quarta-feira, 17 de agosto de 2016

SOBRE AMOR-PRÓPRIO E EGOÍSMO

Gostei muito de ler o post "A linha tênue entre o egoísmo e o amor-próprio" de Suellen Barone no site STUM. Essa linha é mesmo tênue. Ela explica bem explicadinho.
http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=47161
Eu que sou muito  mobilizada por este assunto resolvi dar uns pitacos aqui nesse espaço que me cabe.
Auto valorização e trabalho potencializando  a auto estima e o auto amor é imprescindível. Fundamental para a saúde física e emocional.  Em alguns casos escorregar e olhar apenas para seu umbigo pode ser o núcleo nocivo do auto cuidado. No afã de se proteger pode haver a tendência a deixar de olhar para os companheiros de jornada. Aí se constroem muros intransponíveis. Falo sobre isso no post sobre pontes e muros.
http://teresaquintas.blogspot.com.br/2016/03/sobre-pontes-e-muros.html?m=1
Quando vejo ícones maravilhosos de despreendimento como Irmã Dulce entre outros fico embevecida,  esse é o ideal de amorosidade,  esquecer de si no cuidado com os outros. Mas isso é para quem já trilhou sua jornada evolutiva e adquiriu essa potência de amor puro e incondicional.
Eu ainda estou na construção de deixar de cobrar e exigir. Estou no início dessa jornada e esses mestres me impulsionam, sempre.
A máxima de que ao secar a lágrima do próximo esquecemos da nossa é falácia para nós que estamos ainda em construção. Esquecer de si traz péssimas consequências. Porque não há esquecimento verdadeiro, colocamos nossas necessidades "para baixo dos panos" e se não nos confrontarmos,  vai doer daqui a pouco, no corpo e na mente. Em nós e em quem está próximo.
Mais coerente é estimular o amor próprio e vencer as dores e sofrimentos. É melhor chorar tudo e não deixar o coração sofrido e queixoso porque não conseguiu transbordar. Chorar lava a alma. Depois você levanta, passa batom ou coloca uma roupa nova e vai para o mundo viver.
Tem momentos que você tem pouco para dar, então não dê. Cuide-se, lamba suas feridas se trate bem e assim fortalecidos, podemos sim, secar a lágrima alheia. Podemos até chorar juntos, humanizados e cúmplices.
Cuidar de si excessivamente olhando apenas "Para seu umbigo" desconsiderando o outro é egoísmo,  cuidar de si respeitando seu tempo e seu espaço é amor próprio.
A justa medida conseguimos com o TEMPO. Gosto muito do tempo, ele sempre me orienta bem.
Tempo distante faz valorizar o estar perto. E estar perto é nutrição amorosa que plenifica e faz feliz
Tempo de jejum faz a mente clarear e as escolhas ficarem mais sensatas e coerentes. Aí você come devagar, mastigando e abençoando o que degusta.
Tempo de espera se bem aproveitado faz treinar a paciência e disponibilidade.
Tempo de calar faz a palavra ser melhor ouvida.
Tempo que me deu esses cabelos grisalhos e possibilidade de ser mais sábia e bela,  com direito a surtos imaturos, pois sou muito jovem se considerar a idade do mundo.
Tempo...tempo... tempo...tempo... canta minha musa Bethânia.
Então diferenciando amor próprio de egoísmo, podemos nos sensibilizar para nossas dores e as dores de todos, que companheiros no existir, caminham na estrada da vida vivida,  sendo sempre o que melhor podemos ser.
Chuva de bênçãos para todos e todas que estão juntos nessa possiblidade de existência sobre o olhar atento e cuidadoso do Pai maior.

4 comentários:

  1. Seus textos são como chocolate quente, meia felpuda e manta quentinha em dia de friozinho gostoso aconchegada no sofá em frente à janela olhando a chuva fina lá fora.

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  2. Adorei o texto Teresa! Um "tempo" de leitura, refletindo as atitudes (entre o amor-próprio e o egoísmo) com muita ternura.

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