossos limites e limitações.
Certa feita, uma
aluna comemorava a nota 6 que havia tirado em uma matéria e alguns colegas
faziam uma certa "brincadeira", que hoje se chama bullying.
Afinal 6 é uma nota
muito aquém do 10 desejado. Ela firme e segura retruca dando pouca importância
aos gracejos:
- Eu que sei como foi duro tirar essa nota, a última foi 2, mais
que dobrei.
Ela sai radiante com o troféu na mão encostado ao peito. Eu
silencio no meu papel de plateia e por pouco não aplaudo como se aplaudem os
grandes vencedores. Principalmente aqueles que vencem a si mesmos na Batalha
mais difícil que podemos entrar.
Ilustro com flores
da rua que vencem desafios diários e se oferecem belas e generosas para alegrar
nossas vidas, que possamos agradecer e aprender com elas!
Chuva de bênçãos
para todos aqueles e aquelas que tem vivido a vida vivida plena e linda,
repleta de Desafios.
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